“Virou prostituição,
virou banca de negócios, virou feira da cretinice; virou divã da
justificativa.”
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O que esperar do futuro
que tanto se fala, numa cidade que se cala pra verdade dos fatos e se
abre a vergonha prostituída dos valores elementares que
possibilitariam a solidificação não só da democracia mas de todos
os fundamentos que regem mudanças importantes na ordem social?
Aqueles que possibilitam os avanços no campo da acessibilidade, que
constam como direito sagrado de cada cidadão, na liberdade de se
expressar, no direito de revindicar; na certeza de que será
atendido.
O que dizer dos
envergonhados que iniciaram a semana derrubando as placas de meio
salário minimo; limpando os para-brisas de duzentos reais; os
para-choques de cinquenta reais e as plotagens de um salário minimo?
O que dizer dos envergonhados no reencontro com o amigo de
consciência tranquila? ... enquanto os mesmos parecem angustiados a
espera que quatro anos passem logo para novamente oferecer sua
prostituída consciência no feirão do “quem paga mais” me leva
como outdoor?
O que dizer da ressaca
dos desvalidos, que entraram a noite comemorando a vitória da elite
excludente que não lhes pertence e acordaram madrugada a dentro
numa fila de posto de saúde para pegar ficha de ginecologista,
dentista; oftalmo, clinico geral etc etc... única realidade que lhes
pertence?
O que dizer dos
comissionados envaidecidos pelo triunfo do rombo nos cofres públicos,
mas nervosos a espera da confirmação de que ainda permaneceram
sugando a máquina pública? O que dizer das centenas de secretários,
diretores e escalonados dos altos salários, inquietos na incerteza
dos valores que ainda podem colocar nos bolsos sem a efetiva
fiscalização do legislativo pelo menos até dezembro?
O que dizer daquele que
fantasiou-se de pequeno para engolir o cérebro medíocre de seu
rebanho de mentes degradadas, coreografando os idiotas de novo como
num grande baile a fantasia, e cada um com suas máscaras figurando
personagens de mediática ilusão? Que nada! Mais cedo ou mais tarde
chegam as tempestades que varrem sujeiras, derrubam supostas
fortalezas e trazem novos ares aos campos um dia povoados pela
ignorância desordenada e degradada pelo acúmulo de resíduos
incompatíveis com a realidade local, real e desnuda.
Eu... eu renovei minhas
convicções, … reforçarei minha visão, … afiarei ainda minhas
palavras, … povoarei ainda mais minha mente de idéias; …
recriarei os dias com certezas, … iluminarei minhas noites sem os
segredos da antiética; e recomeçarei todas as manhas convicto de
que o tempo da mudança vai chegar. Com ele imensos containers da
ética para levar os resíduos sólidos da suja politica estocada por
aqui. Porque eu continuarei como a coruja: “vendo tudo, escutando
muito e piando pouco... mas piarei com conhecimento de causa, porque
minha consciência não tem preço, validade e gosto. Ela é feita de
convicção e centenas, milhares de horas de estudos que me trouxeram
até aqui! E você?
Neuri Adilio Alves
Filósofo, Professor Pesquisador
Graduado Pela PUC Curitiba, Especialização PUC Campinas.