A ressaca
dos oportunistas
Poucas
vezes em Brasília tanto na câmara dos Deputados como no Senado foi possível ver
materializado o que podemos chamar de Convicções, facilmente traduzidas em: “Sei o que faço aqui... porque faço isso; e
assumo a responsabilidade na defesa do ministério.”
Orlando
Silva deu um banho de iniciativa, honestidade, clareza, convicção, e de quebra
desarmou o oportunismo político da oposição, esvaziou o discurso dos
desesperados. Como num xeque-mate silenciou os papagaios da mídia marrom
multiplicada no país de vagas idéias, de cidadãos adormecidos no profundo
inconsciente coletivo reprodutivista das velhas falcatruas e maracutaias,
praticadas pelos iguais. Muitos dos quais buscam sublimar o desespero de suas
próprias contradições ideológicas nas tão ensaiadas e desconexas marchas contra
a corrupção, abrindo um enorme abismo entre a realidade dos fatos e seus
interesses pragmáticos.
Esta espécie de fissura em que o social se
precipita na sociedade contemporânea empurrados pelos meios de comunicação de
massa inverte a lógica dos processos. A lógica que impera não é mais a da troca
de valor, e sim a do “abandono de posições de valor e de sentido”, segundo o filósofo
francês Jean Baudrillard. E
o pior: as massas resistem, inclusive, ao imperativo da comunicação racional,
clamando somente pelo espetáculo, pelo canibalismo atrativo mediático como se nenhuma
força pudesse convertê-las à seriedade dos conteúdos, nem mesmo à seriedade do
código de realidade. (1985, p.58 - A sombra das Maiorias Solitárias).
De modo que tratar desta realidade simulada pela mídia,
não seria mais o contágio do espetáculo que altera a realidade, mas, sim, o contágio
do virtual que apaga a realidade, ACUSANDO inocentes e INOCENTADO bandidos,
caso explícito e desesperado de quem acusa o ministro Orlando Silva. Nesse sentido, o cidadão
deixa de ser espectador alienado e passivo, tornando-se figurante interativo.
Gentis figurantes mumificados desse imenso reality show do cinismo político ideológico de aparelhos como a Globo, RVejas,
Folha de São Paulo entre outros. Característica assumida de imprensa facista funcionando como sede partidária de forças políticas retrógadas da
velha direita. Não se trata mais da lógica espetacular da alienação, mas
da lógica espectral da desencarnação do individuo por estes órgãos de imprensa.
Contempla-se
a miséria pública da opinião nestes dias de factóides do oportunismo dos textos
pagos, absorvido pela fiel inconsciência dos empobrecidos da realidade, que
sedentos pelos mentirosos coquetéis silábicos que se desnudam diante de todos nós. Se transformam em rastejantes segmentado pela limitação que os impede de IR atrás da
verdade e VER além do que se reproduz nestes veículos de imprensa no Brasil. Apresentando-se como espelhos envelhecidos pelos próprios reflexos, e que se
reproduzem nas páginas de jornais locais em colunas reprodutivistas dos VIAL,
dos PerroniS, testemunhas vivas da miséria de jornalismo impresso que
temos por aqui.
Podemos
erguer a bandeira de nossas verdades, o escudo ético de nossa história de 90
anos, para fazer sombra aos envergonhados das contradições silábicas, dos
papagaios adestrados de nossa imprensa escrita, dos maratonistas de chavões sem
compromisso com a verdade, dos remunerados de frases prontas. Pois mais cedo ou
mais tarde até as folhas de jornais terão vergonha e repulsa pelas asneiras que
eles produzem. Quem sabe o destino dos mesmos não seja viver da ressaca dos
oportunistas, abandonados no vicio das falácias, enquanto o PCdoB permanecerá maior
que a miséria terna e eterna de vós chauvinistas de plantão.
Neuri Alves
Vice-Presidente PCdoB Chapecó