quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Poeta Ferreira Gullar recebe hoje Prêmio Camões 2010

 

O poeta Ferreira Gullar recebe, nesta quinta (16), do Ministério da Cultura, em solenidade às 17h, no auditório da Biblioteca Nacional, no centro do Rio, o Prêmio Camões 2010. Gullar, que completou 80 anos na sexta-feira (10), vai receber 100 mil euros como premiação pelo conjunto de sua obra. O presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Muniz Sodré, vai representar o ministro da Cultura, Juca Ferreira, na cerimônia.

 

Instituído em 1988 pelos governos do Brasil e de Portugal, o Prêmio Camões é concedido anualmente a autores que tenham contribuído para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural da língua portuguesa.

A escolha de Ferreira Gullar ocorreu em maio, por um júri que se reuniu no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa. Considerado um dos mais importantes poetas brasileiros, o maranhense Ferreira Gullar (pseudônimo de José Ribamar Ferreira) é também crítico de arte e ensaísta e foi um dos fundadores do movimento neoconcretista. Tem mais de 15 livros de poesia publicados, entre eles A Luta Corporal, Poema Sujo e Em Alguma Parte Alguma, lançado este ano.

O primeiro escritor brasileiro a receber o prêmio foi o também poeta João Cabral de Melo Neto, em 1990. Desde então, mais sete autores nacionais foram agraciados com o Camões, que também premiou escritores de Portugal, Angola, Moçambique e Cabo Verde.

Fonte: Agência Brasil

Israel realiza novos bombardeios criminosos na Faixa de Gaza

A aviação israelense bombardeou nesta quinta-feira (16) a Faixa de Gaza, na segunda incursão armada sobre a região em apenas 24 horas, que já deixou como saldo um palestino morto e outros dois feridos.

Testemunhas palestinas informaram que os aviões de combate de Tel Aviv dispararam contra um depósito de ferramentas agrícolas no norte da Faixa de Gaza e uma área deserta en Rafah, a localidade fronteiriça com o Egito onde há numerosos túneis subterrâneos.

Por seu lado, porta-vozes militares sionistas justificaram a agressão alegando que se tratava de supostas fábricas e depósitos de armas para a resistência, em particular para el grupo islâmico Hamas.

Os ataques desta quinta-feira, segundo Israel, foram em resposta ao lançamento de nove foguetes contra colônias judias em Naqab, Ashoul e Ashkelon nas últimas 24 horas por milícias do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) o por outros grupos palestinos.

Mas fontes médicas em Gaza denunciaram que se tratou da segunda onda de bombardeios em menos de 12 horas contra a região, pois na quarta-feira (15) à noite um palestino trabalhador de um túnel morreu e outros dois sofreram lesões.

Os aviões dispararam na quarta-feira contra túneis clandestinos em Rafah, com o pretexto de impedir o contrabando de armas para o Hamas, embora essas passagens subterrâneas sejam usadas basicamente para a entrada de mercadorias que são escassas por causa do bloqueio israelense.

De fato, os residentes na região informam que os bombardeios não só geram temor entre civis indefesos, mas que também prejudica o comércio informal baseado na entrada de mercadorias contrabandeadas do Egito.

Na terça-feira outros três palestinos, um deles de 91 anos, morreram depois que forças terrestres israelenses dispararam contra um grupo de pastores no centro de Gaza, perto de Juhor Ad-Dik, a leste dol acampamento de refugiados de Al-Bureij.

Um dia depois , o comando militar sionista foi obrigado a reconhcer que as três vítimas fatais eram civis inocentes. Ao todo, até esta data, 16 de setembro, os ataques israelenses contra Gaza deixaram um saldo de seis mortos e oito feridos.

Com informações de Prensa Latina

Tempestade cigana e outros pesadelos franceses 

 

O tema das expulsões da França das comunidades de gitanos originários da Romênia e Bulgária se convirteu nas últimas semanas em uma pesadelo para o governo, obstinado em manter sua política.

Embora seja previsível que a Comissão Europeia (CE), o braço executivo da União Europeia (UE), suavize o ambiente no Conselho Extraordinário dos 27 países membros em Bruxelas, a tempestade está em desenvolvimento e se tornou um dos problemas mais complexos para Paris resolver.

A inflexibilidade do presidente francês, Nicolás Sarkozy, em uma estratégia fundamentada em "assuntos de segurança" para “frear a imigração ilegal", recebeu a oposição internacional em todos os níveis.

Mas Sarkozy virou as costas às críticas de escritórios especializados das Nações Unidas, do Vaticano, de Organizações Não Governamentais e até do próprio Parlamento Europeo (PE).

O clima de desqualificações cresceu e às vozes internas da igreja católica, de grupos de defesa dos direitos humanos e intelectuais, se somaram as do líder da Revolução cubana, Fidel Castro, y da própria CE.A comisária europeia Viviane Reding lançou duras críticas à França pela questão cigana e, mesmo tendo voltado atrás em algumas declarações, deixou claro sua insatisfação com a atitude francesa.

Pior ainda. Quando Sarkozy e seus principaies colaboradores indicavam que nenhum de seus vizinhos ou aliados pôs em questão sua postura, uma fonte do departamento de Estado norte-americano também deplorou a expulsão de ciganos.

Por sua parte, o presidente da Bulgária, Gueorgui Parvanov, também se manifestou contra o projeto da administração francesa e rechaçou o "tom imperativo" com que París pretende dar conselhos a Sófía neste caso."Conhecemos muito bem os problemas relacionados com la etnia romani (ciganos).

É algo acumulado ao longo de vários anos que não se pode resolver de um só golpe e provavelmente serão necessários vários anos mais para sua solução. Mas não com voz voz imperativa", afirmou. Parvanov acrescentou que se entre os ciganos há pessoas que violaram a lei, a informação deve ser tornada pública, "mas em nenhum momento se deve culpar uma pessoa por sua origem".

A Alemania, se por um lado lamentou o discurso da comissária Reding, crispou ainda mais o ambiente ao reiterar que o direito à livre circulação no seio da UE é incondicional e não é permitida nenhuma discriminação contra minorias.

Com o cenário do conflito transferido para Bruxelas por algumas horas, a administração de Sarkozy enfrenta uma verdadeira batalha campal no país, diante da forte oposição da esquerda e dos sindicatos às reformas da lei de aposentadorias. A convocação de outra greve geral para o dia 23 de setembro e o anunciado boicote dos parlamentares socialistas e comunistas às sessões da Asambleia Nacional tornam ainda mais tensa a situação política da França.

Com informações de Prensa Latina

A gente não quer só comida

Mazé Leite *

Nestes dias finais de campanha eleitoral, em que a realidade da eleição da primeira presidenta do Brasil – Dilma Roussef – se torna a cada dia mais presente, a gente aproveita este momento para lançar algumas sementes que podem tornar nosso futuro mais colorido. A gente quer falar aos candidatos progressistas.

A gente? A gente é artista, a gente é essa gente que faz arte, que é também agente de transformação: trans-Forma-Ação. A gente pega o mundo, a gente age: a gente pinta, a gente canta, a gente dança, a gente ensaia, a gente treina, a gente declama, a gente escreve, porque “a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e Arte”*! A gente está espalhado pelo Brasil a fora, Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão; Pernambuco, Goiás, Rio, Bahia. A gente mora nos confins do Tocantins, habita as beiras dos pantanais. A gente se espalha pelos pampas, pelas praias, entre as serras, até dentro do mato. A gente é moreno, a gente é misturado, a gente borda e pinta. A gente é torrado de sol, banhado de mar, ou pálido de garoa. A gente habita morros e condomínios, a gente se mistura nas areias cariocas ou nas paulistas avenidas. A gente é nordestino, sulista, nortista, a gente é brasileiro. A gente é artista. A gente faz cultura. A gente quer falar!

- A gente quer o direito de pintar, de desenhar, de esculpir e DE EXPOR em TODAS as galerias e museus do Brasil, com todas as nossas cores, nossos quadros, nossas tintas, nossos estilos!

- A gente quer exposições de arte em TODO o Brasil, festivais, concursos, competições de arte. A gente quer mais museus, a gente quer mais galerias, mais pinacotecas. A gente quer democratizar o direito de fruição das artes para TODOS. A gente não quer continuar sendo expurgado do mercado pelo mercado. A gente quer que o Estado brasileiro incentive TODAS as formas de manifestação artística, todas as estéticas. A gente grita: “fora o pensamento único onde predomina o conceitual e a abstração. Arte é mais!”

- A gente quer financiamento do Estado para que surjam mais ateliês de arte, mais galerias, mais espaços artísticos, mais exposições.

- A gente quer democratizar as mostras de arte vindas do exterior para todos os Estados brasileiros, para que todo o Brasil possa ver as grandes obras dos grandes mestres de fora.

- A gente tem música na alma, a gente quer compor, a gente quer tocar, a gente quer cantar toda a música possível para TODA a multidão de brasileiros, se tivermos milhares de espaços pelo Brasil a fora. A gente quer cantar em grupo, em banda, ou sozinho.

- A gente quer trocar, a gente quer mostrar, a gente quer intercambiar nossas diferentes formas e expressões artísticas, em múltiplos encontros, seminários, conferências, congressos, convescotes, autos, seja o que for que junte gente. E junte a gente.

- A gente quer meios de reprodução para a arte que permita a todos o acesso à arte. A gente quer que todos os brasileiros tenham direito ao direito fundamental de todos de ter acesso a toda forma de arte, de poder se enriquecer espiritualmente com a arte.

- A gente quer suplantar a forma de cultura de massa, imposta pela tv, que homogenisa tudo. A homogeneidade é um crime contra a diversidade cultural da humanidade e do povo brasileiro. A gente não é só um, a gente é multidão, a gente é arco-íris.

- A gente não quer só ouvir no rádio música estrangeira, a gente quer usar todos os espaços para todos os artistas brasileiros, de norte a sul, sem predominâncias regionais. A gente é gente em todo o Brasil.
- A gente quer banda larga para todos, para todos os artistas populares, para todos os pontos de cultura, para todas as tribos cidadãs.

- A gente quer mais aulas de História da Arte, a gente quer mais aula de Arte, a gente quer mais arte nas escolas públicas e privadas. A gente quer escolas de qualidade, a gente quer professores bem pagos, bem formados, empenhados.

- A gente quer mais bibliotecas, amplo acesso aos livros, livros a preços populares, livrarias populares para todo lado, feiras de livro, concursos literários, incentivo à prosa, incentivo à poesia.

- A gente quer teatros, salas de encenação, incentivo aos existentes e à criação de novos grupos de teatro, com formação de atores e diretores. A gente quer balé, a gente quer dançar, a gente quer sambar, a gente quer rir. A gente, que é palhaço, a gente quer circo, a gente quer praça, a gente quer trapézio, a gente quer lona, a gente quer público, e gente pra rir ainda mais.

- A gente quer fazer e ler poesia, quer mostrar nossos versos, nossas rimas, nossos livros. A gente quer publicar nossos livros de prosa e poesia.

- A gente quer fotografar, filmar, fazer roteiro, a gente quer fazer cinema. A gente quer mais espaço para o cinema brasileiro, um cinema criativo, não simples imitação de padrões impostos. A gente quer que funcione o sistema de distribuição dos nossos filmes.

- A gente quer preservar nossa memória cultural: nosso folclore, nossas festas, nossos reizados, nossos blocos, nosso samba, nosso bumba-boi, nossas violas, nossas rezas, nossos cantos, nossas danças, nossos cordéis, nossos terreiros, nossas toadas, nossas emboladas, nossos sanfoneiros, nossos repentes, nossos raps, nossos artesãos, nossos bonecos, nossas caretas, nossas máscaras, nossos carnavais, nossas feijoadas, nossa cachaça, nossos trajes, nossas bombachas, nossas galinhadas, nossos forrós, nossos são joãos, nossos jogos de futebol, nossas gravuras, nossa pinturas, nossas folias, nossas alegorias, nossas alegrias!

Para fazer um país rico, próspero, há que se voltar com todos os olhos para a vida cultural brasileira e permitir a este povo criativo que surja com suas cores, com seu canto, com sua raça, com sua graça. Pois o ser humano sempre quererá ser maior do que é, sempre se voltará contra as próprias limitações, sempre terá o anseio de tudo querer e tudo poder.

Avançamos muito, enquanto Brasil no governo do presidente Lula, mas podemos ir ainda mais longe. Podemos suplantar todas as incertezas quanto ao dia de amanhã que rondou sempre a gente brasileira, criando um novo país em que todo o povo também tenha tempo, disposição e desejo de se por em contato mais íntimo com a Arte, em todas as suas formas de manifestação.

Pois o ser humano “sempre necessitará da arte para se familiarizar com a sua própria vida e com aquela parte do real que a sua imaginação lhe diz ainda não ter sido devassada.” (Ernst Fischer)
 
A gente quer a vida como a vida quer*!

* trechos da música Comida, composição de Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Brito. 


* Artista plástica, membro do Atelier de Arte Realista de Maurício Takiguthi, designer gráfica. Graduanda em Letras pela FFLCH-USP. Membro da coordenação da Seção Paulista da Fundação Maurício Grabois.

Fonte: http://www.vermelho.org.br/coluna

Europa é sacudida por greves contra reforma da aposentadoria

 

A direita francesa, liderada pelo presidente Nicolas Sarkosy, conseguiu aprovar nesta quarta-feira (15) numa tumultuada sessão da Câmara Baixa do Parlamento em Paris, por 329 votos a favor e 233 contra, a antipopular reforma da Previdência que tem como elemento central o aumento da idade mínima de aposentadoria de 60 para 62 anos.


A questão ainda não está resolvida, uma vez que o texto será examinado em outubro pelo Senado. Pelo projeto, o aumento da idade mínima será realizado gradualmente - quatro meses por ano a partir de 1° de julho de 2011 para a geração nascida em 1951, a primeira que será afetada, até atingir 62 anos para todos em 2018.

Rejeitada por ampla maioria da sociedade, a reforma, que havia recebido cerca de 600 emendas, também eleva o limite de idade para ter direito à aposentadoria integral de 65 para 67 anos no caso das pessoas que não atingiram o tempo de contribuição exigido. Em outra reforma da Previdência realizada em 2003, o governo francês já havia aumentado o tempo de contribuição, também de forma gradual. Atualmente ele é de 40,5 anos. Em 2011, passará a 41 anos e atingirá 41,5 anos em 2020.

Tensão

A sessão de votação da reforma na Câmara dos Deputados foi iniciada na semana passada e retomada só nesta terça-feira, mas a sessão, que atravessou a madrugada, foi tensa e precisou ser interrompida. A oposição tentou protelar a votação, mas acabou sendo atropelada pela direita.

No dia 7 de setembro uma greve contra a reforma da Previdência sacudiu a França e envolveu 2,7 milhões de pessoas, de acordo com os sindicatos. Os trabalhadores convocaram nova paralisação para o dia 23 deste mês. A reação à ofensiva da direita contra o chamado Estado de Bem Estar Social (Ebes), construído no rastro da 2ª Guerra na Europa, é forte também em outros países.

Greve na Espanha

As centrais sindicais da Espanha marcaram uma greve geral para o próximo dia 29 com o objetivo de fazer o governo espanhol voltar atrás na sua proposta de modificar as leis que regem as relações trabalhistas. A França tem greve geral marcada para o dia 23.

Na França e na Espanha, os trabalhadores e os intelectuais se unem para fazer com que os dois governos alterem seus projetos trabalhistas. Na Espanha, o professor Antônio Baylos, colunista do Sul21, lidera um movimento que convoca as entidades e atores sociais compromissados com o Estado Democrático de Direito a se unirem para assegurar as garantias fundamentais à prevalência da vida saúdavel e à dignidade da pessoa humana.

O jurista da Universidade Castilla de La Mancha ressalta que a reforma trabalhista realizada pelo governo espanhol não tem nada a ver com a recuperação econômica. Para Baylos, a reforma tem um outro objetivo: reduzir custos, facilitar e subsidiar a demissão do trabalhador, dificultando e comprometendo o controle judicial.

Terceirização

O professor Baylos alerta que a nova política trabalhista espanhola interrompe o sistema de negociação coletiva por setor ao permitir que a negociação não ocorra em empresas que alegarem dificuldades econômicas. Vai permitir, assim, impulsionar a terceirização do trabalho, através do emprego temporário em vários setores, principalmente naqueles mais sensíveis ao risco como a construção civil, Vai, também, liberalizar as administrações públicas e agências privadas de emprego.

O jurista Antônio Baylos lembra ainda que este tipo de política é muito familiar na Europa, principalmente durante os anos 90 do século passado quando aconteceu uma redução dos direitos e garantias dos trabalhadores. Desde lá a luta contra a perda dos direitos trabalhistas é contínua.

Mercado ditatorial

A Europa vive ainda uma crise econômica. Espanha, Grécia e Portugal, dizem especialistas, estão prontos para uma crise de grandes proporções. Em Portugal, por exemplo, o governo estuda a retirada de vários benefícios até o final deste ano. O professor Baylos diz que a regra neolibral imposta pelo Fundo Monetário Internacional para países nesta situação, não resolve. Tem, apenas, causado sofrimento, desigualdade e desespero.

Ele afirma: “sabemos muito bem o que significa a ditadura do chamado ‘mercado’ sobre a vontade do povo, o descrédito e os mecanismos de controle democrático do poder político e econômico”. E ressalta que “somente a revitalização e o fortalecimento democrático do poder político para dominar a economia e diminuir a desigualdade econômica da dominação social e cultura imposta pelo poder privado nas relações sociais e de trabalho, tem permitido uma recuperação significativa das aldeias em que estes processos democráticos foram construídos”.

Ele completa: “o fortalecimento dos direitos sociais, concebidos como direitos humanos devem ser protegidos e garantidos numa base prioritária à oportunidade de ganho e de lucro, passando a mão para além da recuperação econômica e um crescimento razoável e sustentável de nossas economias”.

A greve geral

Com o relato de todas estas condições impostas pela lei trabalhista que o governo espanhol trabalha para implantar, os sindicatos e os agentes sociais estão convocando a greve geral para o dia 29 de setembro, quando também estão previstas manifestações em toda a Europa em defesa dos direitos conquistados pela classe trabalhadora.

O professor Baylos apoia o chamamento de paralisação total no país. Por sua longa experiência, Baylos lembra que devem ser abandonadas estas políticas de reforma que promovem a desigualdade social e diminuem os direitos dos trabalhadores espanhóis.

Solidariedade

Ele considera importante e justa a chamada da Confederação Europeia de Sindicatos para a mobilização dos diferentes países europeus contra a política da Comissão Europeia, que procura uma saída para a crise neoliberal. Para Baylos, é um compromisso de todos manifestar-se cidadã e democraticamente para obrigar o governo espanhol a abandonar a política de reforma trabalhista, globalmente recessiva e injusta socialmente.

O professor Antônio Baylos enviou a diversos setores do Brasil e outros países latino-americano um manifesto solicitando apoio à greve geral espanhola, por meio de um abaixo-assinado, que deve ser enviado a Espanha até o dia 20 de setembro. Baylos lembra a importância da participação – neste protesto – de instituições e associações de advogados e juízes, de universidades e de observadores sociais. A Associação Latino-americana de Advogados Trabalhistas (Alal) já deu seu apoio ao manifesto, institulado Não ao Retrocesso Social.

Da redação, com informações das agências e do jornalista gaúcho Jorge Seadi


Fonte: http://www.vermelho.org.br/noticia. 

quinta-feira, 9 de setembro de 2010


         Dependência juvenil ao celular já é similar à do         

                                      uso de drogas                                            


Quem tem smartphones como BlackBerry e iPhone sabe como é difícil resistir a duas tentações acopladas em um mesmo produto: o telefone e o computador. Aos poucos, os brasileiros repetem o que já acontece em países desenvolvidos: trocam o convívio real com pessoas em bares, restaurantes, reuniões de trabalho, salas de aula e até festas pelo contato virtual em celulares, nos quais podem ler e-mails, entrar em sites, mandar torpedos.


Quem está de fora geralmente reclama, com razão. Psicólogos e cientistas alertam para o novo fenômeno de massa, a escravidão virtual. E, não por acaso, esses usuários estão começando a ser chamados de “Geração CrackBerry”, numa alusão à droga crack e ao smartphone mais vendido no mundo, o BlackBerry.

O empresário carioca Marcelo Magalhães, 32 anos, sabe o que é isso. Ele tem um iPhone e um BlackBerry. Magalhães mal acorda e confere suas mensagens. Claudia Mello, 37 anos, promoter no Rio de Janeiro, até já desenvolveu uma estratégia: em lugares públicos, foge para o banheiro para atualizar sua caixa de entrada em paz. “Fico nervosa com aquele vermelhinho de e-mail piscando”, diz, referindo-se à luz vermelha que avisa a chegada de uma nova mensagem. Uma nova pesquisa da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, comprovou a dependência desse equipamento. Dos jovens entrevistados, 69% disseram ser mais provável esquecer a carteira do que o celular, 75% já tinham adormecido com o iPhone na cama, 71% disseram já ter usado o aparelho para evitar fazer contato visual e 36% admitiram que ouviram reclamações pelo uso excessivo do smartphone. Um estudo de 2006 da Rutgers University, de Nova Jersey, revelou que um terço dos usuários de BlackBerry mostrava sinais de vício similares aos de alcoólatras.

Criados para otimizar o tempo e diminuir a dependência de um escritório fixo, os smartphones são símbolo de uma era em que “fazer-tudo-ao-mesmo-tempo-agora” é necessário para dar conta das muitas obrigações pessoais e profissionais. Mas o psicólogo Cristiano Nabuco de Abreu, coordenador do Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso do Hospital das Clínicas de São Paulo, alerta para o fato de que o cérebro precisa de momentos de relaxamento. “A superestimulação pode gerar um quadro semelhante ao de estresse”, diz ele. Engana-se quem pensa que joguinhos, Twitter e sites de relacionamento configuram descanso. Nada disso relaxa, diz Abreu, que compara o fascínio pelo cigarro das gerações passadas ao vício em celulares atualmente.

Os smartphones ainda não são utilizados em massa no Brasil, mas em apenas um ano as vendas cresceram 69,2%, segundo dados da consultoria Gartner. As amigas Maria Eduarda Souza, 20 anos, Jessica Resnick, 19, e Giovanna Nadruz, 20, trocam mensagens entre si durante as aulas na faculdade. Jessica usa seu smartphone como despertador, passa-tempo, computador etc. “É viciante mesmo”, admite. O estudante Roberto Neto, 20 anos, não acredita que vá ficar dependente de seu BlackBerry como seu amigo Bernardo Zerkowski, da mesma idade, que “surta” sem seu iPhone. “Tenho o aparelho há dois anos e hoje não me adaptaria a um celular normal”, diz Bernardo. Quem estiver em dúvida sobre quão grave é seu caso, pode baixar o aplicativo I Love BlackBerry, que calcula quantas horas o usuário deste aparelho gasta com ele. E descobrir se pertence à “Geração CrackBerry.”

Fonte: IstoÉ

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        Haddad diz que desafio é levar idoso morador do     

                              campo à escola                                          


Atrair uma população idosa e moradora do campo para retornar às salas de aula é o principal desafio para reduzir as taxas de analfabetismo no país, avaliou o ministro da Educação, Fernando Haddad.


Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Pnad/IBGE) de 2009, divulgada nesta quarta-feira, 9, o Brasil tem atualmente 14 milhões de analfabetos, o que representa 9,7% da população acima de 15 anos.

De acordo com Haddad, nas áreas urbanas, na população entre 15 e 49 anos, a taxa de analfabetismo é inferior a 4%. Ele ressaltou ainda que a idade média do analfabeto no Brasil é de 56 anos. “É uma população dispersa pelo território e economicamente ativa. São pessoas que só teriam a noite ou o fim de semana para estudar. Não é uma tarefa qualquer.”

Em 2000, o Brasil assinou acordo internacional com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) comprometendo-se a reduzir em 50% a taxa de analfabetismo até 2015. Isso significa chegar ao patamar de 6,7% em seis anos. As últimas edições da Pnad mostraram que a queda tem sido lenta. De 2007 para 2008 foi de 0,1% e de 2008 para 2009, de 0,3%.

Na avaliação do ministro, será necessário um “esforço adicional” para atingir essas metas. Segundo ele, é preciso continuar apostando na colaboração com municípios para chegar até essa população. “Acredito que o próximo censo [do IBGE] será uma grande instrumento para promover as alterações necessárias para acelerar o passo”, afirmou. De acordo com ele, o censo trará um diagnóstico mais preciso do problema, permitindo o trabalho com prefeituras e regiões onde as taxas são mais altas.

Fonte: Agência Brasil