sexta-feira, 18 de setembro de 2009

17 de Setembro de 2009 - 15h34

Obra pioneira na luta feminista é relançada pela Imprensa Oficial

 Lançado pela primeira vez em 1923, "Voto feminino e feminismo" volta ao mercado editorial agora com a edição fac-similar que a Imprensa Oficial lança em 18 de setembro, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, no Largo São Francisco.

Diva Nolf Nazario era uma jovem estudante de direito corajosa e obstinada que, na São Paulo da década de 1920, acreditava na igualdade de direitos entre homens e mulheres. Ao tentar alistar-se como eleitora, teve a solicitação negada seguidas vezes --afinal, votar, naquele tempo, era algo exclusivo para o sexo masculino. Os obstáculos a desafiaram e a sua batalha pelo voto ganhou uma coluna na imprensa onde comentava suas próprias idas e vindas na busca da cidadania plena e o desenrolar do movimento feminista no Brasil e lá fora.

“Voto feminino e feminismo" é o resultado desse conjunto de artigos, uma obra até então rara e agora republicada em edição fac-similar da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, cujo lançamento será no dia 18 de setembro, ao meio-dia, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo - Sala Visconde de São Leopoldo, no Largo São Francisco, 95, em São Paulo.

O "livrinho", como modestamente o denominava Diva, está longe do diminutivo modesto. Foi uma obra de impacto na época e é hoje um dos principais registros dos primeiros anos de ação feminista no país. Com seus textos, encerrados muitas vezes com frases como "Viva o Brasil" e "Viva o voto feminino", a autora pretendia, como ela mesma diz, "fazer ruir todas as atribuições de fraqueza e de incapacidade da mulher para fins políticos".

"Este pequeno livro, em sua simplicidade, é um significativo documento das lutas femininas pela emancipação", afirma o advogado e professor Claudio Lembo, ex-governador de São Paulo, responsável por redescobrir a obra. "Os leitores encontrarão nas páginas desta publicação os muitos obstáculos superados pelas mulheres na batalha pela autoafirmação. Alguns dos acontecimentos narrados se desenrolaram no interior da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, hoje majoritariamente ocupada pelas jovens estudantes de Direito".

Pelos familiares, Diva é lembrada como uma mulher extraordinária, trabalhadora e sempre à frente de seu tempo: usava jeans e dirigia carros muito antes que se tornassem hábitos comuns entre as mulheres. Em seu livro, revela-se pesquisadora incansável do território constitucional do período (1889-1891), particularmente no que se refere ao percurso evolutivo do voto feminino no panorama nacional e internacional.

Três textos complementam a edição. A apresentação é da professora de direito da USP Monica Herman Caggiano, que trata da contribuição de Diva Nolf Nazario na causa feminista brasileira. A obra, segundo ela, é "quase um grito de liberdade da autora na incansável perseguição pela conquista dos direitos políticos da mulher, do seu direito de votar e de participar do polo de tomada das decisões políticas, enfim, do direito de ser reconhecida como cidadã"

Talita Nascimento, terceira mulher eleita para a presidência do Centro Acadêmico XI de Agosto, do Largo de São Francisco, escreve o texto seguinte, sobre a influência dos valores democráticos e igualitários da agremiação para que Diva Nazario fosse atrás de seus direitos - fator culminante para a revolução da mulher no século XX.

Na conclusão da obra, Augusto Buonicore, historiador e mestre em ciência política pela Unicamp, traça um panorama da história das mulheres na luta pelos direitos políticos no Brasil. Apesar das conquistas, ainda há muito a vencer: as mulheres ainda são as maiores vítimas de violência doméstica e de abuso sexual na infância. Outras formas de opressão são praticadas, como o preconceito e a discriminação.



A autora

Regina Cecília Maria Diva Nolf Nazario nasceu em 22 de novembro de 1897, na Fazenda Itatinga, no município de Batatais, em São Paulo, e faleceu em 18 de abril de 1966. Em 1907, viajou com seus pais para a Bélgica e lá permaneceu durante 10 anos. Retornando a São Paulo, fez o curso de Direito na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, onde conheceu Luiz Duarte Ventura, com quem se casou em 1931, quando adotou o nome Diva Nolf Nazario Ventura. Desse casamento teve dois filhos, que lhe deram três netos e cinco bisnetos.



Diva Nolf Nazario
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo
232 páginas

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

14 de Setembro de 2009 - 17h15

Embaixador de Honduras é expulso de audiência da ONU

O embaixador de Honduras na sede da ONU em Genebra, José Delmer Urbizo, foi expulso hoje da audiência do Conselho de Direitos Humanos da organização, a pedido dos países da América Latina e Caribe, que argumentaram que ele não representa o Presidente deposto Manuel Zelaya, considerado o único legítimo.

 

Quando funcionários da ONU se aproximaram do diplomata para tirá-lo da sala de audiência, ele respondeu: "saio sozinho". Em seguida, olhou para os presentes e gritou: "eu voltarei".

O episódio paralisou as atividades do Conselho de Direitos Humanos por cinco horas. Os países da América Latina e Caribe, assim como praticamente todo o restante da comunidade internacional, não reconhecem o governo de facto de Honduras, liderado por Roberto Micheletti.

O presidente do Conselho, o embaixador belga Alex Van Meeuwen, não permitiu que Urbizo se manifestasse em plenário, e ordenou que deixasse a sala logo após o anúncio de sua expulsão.

O diplomata expulso representava no Conselho de Direitos Humanos da ONU os interesses do governo que derrubou o presidente Manuel Zelaya, no último dia 28 de junho, abrindo espaço para a nomeação de Micheletti.

Entre hoje e o dia 2 de outubro, realiza-se a 12ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que terá pela primeira vez desde sua criação, em 2006, a presença dos Estados Unidos. O conselho é composto por 47 países.

Da Redação,
Com informações da Ansa
14 de Setembro de 2009 - 14h55

Pesquisa mostra sub-representação da mulher no poder estadual

Pesquisa divulgada pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) revela a continuidade da sub-representação feminina no primeiro escalão dos governos estaduais e do Distrito Federal, assim como já revelado nas capitais. Das 528 secretarias, 87 (16,48%) são ocupadas por mulheres, enquanto 441(83,52%) tem homens como titulares.

O estudo também revela que a maioria das secretárias ocupa pastas ligadas a Políticas Sociais, 73,56%, demonstrando uma clara tendência de delegar às mulheres pastas relacionadas ao cuidado e à extensão do doméstico. As informações foram apuradas entre os dias 4 de maio e 4 de julho, junto aos 26 estados e ao Distrito Federal.

A região Norte tem o maior percentual de secretárias, 21,32%, e Mato Grosso do Sul é o estado que mais próximo chega à paridade entre mulheres e homens no primeiro escalão estadual, com 45,45%.

Comparando com o estudo das capitais, o dado positivo do estudo é que existe um maior número de Secretarias de Políticas para as Mulheres, cinco, enquanto nas capitais apenas uma secretaria recebia esta denominação. A nova pesquisa revela que a presença feminina nos estados, 16,48%, é menor que nas capitais, 19,85%, e que nas pastas relacionadas a Políticas Sociais, as secretárias representam bem mais que nas capitais, 73,56%, contra 59,49%.

O estudo sobre a presença feminina no governos estaduais foi publicado no lançamento do novo site www.maismulheresnopoderbrasil.com.br. O site começa uma nova fase e incorpora novas áreas de informação: Executivo, Legislativo, Judiciário, Empresa e Sociedade, consolidando as propostas do 2o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, que visa a ampliação da participação feminina nos espaços de poder e decisão.

Por regiões



Assim como aconteceu nas capitais, a região Norte apresenta o maior percentual de mulheres ocupando secretarias estaduais, 21,32%, superando a média nacional de 16,48%. O Pará, governado por uma mulher, tem a segunda melhor média nacional de mulheres secretárias entre os estados, 27,27%.

A região Centro-Oeste apresenta o segundo maior percentual de secretárias estaduais, 17,65%, e o estado de Mato Grosso do Sul foi o que mais próximo chegou da paridade entre mulheres e homens no primeiro escalão estadual, 45,45%. Também está na região Centro Oeste o maior percentual de mulheres na administração de pastas relacionadas a Políticas Sociais, 83,33%, acima da média nacional de 73,56%.

Terceira região no ranking nacional, o Sudeste tem percentual de 16,87% de mulheres à frente das secretarias estaduais, praticamente a média nacional. É onde existe a maior diversificação de pastas administradas por mulheres: Políticas Sociais, 64,28%, Administração e Economia, 28,57%, e outras, 7,14%. O estado com melhor participação feminina no Sudeste foi o Rio de Janeiro, com 26,31%.

Mesmo com a crescente participação política das mulheres no Nordeste, a região aparece em penúltimo lugar entre as regiões, com 13,48%. Apesar do bom desempenho do estado de Alagoas, com 26,31% de secretárias estaduais, e ser a região com o maior número de Secretarias de Políticas para as Mulheres, três das cinco existentes no país, está no Nordeste o estado com o menor percentual nacional de secretárias, Pernambuco, apenas 3,84%.

Assim como aconteceu na pesquisa divulgada em março, que mediu a presença feminina nas secretarias das capitais, o Sul ocupa o último lugar nacional entre as regiões brasileiras, com 12,7% de mulheres ocupando o primeiro escalão dos governos estaduais. O estado que apresenta o melhor desempenho é o Paraná, com 22,72% de secretárias estaduais.


Fonte: SPM

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

11 de Setembro de 2009 - 0h01

Diálogos da perplexidade: para onde vai o jornalismo

Venicio A. de Lima *

Por Muniz Sodré em 8/9/2009

Prefácio de Diálogos da Perplexidade – Reflexões críticas sobre a mídia, de Bernardo Kucinski e Venício A. de Lima, Editora Fundação Perseu Abramo, São Paulo, 2009; título e intertítulos do Observatório da Imprensa, lançamento previsto para setembro.
Perplexidade é palavra que pode inicialmente fazer lembrar o famoso Guia dos Perplexos, de Moshe Ben Maimon ou Maimônides, o mais importante pensador do judaísmo na Idade Média. Complexo, denso e em muitos aspectos atual por sua inquirição sobre integridade e ética, o tratado de Maimônides sempre foi lido pelos eruditos como uma busca de conciliação entre razão e fé, mas por todos os estudiosos como um guia para o aprimoramento humano. Perplexidade não é o estado do descaminho, mas a condição de possibilidade para que, da interpretação adequada, surja a iluminação.

Acho que é bem este o sentido que se deve à palavra em Diálogos da Perplexidade, de Venício Lima e Bernardo Kucinski. Lima é professor universitário, pesquisador e ensaísta antenado com o que o discurso crítico da mídia tem de melhor. Kucinski, além de professor, tem longa experiência em redações de jornais, sempre acompanhada de veia crítica da melhor cepa, como bem demonstram seus textos, pronunciamentos e ações. Neste livro, dialogam sobre o objeto que os deixa "perplexos", mais propriamente no sentido do talmudista que inspiraria S. Tomás de Aquino, assim como Spinoza e Leibniz.

Tal objeto é o destino do jornalismo em todas as suas modulações contemporâneas, sob o influxo das novas tecnologias da informação. Kucinski é taxativo: "Acho que a questão central, hoje, do jornalismo, são os desdobramentos dessa revolução tecnológica da internet e todas as ferramentas associadas. O que isso muda? Quer dizer, está mudando tudo, e ainda vai mudar mais, mas até que ponto já se pode fazer algumas previsões sobre o jornalismo?".

A questão pode ser resumida, com o adicional de uma pequena suspeita (típica, aliás, da perplexidade talmúdica): Para onde vai o jornalismo, se for?

Claro sintoma

Apesar da diversidade dos temas e das inflexões pessoais, fica evidente nos diálogos que Lima e Kucinski encontram uma unidade de pensamento na constatação de que, posta num novo tempo tecnológico (o das máquinas de transmissão e estocagem eletrônicas, que condensam a temporalidade no presente), a informação pública tradicionalmente capitaneada pelo jornalismo tende a ser pontuada por sua própria operatividade técnica, ou seja, pela velocidade de transmissão, assim como pelas características de instantaneidade, espaço ilimitado e baixo custo da rede cibernética. Pessoalmente, temos repetido que, desde a velha técnica política de funcionamento da linguagem (a retórica de que se vale o jornalismo desde o começo), chegou-se a uma tecnologia de representação do mundo aparentemente mais comprometida com os valores de seu próprio funcionamento técnico (velocidade e mercado) do que com os valores da velha Polis humanista. A interação em si mesma é o valor.

Isso não é nenhuma abstração teórica. Basta escutar alguns dos analistas do jornalismo em rede eletrônica para ficar sabendo que os "valores" da rede eletrônica têm mais a ver com rotinas de trabalho do que com o clássico sentido de orientações de natureza ética. Nada a ver aí com as preocupações de Maimônides no sentido de aperfeiçoamento da comunidade humana. Não se trata do simples uso de novas tecnologias, e sim de uma outra forma de pensar, que implica tanto a diversidade dos formatos industriais voltados para a maior interatividade com o público quanto uma certa despreocupação com o ideário liberal que propulsionou a imprensa do século 19 para cá. O "serviço" e o entretenimento parecem deixar em segundo plano a dimensão contraditória (a política) na constituição da cidadania.

Parte daí a conhecida hipótese de que essa nova face da informação pública ponha em crise a própria identidade do jornalismo clássico como mediação discursiva e como funcionalidade específica de um grupo profissional, voltado para produção de notícias em função de uma temporalidade tradicional. Disto um claro sintoma é a questão levantada por Pierre Lévy, arauto da cibercultura: "Seria ainda necessário, para se manter atualizado, recorrer a esses especialistas da redução ao menor denominador comum que são os jornalistas clássicos?".

Temas candentes

Lima e Kucinski não falam, porém, como profetas do apocalipse. Com o pressuposto implícito de que, em termos de informação pública, será sempre necessário formar uma comunidade discursiva – alimentada pelos interesses, ainda que flutuantes ou instáveis, dos leitores –, ambos deixam claro que uma outra forma de pensar e novos tipos de público são diretivas em potencial para a constituição de um jornalismo "de qualidade", analítico, capaz de agendar os temas vitais para a cidadania e alternativo à informação imediata freqüente na televisão e, principalmente, na internet.

Lima mostra-se, assim, francamente esperançoso quando à internet, apontando para o seu enorme potencial no tocante a novas configurações da vida social: "De 2003 para cá, um fato que acho muito importante é a realização de conferências nacionais em diversas áreas de políticas públicas – saúde, meio ambiente, mulher, juventude, educação etc. –, que implicam uma mobilização de setores da sociedade civil que começa em nível local, no município, em nível regional, estadual, até chegar ao nível nacional. A grande mídia ignora esse processo, não se interessa por ele, acha que não é importante. Trabalhadores se reúnem num ginásio em Brasília, aos milhares, do país inteiro, durante toda uma semana, e a mídia não fala nada. Como se não tivesse existido".

Diálogos da Perplexidade, como se vê, é publicação útil e oportuna. Geralmente os temas candentes do jornalismo e da rede eletrônica são abordados com linguagem arrevesada, futurística, não raro desnorteada, extraviada como uma nave em Guerra das Estrelas. Que fazem Lima e Kucinski? Não voam, nem se perdem.

Artigo publicado no Observatório da Imprensa
10 de Setembro de 2009 - 18h43

Assembléia gaúcha abre processo de impeachment contra Yeda

O presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputado estadual Ivar Pavan (PT), aceitou nesta quinta-feira (10) o pedido de impeachment contra a governadora Yeda Crusius (PSDB). Segundo Pavan, a decisão foi baseada em informações extraídas de sindicâncias internas do governo gaúcho, da Polícia Federal, e do Ministério Público Federal, que move ação de improbidade administrativa contra Yeda e mais oito pessoas.

O processo de impeachment aberto contra a governadora é o segundo da história do Brasil, afirma nota divulgada pela Agência de Notícias do Legislativo gaúcho. O primeiro foi o do ex-presidente Fernando Collor de Mello, ocorrido em 1992. O pedido de impeachment foi apresentado pelo Fórum dos Servidores Públicos do Estado, no último dia 9 de julho. O Fórum é composto por dez entidades: Sindicaixa, Ugeirm/Sindicato, Simpe, Sindiágua, Semapi, Sindsepe, Sindjus, Sindet, Federação dos Bancários do RS e CPERS/Sindicato.

Segundo o presidente da Assembléia Legislativa, o pedido está baseado em “26 fortes indícios de improbidade administrativa encontrados em diversas fontes”.

No dia 18 de agosto, Ivar Pavan formou uma comissão técnica para analisar o pedido encaminhado pelo Fórum de Servidores. Há uma semana, Pavan reuniu-se com a juíza Simone Barbisan Fortes, da 3ª Vara Federal de Santa Maria , quando obteve acesso à íntegra das denúncias contidas na ação encaminhada pelo Ministério Público Federal, relativa ao desvio de R$ 44 milhões dos cofres do Detran-RS. Após a análise dos documentos, o parlamentar decidiu encaminhar o pedido ao Plenário da Casa, para leitura e publicação no Diário da Assembléia, o que ocorrerá no dia 14 de setembro. Segundo informou o procurador do Legislativo, Fernando Ferreira, será formada uma comissão composta por 36 deputados (dois terços da Casa), respeitada a proporcionalidade de cada partido e com assento garantido a todas as bancadas.

Esta comissão escolherá um relator e um presidente que coordenarão a análise do processo. A base de apoio do governo Yeda terá maioria nesta comissão. Os proponentes do pedido, no entanto, anunciam que pretendem intensificar a mobilização em defesa da investigação das denúncias que embasam o processo de impeachment.

Para a presidente do Centro de Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS/Sindicato), Rejane de Oliveira, “a Assembléia Legislativa terá que cumprir com o seu papel que é o de buscar respostas para a sociedade gaúcha”. Segundo ela, “o pedido foi embasado em fatos de concretos, em provas e acontecimentos”. “Portanto, achamos que o encaminhamento está tendo o rigor necessário de quem quer resolver o problema que o Rio Grande do Sul está sofrendo”, acrescentou.

Yeda sabia de tudo, diz Lair

Cumprindo o que havia prometido para hoje, a deputada gaúcha Stela Farias (PT), que preside a CPI que investiga o governo Yeda, leu trechos do depoimento prestado por Lair Ferst ao Ministério Público Federal no dia 23 de janeiro deste ano, cujo conteúdo foi liberado pela juíza Simone Barbisan Fortes aos membros da CPI e não se encontra sob sigilo de Justiça.

Ao ser questionado pelos promotores, Lair diz que a troca da Fatec pela Fundae como prestadora de serviços ao Detran - e que deu origem a uma reorganização no esquema criminoso montado a partir da autarquia - foi autorizada pessoalmente por Yeda Crusius em uma reunião da qual participaram a governadora, Carlos Crusius, Delson Martini, Walna Meneses, Daniel Andrade e Chico Fraga.

Lair também revela que Yeda Crusius tanto sabia que ele seria excluído do esquema com a mudança de fundações, que pediu que ele ficasse tranquilo, pois seu caso seria resolvido, o que não aconteceu. “Me senti traído”, confessou aos promotores.

Lair ainda contou que, ao constatar que tinha sido deixado de fora da planilha da propina, foi reclamar com Chico Fraga, que lhe mandou reclamar para Yeda.

-Foi ela quem determinou os percentuais e não há nada pra ti, garantiu Chico Fraga.

Segundo Lair Ferst, Yeda Crusius sabia que empresas da sua família tinham sido contratadas pela Fatec como sistemistas, que conversou com a governadora sobre a situação e que Chico Fraga, quando anunciou que a substituição da Fatec pela Fundae foi explícito em afirmar que “falava em nome da governadora”.


Fonte: Blog RS Urgente / Marco Weissheimer

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Partido Vivo


9 de Setembro de 2009 - 18h19

Escola do PCdoB marca novo curso e quer mais presença feminina

O próximo curso de nível 3 da Escola Nacional de Formação do PCdoB já tem data marcada: dias 11 a 23 de janeiro. Ele seguirá os mesmos critérios do realizado no final de julho, em Atibaia (SP) e terá igual número de vagas: 100. Para essa próxima edição, a Escola espera poder contar com um número maior de mulheres. “A formação não depende apenas da vontade pessoal. O partido deve estimular e criar condições para a maior participação feminina”, destaca Nereide Saviani, diretora da ENF.  

Segundo Nereide, “parece haver certo descuido, por parte das direções, com relação às mulheres. Muitas vezes o fato de serem mães ou chefes de família dificulta sua participação. O mesmo acontece, por exemplo, com os jovens operários. Isso pode parecer uma questão individual, mas não é”.

Ela avalia que ainda há uma preocupação maior entre os comitês estaduais de garantir as vagas a que têm direito sem, no entanto, atentar para o estímulo à inserção das mulheres nas atividades de Formação. “De fato, o partido está inserido numa realidade social em que a inclusão feminina é dificultada por uma série de fatores, mas é essencial que os comunistas atentem para essa questão”. Com a preocupação de aumentar o número de mulheres na vida partidária, o PCdoB adotou a cota mínima de 30%. “Mas, isso não aconteceu, por exemplo, no último curso, quando as mulheres representaram 27,11% do total de 62 alunos”, lamenta Nereide.

Para mudar esse quadro, a Escola Nacional tem procurado chamar atenção dos comitês estaduais para que o próximo curso tenha mais alunas. “Além de criar melhores condições para elas, é preciso que as direções as estimulem também. Mas, isso é uma via de mão dupla: para que de fato deflagremos um movimento de maior participação feminina, conclamamos as direções estaduais para atentarem para isso e, ao mesmo tempo, esperamos que as mulheres pleiteiem sua participação junto aos comitês estaduais”.

O próximo curso terá o mesmo formato e conteúdo do realizado em julho, com alguns ajustes pontuais sugeridos pelos alunos e professores. Além disso, aqueles que não puderam terminar seu curso agora poderão, após análise de caso por parte da Escola Nacional, continuar seus estudos em janeiro. “Em seguida, o grupo de trabalho responsável pelo currículo fará uma avaliação levando em conta os núcleos e, em cada nível, como esses núcleos estão articulados”, explica a diretora.

Após a realização deste curso, a Escola vai se focar no desenvolvimento do que deve ser o último nível de formação: os estudos avançados. “Nossa ideia é que tenhamos uma capacitação frequente e continuada e, para isso, contamos com os estados”. A eles cabe a aplicação do nível 1 e, pouco a pouco, a direção nacional espera que o nível 2 também possa ser ministrado pelas seções estaduais. Hoje, já existem experiências regionais. O nível 3 e o avançado ficam a cargo da direção nacional.

“Nossa expectativa é constituir e consolidar as seções estaduais para que, futuramente, a esfera central possa se ocupar com o desenvolvimento do nível avançado, bem como a questões relativas à pesquisa”, coloca Nereide. Além disso, “queremos investir na educação à distância para chegarmos mais longe com a nossa formação. Tecnologia para isso existe, mas sua implantação depende da preparação de professores locais que possam aplicar o curso”, complementa.

Balanço

Na avaliação de Nereide Saviani, apesar de não terem sido completadas as 100 vagas disponíveis, “a presença de 62 pessoas foi positiva levando em conta que o semestre foi marcado por eventos variados e pelo processo congressual do próprio PCdoB”. Segundo ela, na avaliação dos professores, o nível das intervenções e avaliações revelaram evolução dos conhecimentos dos alunos.

O curso teve um diferencial em relação aos de nível 2: os certificados serão entregues após avaliação, em formato de monografia, artigo ou fichamento de livro. A indicação dos temas, da bibliografia e do orientador deve ser feita pelos alunos até o dia 20 de novembro e o trabalho finalizado terá como prazo final 28 de fevereiro.

Neste curso, houve a participação de 19 membros do Comitê Central, três como alunos e os demais como professores ou expositores – que totalizaram 27. O balanço feito pela direção nacional da Escola mostra que neste último curso houve “equilíbrio geral entre as faixas etárias considerando-se o critério de faixas por cinco anos”. No caso de faixas mais largas, a avaliação aponta que o maior percentual está nos alunos entre 20 e 30 anos, com 33,88%, seguida pelas faixas de 31 a 40 anos, com 23,72%; 41 a 50 anos com 23,72% e os acima de 50 anos com cerca de 20%.

Ainda conforme a avaliação, 20,33% dos participantes é profissional do partido, 30,5% funcionários públicos, 22% professores e 23,72% estudantes. Mais da metade – 57,62% – é de militantes há mais de dez anos e 30,5% entre seis e dez anos.

No que diz respeito à formação, o documento mostra que a grande maioria, 90%, participou das atividades do nível 2 (centralizadas ou regionalizadas). Dentre os que informaram sua atuação, 20,33% são da frente sindical e 18,64% da juventude. Do total, 54% atuam de alguma maneira no âmbito da formação militante.


De São Paulo,
Priscila Lobregatte
9 de Setembro de 2009 - 20h08

Paulo Henrique Amorim: nem o Jabor aguenta mais o Serra (e SP)

Amiga navegante ouviu hoje a CBN, a rádio que troca a notícia. Elá estava o Jabor. Nem o Jabor aguenta mais o Serra, o fujão.


Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada


Jabor diz que São Paulo é a cidade mais poluída do mundo, ao lado da Cidade do México. Que, aqui, a Sodoma financeira, a terra do sub-capitalismo selvagem, do capitalismo sem regras, criou um cinturão negro de escravos e assaltantes.


(Êpa, êpa, lá vem o “vândalo”…)


Antes, São Paulo era o progresso, o orgulho, a locomotiva que ia nos salvar. A locomotiva quebrou. Hoje, São Paulo é o maior problema do país. Jabor, bem-vindo ao clube!


São Paulo, caríssimo colega Arnaldo Jabor, tem um problema que você não menciona. É o PiG (*), Jabor. O PiG (*) de que a tua CBN faz parte. Do SPTV, que omite, distorce e protege os tucanos. Uma imprensa que engana os moradores da cidade. Ilude. Vende a idéia de que São Paulo é a Chuíça (**), é a Lucerne do Gilberto Dimenstein. Um PiG (*) que sentou no colo dos tucanos há 15 anos e passa a mão na cabeça incompetente deles todos, Jabor.


A imprensa não é o pior de São Paulo. Nem a falta d’água, que você denuncia. O pior é a elite branca. De que o PiG (*) é cúmplice. Deste capitalismo sub-selvagem.

Jabor, sai do Jardim Paulistano e dá um pulo hoje em Heliópolis. Vai ver como está a coleta de lixo, Jabor. Sabe qual é a cara de São Paulo, Jabor? É o Maluf. Hoje, fantasiado de José Serra.


Bem-vindo ao clube, Jabor.




(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Chuíça é o que o PiG (*) de São Paulo quer que o resto do Brasil ache que São Paulo é: dinâmico como a economia Chinesa e com um IDH da Suíça.