Este
mês de fevereiro a Escola de Frankfurt completa 90 anos de fundação.
Sem dúvida uma das grandes referência de organização de
intelectuais em torno de estudos paradigmáticos de uma época.
Intelectuais como Max Horkheimer, Theodor W. Adorno, Herbert Marcuse,
Friedrich Pollock, Erich Fromm, Otto Kirchheimer, Leo Löwenthal,
Jürgen Habermas, Walter Benjamin entre outros. Todos encarregados de
sintetizar o trabalho de grandes pensadores como Kant, Hegel, Marx,
Freud, Weber e Lukács. Embora formado alguns anos depois a Escola é
também contemporânea do 'Circulo Viena' outro marco de Estudos no
século XX, que se encontrava informalmente antes da Primeira Guerra
Mundial e oficialmente a partir de 1919 composto por um
conceituadíssimo grupo de teóricos centrado nos estudos que ficou
conhecido como 'positivismo lógico'.
Entre
erros e acertos o legado recebido da Escola de Frankfurt é o que nos
faz apontar questionamentos e novas proposições (criticas
fundamentadas) ao universo da vida social iniciada por estes. Desde a
fundação da Escola temos convivido com uma espécie de atualização
continua de acontecimentos, impactos do desenvolvimento industrial e
social sobre cada individuo entre outros. Sempre que se aponta o dedo
muito mais com stigma do pré-conceito dos estudos propostos, seja
eles ao suposto revisionismo da escola em relação a Karl Marx ou
Sigmunt Freud uma única certeza nos afeta a de que a Escola foi
maior que nosso silêncio. E para apontar qualquer lacuna precisamos
nos romper, nos colocar a caminho, nos aprofundar indo além das
firulas de nossas doutrinas. Ou seja, além de tudo aquilo que nos faz fechar
os olhos ao que passa ao nosso lado.
O
Certo é que a Escola de Frankfurt poderia servir como um grande
modelo do qual muitos intelectuais da acadêmia no Brasil precisam
para colocar os olhos além da sala de aula ou sala de estudos
individual e ver o mundo aqui fora empiricamente. Isso com certeza
iria contribuir e muito para que pudéssemos avançar muito nas mais
diversas áreas da 'ciência' e 'cultura' como um todo em nosso país.
Mas pra isso seria necessário apenas que cada pudesse se despir
deste suposto 'universalismo' do intocável, do inquestionável.
Desta leveza arrogante que os faz caminhar sobre plumas epistêmicas
do individualismo.
"(...)
o teórico que se encontra em oposição é considerado às vezes
como inimigo e criminoso, às vezes como utopista e alienado do
mundo, e a discussão em torno dele não terá um resultado
definitivo nem após a morte. O significado histórico do seu
trabalho não se estabelece por si mesmo; ao contrário, depende do
fato de que atuem por ele e o defendam. Esse significado não faz
parte da figura histórica acabada." (Horkheimer, M. Teoria
Tradicional e Teoria Critica artigo de 1937, pp. 31-68. p.53)
As
divergências são filhas do tempo, solo fértil na construção das
mudanças que o mundo tanto precisa. Será sempre na tensão
dialética das ideias onde se faz boas colheitas de alternativas que
acenam a direção dos bons ventos pra onde sopra as mudanças que
cada indivíduo e o mundo seu campo de passagem tanto suscitam! Nada
é para sempre, principalmente qualquer ideia que tenha chegado com a
intenção de pra sempre ficar.
Professor
Neuri Adilio Alves
Neuri Adilio Alves