quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Dilma deve liquidar a fatura no primeiro turno

 

Messias Pontes *
 

Continua dando tudo errado para o candidato demo-tucano José Serra na disputa pela sucessão do presidente Luiz Inácio Lula Silva. Para se ter uma idéia, até mesmo os colonistas emplumados como Josias de Souza (Folha de São Paulo) e Ricardo Noblat (Globo), após a pesquisa Datafolha (Dataserra ou Datafraude?) , semana passada, jogaram a toalha e já admitem a vitória da ex-ministra Dilma Rousseff (PT) ainda no primeiro turno. Agora, com a divulgação das pesquisas do Ibope e Vox Populi, eles estão conscientes que só uma hecatombe política faria o quadro favorável à candidata petista ser revertido.

As forças conservadoras de direita apostaram alto nos debates e entrevistas televisivas para reverter a situação, acreditando na boa performance de Serra e no fracasso de Dilma. Nem mesmo o antijornalismo do casal 45 global favoreceu o seu candidato. Pelo contrário, quem assistiu às entrevistas durante o Jornal Nacional percebeu a parcialidade de William Bonner e Fátima Bernardes, que acabou favorecendo a adversária.

Como verdadeiros carrascos, tentaram massacrar Dilma e impedir que ela falasse; procuraram usar a candidata verde Marina Silva para atacar o Governo e o PT, mas foram incompetentes para isso; e passaram 12 minutos levantando a bola para Serra cortar. Há quem diga, com ironia, que o casal deverá ser contratado para a seleção brasileira de volei que está carente de bons levantadores.

Era a última cartada para evitar que o candidato do mercado e das oligarquias chegasse ao horário eleitoral obrigatório no rádio e TV em desvantagem. Mas, uma vez mais, deram com os burros n’água. Dilma chega com dos dígitos de vantagem, ou seja, com 11 pontos percentuais, segundo o Ibope, e 13 pp, de acordo com o Vox Populi. O casal 45 deve estar lamentando profundamente não só ter passado um atestado de incompetência, e subserviência ao patrão, mas principalmente a perda da pouca credibilidade que ainda tinha.

Agora resta a última esperança: o milagre da reversão do quadro desfavorável durante os 45 dias da propaganda no rádio TV. Mas como conseguir isto se o tempo da petista é bem maior que o de Serra e este não tem discurso? Ele vai se comportar como bom mocinho, mesmo usando as forças do atraso e sua mídia conservadora, venal e golpista a seu favor jogando sujo como sempre. Contudo a totalidade do eleitorado vai saber que a Dilma é a candidata do Lula, e isto vai alavancar mais ainda a candidatura dela. Com isso, os financiadores de campanha, que a cada pesquisa se escondem mais, passarão bem longe do ninho tucano.

Para desespero do demotucanato, a maioria do eleitorado declara votar no(a) candidato(a) do presidente Lula. E uma parcela considerável desse eleitorado ainda não sabe que Dilma é a candidata do Presidente. Lula é o Presidente melhor avaliado em toda a história republicana. Somente quatro em cada 100 brasileiros consideram o seu governo ruim ou péssimo. Lula vai participar dos programas de Dilma, dizer que ela é a sua candidata e pedir voto para ela.

Durante os 45 dias da campanha no rádio e TV a esmagadora maioria dos eleitores que querem a continuidade vai poder comparar os dois projetos em disputa: a continuidade com avanços ou o retrocesso. Dilma representa o primeiro projeto, e Serra o segundo.

Nesse período vai ser mostrado, com números e fatos, os avanços dos últimos sete anos, com a economia bombando, o desemprego despencando, o brasileiro perdendo o complexo de vira-latas, o Brasil está deixando de ser coadjuvante a passando a ser protagonista no concerto das nações, sendo respeitado em todo o mundo.

Por outro lado, os governos tucanos foram marcados pelo autoritarismo e pela repressão aos movimentos sociais, notadamente aos sindicatos. O demotucanato é sinônimo privatização, de desmonte do Estado, de desnacionalização da economia brasileira, de desemprego e de achatamento salarial. Isto sem falar do alinhamento automático ao imperialismo norteamericano. Enfim, de retrocesso. Os oito anos do desgoverno tucano-pefelista (1995 a 2002) representaram uma das maiores tragédias vividas pelos brasileiros, notadamente pelos trabalhadores do campo e da cidade.

De nada vai adiantar Serra ordenar os seus paus-mandados a bater na candidata do Presidente. O efeito vai ser contrário, como aliás já está sendo. É o efeito bumerangue. A exemplo de Lula, Dilma é como clara de ovo: quando mais batem, mas ela cresce. Não tem jeito. A fatura deve ser liquidada em 3 de outubro.

Como dizia o saudoso comunicador e forrozeiro Guajará Cialdini, quando o pau nasce torto, até a cinza é de banda.
* Diretor de comunicação da Associação de Amizade Brasil-Cuba do Ceará, e membro do Conselho de Ética do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará e do Comitê Estadual do PCdoB.
 
Fonte:http://www.vermelho.org.br/coluna

domingo, 1 de agosto de 2010

                 Frei Betto: Congresso absolve MST                   


O MST jamais desviou dinheiro público para realizar ocupações de terra — eis a conclusão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito(CPMI), integrada por deputados federais e senadores, instaurada para apurar se havia fundamento nas acusações, orquestradas pelos senhores do latifúndio, de que os movimentos comprometidos com a reforma agrária se apoderaram de recursos oficiais. 

Por Frei Betto


Em oito meses, foram convocadas 13 audiências públicas. As contas de dezenas de cooperativas de agricultores e associações de apoio à reforma agrária foram exaustivamente vasculhadas. Nada foi apurado. Segundo o relator, o deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP), “foi uma CPMI desnecessária”. 

Não tão desnecessária assim, pois provou, oficialmente, que as denúncias da bancada ruralista no Congresso são infundadas. E constatou-se que entidades e movimentos voltados à reforma fundiária desenvolvem sério trabalho de aperfeiçoamento da agricultura familiar e qualificação técnica dos agricultores. 
O que os denunciantes buscavam era reaquecer a velha política — descartada pelo governo Lula — de criminalizar os movimentos sociais brasileiros. Esse tipo de terrorismo tupiniquim a história de nosso país conhece bem: Monteiro Lobato foi preso por propagar que havia petróleo no Brasil (o que prejudicou os interesses norte-americanos); foram chamados de comunistas os que defendiam a criação da Petrobras; e, de terroristas, os que lutavam contra a ditadura e pela redemocratização do país. 
A comissão parlamentar significou, para quem insistiu em instaurá-la, um tiro saído pela culatra. Ficou claro para deputados e senadores bem intencionados que é preciso votar, o quanto antes, o projeto de lei que prevê a desapropriação de propriedades rurais que utilizam trabalho escravo em suas terras. E resolver, o quanto antes, a questão dos índices de produtividade da terra. 
A investigação trouxe à luz não a suposta bandidagem do MST e congêneres, como acusavam os senhores do latifúndio, e sim a importância desses movimentos no atendimento à população sem terra. Eles cuidam da organização de acampamentos e assentamentos e, assim, evitam a migração que reforça, nas cidades, o cinturão de favelas e o contingente de famílias e pessoas desamparadas, sujeitas ao trabalho informal, ao alcoolismo, às drogas, à criminalidade. 
Segundo Jilmar Tatto, os inimigos da reforma agrária “fizeram toda uma carga, um discurso muito raivoso, colocaram dúvidas em relação ao desvio de recursos públicos e perceberam que a montanha tinha parido um rato. Porque não havia desvio nenhum. As entidades e o governo abriram todas as suas contas. Foram transparentes e, em nenhum momento, conseguiu-se identificar um centavo de desvio de recurso público. Foram desmoralizados (os denunciantes), e resolveram se ausentar dos trabalhos da CPMI. (...) Foi um trabalho produtivo, no sentido de deixar claro que não houve desvio de recurso público para fazer ocupação de terras no Brasil. O que houve foi a oposição fazendo uma carga muito grande contra o governo e o MST”. 
Os parlamentares sensíveis à questão social no Brasil se convenceram, graças ao trabalho da comissão, de que é preciso aumentar os recursos para a agricultura familiar; garantir que a legislação trabalhista seja aplicada na zona rural; e incentivar sempre mais os plantios alternativos e os alimentos orgânicos, sobre cuja qualidade nutricional não paira a desconfiança que pesa sobre os transgênicos. E, sobretudo, intensificar a reforma agrária no país, desapropriando, como exige a Constituição, as terras improdutivas. 
Dados recentes mostram que, no Brasil, se ocupam 3 milhões de hectares com a lavoura de arroz e 4,3 milhões com feijão. Segundo o geógrafo Ricardo Alvarez, se compararmos com os 851 milhões de hectares que formam este colosso chamado Brasil veremos que as cifras são raquíticas. Apenas 0,85% do território nacional está ocupado com o cereal e a leguminosa. Um aumento de apenas 20% na área plantada significaria passar de 7,3 para 8,7 milhões de hectares, com forte impacto na alimentação do povo brasileiro. 
Para Alvarez, o aumento da produção levaria à queda de preços, ruim para o produtor, bom para os consumidores. Caberia, então, ao governo implantar uma política de ampliação da produção de alimentos, garantir preços mínimos, forçar a ocupação da terra, combater o latifúndio, gerar empregos no campo e atacar a fome. Ação muito mais eficiente, graças aos 20% de acréscimo na área plantada, do que o assistencialismo alimentar. 
O latifúndio ocupa, hoje, mais de 20 milhões de hectares com soja. No início dos anos 1990, o número beirava os 11,5 milhões. A cana-de-açúcar foi de 4,2 para 6,5 milhões de hectares no mesmo período. Arroz e feijão sofreram redução da área plantada. Hoje o brasileiro consome mais massas do que a tradicional combinação de arroz e feijão, de grande valor nutritivo. 
Alvarez conclui: “Não faltam terras no Brasil, faltam políticas de distribuição delas. Não faltam empregos, falta vontade de enfrentar a terra improdutiva. Não falta comida, falta direcionar a produção para atender as necessidades básicas de nossa população”.

Fonte: http://www.vermelho.org.b

         Frei Betto: acusações contra MST são infundadas   


O MST jamais desviou dinheiro público para realizar ocupações de terra — eis a conclusão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito(CPMI), integrada por deputados federais e senadores, instaurada para apurar se havia fundamento nas acusações, orquestradas pelos senhores do latifúndio, de que os movimentos comprometidos com a reforma agrária se apoderaram de recursos oficiais. 


Por Frei Betto


Em oito meses, foram convocadas 13 audiências públicas. As contas de dezenas de cooperativas de agricultores e associações de apoio à reforma agrária foram exaustivamente vasculhadas. Nada foi apurado. Segundo o relator, o deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP), “foi uma CPMI desnecessária”. 

Não tão desnecessária assim, pois provou, oficialmente, que as denúncias da bancada ruralista no Congresso são infundadas. E constatou-se que entidades e movimentos voltados à reforma fundiária desenvolvem sério trabalho de aperfeiçoamento da agricultura familiar e qualificação técnica dos agricultores. 
O que os denunciantes buscavam era reaquecer a velha política — descartada pelo governo Lula — de criminalizar os movimentos sociais brasileiros. Esse tipo de terrorismo tupiniquim a história de nosso país conhece bem: Monteiro Lobato foi preso por propagar que havia petróleo no Brasil (o que prejudicou os interesses norte-americanos); foram chamados de comunistas os que defendiam a criação da Petrobras; e, de terroristas, os que lutavam contra a ditadura e pela redemocratização do país. 
A comissão parlamentar significou, para quem insistiu em instaurá-la, um tiro saído pela culatra. Ficou claro para deputados e senadores bem intencionados que é preciso votar, o quanto antes, o projeto de lei que prevê a desapropriação de propriedades rurais que utilizam trabalho escravo em suas terras. E resolver, o quanto antes, a questão dos índices de produtividade da terra. 
A investigação trouxe à luz não a suposta bandidagem do MST e congêneres, como acusavam os senhores do latifúndio, e sim a importância desses movimentos no atendimento à população sem terra. Eles cuidam da organização de acampamentos e assentamentos e, assim, evitam a migração que reforça, nas cidades, o cinturão de favelas e o contingente de famílias e pessoas desamparadas, sujeitas ao trabalho informal, ao alcoolismo, às drogas, à criminalidade. 
Segundo Jilmar Tatto, os inimigos da reforma agrária “fizeram toda uma carga, um discurso muito raivoso, colocaram dúvidas em relação ao desvio de recursos públicos e perceberam que a montanha tinha parido um rato. Porque não havia desvio nenhum. As entidades e o governo abriram todas as suas contas. Foram transparentes e, em nenhum momento, conseguiu-se identificar um centavo de desvio de recurso público. Foram desmoralizados (os denunciantes), e resolveram se ausentar dos trabalhos da CPMI. (...) Foi um trabalho produtivo, no sentido de deixar claro que não houve desvio de recurso público para fazer ocupação de terras no Brasil. O que houve foi a oposição fazendo uma carga muito grande contra o governo e o MST”. 
Os parlamentares sensíveis à questão social no Brasil se convenceram, graças ao trabalho da comissão, de que é preciso aumentar os recursos para a agricultura familiar; garantir que a legislação trabalhista seja aplicada na zona rural; e incentivar sempre mais os plantios alternativos e os alimentos orgânicos, sobre cuja qualidade nutricional não paira a desconfiança que pesa sobre os transgênicos. E, sobretudo, intensificar a reforma agrária no país, desapropriando, como exige a Constituição, as terras improdutivas. 
Dados recentes mostram que, no Brasil, se ocupam 3 milhões de hectares com a lavoura de arroz e 4,3 milhões com feijão. Segundo o geógrafo Ricardo Alvarez, se compararmos com os 851 milhões de hectares que formam este colosso chamado Brasil veremos que as cifras são raquíticas. Apenas 0,85% do território nacional está ocupado com o cereal e a leguminosa. Um aumento de apenas 20% na área plantada significaria passar de 7,3 para 8,7 milhões de hectares, com forte impacto na alimentação do povo brasileiro. 
Para Alvarez, o aumento da produção levaria à queda de preços, ruim para o produtor, bom para os consumidores. Caberia, então, ao governo implantar uma política de ampliação da produção de alimentos, garantir preços mínimos, forçar a ocupação da terra, combater o latifúndio, gerar empregos no campo e atacar a fome. Ação muito mais eficiente, graças aos 20% de acréscimo na área plantada, do que o assistencialismo alimentar. 
O latifúndio ocupa, hoje, mais de 20 milhões de hectares com soja. No início dos anos 1990, o número beirava os 11,5 milhões. A cana-de-açúcar foi de 4,2 para 6,5 milhões de hectares no mesmo período. Arroz e feijão sofreram redução da área plantada. Hoje o brasileiro consome mais massas do que a tradicional combinação de arroz e feijão, de grande valor nutritivo. 
Alvarez conclui: “Não faltam terras no Brasil, faltam políticas de distribuição delas. Não faltam empregos, falta vontade de enfrentar a terra improdutiva. Não falta comida, falta direcionar a produção para atender as necessidades básicas de nossa população”.


Fonte: Correio Braziliense

PCdoB Condena Perseguição da PF a Protógenes Queirós

A perseguição da Polícia Federal a Protógenes Queiroz se mantém constante e ferrenha. Na manhã desta quinta-feira (29/7), a PF tentou invadir o apartamento do delegado, no Guarujá (SP), a fim de intimá-lo acerca de cinco procedimentos por transgressão disciplinar.



"Queriam impor temor, porque a minha agenda hoje é política, declarada", afirmou Protógenes, que vai entrar com representação contra a ação policial na Corregedoria e no Ministério Público. "Como não sabem onde é que eu estou?" 

Candidato do PCdoB ao cargo de deputado federal por São Paulo, Protógenes estava na cidade de Lavras participando de um seminário da Associação de Jornalistas de Minas Gerais. Os policiais tentaram entrar à força no apartamento do delegado, mas foram impedidos pelo porteiro do prédio.

A PF mobilizou ontem sete policiais para ir ao apartamento de Protógenes. Afinal, para que envolver tamanho contingente para a entrega de uma simples intimação? Importante notar ainda que cada procedimento movido contra o candidato do PCdoB requer a participação de três delegados, um escrivão e quatro agentes. 

Chama a atenção de todos o interesse da Polícia Federal em tentar incriminar o delegado Protógenes, que investigava banqueiros corruptos e agora, em sua luta para chegar à Câmara Federal, cria e discute projetos para fazer do Brasil um país melhor para o seu povo. 

Desde 2008, com a deflagração da Operação Satiagraha, chovem inquéritos da PF contra Protógenes. Até o momento são 23, sendo que os últimos cinco inquéritos foram abertos entre maio e junho deste ano.

Protógenes está sendo intimado por uma declaração feita durante uma atividade do MST em março: "ocupar fazenda de banqueiro bandido é dever do povo brasileiro". O outro inquérito diz respeito a uma entrevista sobre a Operação Satiagraha cedida à revista Caros Amigos em dezembro de 2008, em que o delegado menciona "fatos não confirmados e termos com significado dúbio possibilitando conclusões equivocadas quanto à participação de terceiros na investigação na operação". 

Os outros inquéritos sugerem uma suposta omissão de compartilhamento de informações sigilosas com funcionários da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e à abertura prévia de documentos sigilosos para  jornalistas.



"Ficamos realmente em dúvida quanto ao real comprometimento da Polícia Federal em investigar e prender criminosos, quando vemos o que aconteceu ontem com Protógenes Queiroz. É incrível ver como a PF empenha mais esforços para perseguir um delegado que combate a corrupção do que em investigar crimes de colarinho branco. As razões para a abertura dos inquéritos contra Protógenes também são incabíveis. Isso é uma barbaridade! O PCdoB condena veementemente estas ações persecutórias contra o Protógenes", declarou Nádia Campeão, presidente do PCdoB-SP.

De São Paulo,
Guiomar Prates



Fonte: http://www.vermelho.org.br

Fidel Castro alerta sobre conflito: "O mundo tem uma esperança"


O líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, alertou sobre as possibilidades de um “conflito inevitável”, ainda que, segundo ele, o mundo tenha uma esperança e motivos para continuar a luta.


“Digo que o conflito é inevitável. No entanto, há uma fórmula pela qual devemos lutar e se abre uma esperança. Seria muito triste pensar que estamos lutando sem outra alternativa”, expôs Fidel Castro em reunião nesta sexta-feira (30) com jovens cubanos.


“Estão-se movendo muitas forças – a opinião de intelectuais, gente que pensa, que vê o perigo e que não está pendente de resultados de eleições nem nada disso", afirmou o líder no encontro no Palácio das Convenções. "Confio muito nas forças desse pensamento”, agregou Fidel, segundo o site Cubadebate.

Depois de perguntar-se o que poderia passar em caso de uma guerra nuclear, o ex-presidente cubano assegurou que o homem não pode perder a oportunidade de sobreviver com tudo o que sabe hoje. Fidel também mostrou sua esperança de que se aproveitem todas as grandes realizações da inteligência humana para o bem – e não para extermínio da espécie. Segundo ele, “teria de se repensar tudo ou não valeria a pena lutar agora”.

Por outro lado, Fidel considerou como uma tortura a presença do herói antiterrorista cubano Gerardo Hernández em uma unidade de prisão solitária (conhecida como oco) e manifestou que não há razão alguma para que esteja preso. Segundo Fidel, o encarceramento de Gerardo e de Ramón Labañino, Antonio Guerreiro, Fernando González e René González “está ocorrendo à vista de todo mundo, inclusive à do ilustre presidente dos Estados Unidos, que os pode soltar”.

O líder da Revolução Cubana se referiu ao estado de saúde de Gerardo Hernández ao indicar que está doente, que poderia ter uma bactéria. "É uma pessoa que precisa assistência médica!", alertou. “Enquanto isso, pressionam Cuba para que solte espiões, que jamais estarão em uma prisão dessas, que jamais seriam torturados", enfatiza Fidel.

Ao mencionar a divulgação de mais de 260 mil documentos do Pentágono por parte do soldado Bradley Manning, a quem considerou “valente”, Fidel afirmou que “os tribunais têm documentos para acusar” a Casa Branca “até o Julgamento Final”. O líder cubano também leu uma mensagem aos jovens na qual assegura que eles “nunca se renderão nem permitirão aos Estados Unidos enganarem ao mundo”.


Da Redação, com informações do Prensa Latina

Fórmula 1: A nossa moral e a deles

Bruno Padron "Porpeta" *

A história se repete como farsa. Mais uma vez, um piloto brasileiro tira o pé do acelerador para entregar a vitória a um companheiro de equipe. Primeiro, Rubinho Barrichello cede a posição a Michael Schumacher em 2002. Agora, é Felipe Massa que entregou a liderança do GP da Alemanha para Fernando Alonso. Volta à tona o tema da ética da competitividade. E também tem a ética do dinheiro, que parece prevalecer na cabeça de uns e outros.


Que a Fórmula 1 é um esporte muito caro, disso não há dúvida. Desde o investimento na formação de novos pilotos até o desenvolvimento de carros para disputar a temporada, se gasta muito dinheiro.

Existem até alguns que defendem a tese de que o automobilismo nem é esporte. Mas que é um grande negócio, ninguém pode negar.

No campo esportivo, existem regras, limites colocados em nome da maior competitividade possível. A diferença entre as equipes e pilotos se dá, entre outras coisas, pelo melhor desenvolvimento das máquinas. O melhor motor, o melhor chassi, a melhor aerodinâmica, tudo isso pode definir uma equipe de ponta ou apenas mais um figurante. Mas as estratégias de corrida e, fundamentalmente, o braço do piloto, definem campeões.

E isso faz do automobilismo um esporte emocionante, e da Fórmula 1 uma categoria de tamanho prestígio em todo o mundo. No Brasil, também somos apaixonados por Fórmula 1, mas ultimamente saudosistas do período que possuíamos pilotos fantásticos que nos deram 8 títulos mundiais. Com Emerson Fittipaldi (1972 e 1974), Nelson Piquet (1981, 1983 e 1987) e Ayrton Senna (1988, 1990 e 1991) a paixão brasileira pela categoria se materializou em conquistas.

Nossa escola formava pilotos arrojados, rápidos, inteligentes e com sede de vitória. Hoje, carecemos, ao que parece, deste último componente.

Daí em diante, fica a discussão no campo empresarial. 

Os pilotos, antes de tudo, são profissionais. Recebem altos salários e altas cotas de patrocínio para correr. E, ao planejar sua carreira, procuram assinar bons contratos, em equipes que possam lhes dar vitórias, ou pelo menos um bom desempenho para conseguir transferir-se para as grandes.

E assim pensaram Barrichello e Massa ao assinar com a Ferrari, a equipe que reúne o maior número de títulos na categoria e com fãs apaixonados no mundo inteiro. Mas em ambas as situações, eram o segundo piloto da equipe. Havia a lenda Michael Schumacher, sete vezes campeão mundial, embora alguns destes títulos construídos com polêmicas.

Em 2002, Barrichello quis tornar evidente o que acontece nos bastidores da Ferrari e permitiu, sob ordens expressas da equipe, a ultrapassagem de Schumacher quase na linha de chegada. Não escondia de ninguém sua decepção, tanto por sua expressão no pódio quanto nas entrevistas.

Agora, Massa foi mais polido. Deixou-se ultrapassar durante a corrida, mais precisamente na volta de número 49. Nas entrevistas, afirmou ser dele a decisão de permitir a ultrapassagem de Alonso, dizendo-se profissional antes de tudo. Embora não conseguisse esconder sua frustração.

Ficam algumas perguntas no ar. A Fórmula 1 é um esporte, e em sendo esporte prima pelo espírito competitivo, onde seus participantes lutam pela vitória de forma limpa e leal. Mas esse tipo de prática, que não é exclusivo da Ferrari, mas pelo menos no time vermelho de Maranello é mais evidente, não contraria todo esse espírito? E nesse sentido, não exclui a Fórmula 1 e o automobilismo do que se entende por esporte?

É exatamente esse o grande desserviço que algumas equipes, em especial a Ferrari, tem prestado à Fórmula 1. Cada vez mais a tornando somente um negócio demasiadamente lucrativo, reduzindo sua condição essencial de esporte.

Por essas e outras, revelam-se cada vez menos talentos capazes de promover disputas entre as equipes e entre pilotos da mesma equipe. Raríssimos são os pegas como os de Senna e Prost, Piquet e Mansell.

A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) já dá mostras de que não é só conivente com a prática ferrarista, como também deve legitimá-la. 

Para eles, existe uma moral: a do dinheiro. Mas sempre há quem goste. Até por esporte...

* É bancário e, diante da inabilidade para praticar esportes, passa sua vida falando deles.


Fonte: http://www.vermelho.org.br