quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

TRABALHO DE BASE É UM REENCONTRAR O CAMINHO DE ORIGEM

Publicado na Página da Fetraf-SC - 03 de dezembro 2019


É preciso voltar... reencontrar o caminho de onde viemos. Ainda é tempo de rememorar nossos espíritos, visitar a pia de nosso batismo na luta, de beber nas palavras do poeta Thiago de Mello: ‘’Faz escuro, mas eu canto, porque a manhã vai chegar. Vem ver comigo, companheiro, a cor do mundo mudar. Vale a pena não dormir para esperar a cor do mundo mudar’’. - Urge-nos levantar: com olhos no mundo, no local, sem pontualidades dispersas e com transversalidades correlatas. É preciso entender que não há outra alternativa, é imprescindível reencontrar o caminho de nossas origens, guardado no tempo sob o nome de Trabalho de Base.

Faz-se necessário reencontrar o velho ‘corpo a corpo’, estender às mãos, olhar nos olhos, oferecer o ouvido, oportunizar a fala, queixas e as contradições – de outro modo, desapareceremos como silêncio, diluídos como categorias. É preciso reagrupar, promover um novo batismo de reinserção, nos reconverter ao caminho e identidade de classe trabalhadora, levantar das cinzas como uma Fênix subjugada pelo neoliberalismo, que ao nos individualizar, congelou-nos, imobilizando como energia da luta e organização. Novamente recorro ao poeta: ‘’Não importa que doa: é tempo de avançar de mão dada com quem vai no mesmo rumo... É tempo sobretudo de deixar de ser apenas a solitária vanguarda de nós mesmos. Se trata de ir ao encontro. Se trata de abrir o rumo. Os que virão, serão povo, e saber serão, lutando’’.

E porque deste apelo? – Porque assessorando a Fetraf Santa Catarina nos últimos anos, falar de organização e trabalho de base (para além da linda história) não é novidade. Fizemos pesquisa e diagnóstico na base para entender os desafios. Com os dados coletados passamos realizar atividades de formação, fomentamos processos de multiplicadores, planejamentos de ações em sindicatos, materiais de publicidade, curso para intervenções via diálogo, atividades de contato (corpo a corpo), momentos de troca de saberes com o mestre Ranulfo. Alguns resultados dizem onde e quem fez a experiência. O que reafirma a máxima: ‘A prática é o critério da verdade e a reflexão implica a ação’ – ou seja, embora no caminho, falta muito ainda. Principalmente, na compreensão da necessidade de livrar-se do burocratismo e comodismo que muitos dirigentes se prenderam. É preciso sair para encontrar a base, não esperar contribuições/dinheiro que não vão chegar se não associar o trabalhador.

Sempre que convidado para atividades de debate, reflexão, planejamento e proposição nos últimos anos, tenho por compromisso dizer que se não renovarmos, não só a mentalidade na linha de frente de parte do movimento sindical, extirpar vícios enraizado e aquele ‘profissionalismo’ de carreira incrustado nas entidades, veremos consolidada o que o filósofo Jean Baudrillard dizia: ‘’A imagem do homem sentado, contemplando num dia de greve geral sua tela de televisão vazia, constituirá no futuro uma das mais deprimentes imagens da antropologia de nosso século’’. – A não consolidação e naturalização desta realidade só é possível com um novo tempo de partida, de reencontro com a base de trabalhadores, oportunizando a participação, formação e reinserção na luta de classe – o sujeito de luta é o objeto da ação.

Mas não sair por sair, precisamos estudar a realidade, ler mais para nos inteirar, nos renovar, revigorar e ser capaz de admitir esta necessidade. Não se trata de revisionismo, e sim, de capacidade de recolocar-se no processo, ciente que em algum momento no caminho dos últimos anos nos perdemos. Que os trabalhadores tiveram suas vidas privatizadas, sua força de trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar como dissera Bertold Brecht. Reconquistar parte deste terreno perdido pelo avanço do capital, pela despolitização, diluição do sentido de classe exige esforço, tempo de reflexão e atitude para ações ousadas, sacrifícios, doação, compromisso e acima de tudo, humildade para reconhecer que certos limites não cabem na luta de classe – e aqui se necessário, abrir caminho para quem está disposto a assumir a linha de frente. Do contrário, não passaremos de multidões famintas e desorientadas em êxodo, massas despolitizadas, boiada sem rumo, praças vazias, meras pipetas do capital, matéria orgânica na diluição cósmica, memórias passageiras e vazias.

Um começo neste processo, passa pelo dirigente disposto a visitar referenciais como o roteiro de textos organizado pelo CEPIS e proposto no livro ‘Trabalho de Base’ compilados por Ranulfo Peloso para ‘Expressão Popular’ (na Fetraf tem exemplares a venda). Já trabalhei este roteiro em atividades de formação em muitos sindicatos e o referencio como bíblia de cabeceira de todo sindicalista comprometido, como instrumento importante de orientação para a organização e luta no movimento sindical. Não tenha medo de ler, pois um livro tem que ser machado a quebrar os gelos presentes em nós. Acima de tudo, é necessário rememorar que somos processo continuo de transformação e Karl Marx disse: ‘a prática é o único critério da verdade’. Ou seja, não há receita mágica para o trabalho de base, o melhor modo de fazer é fazendo – abra o livro, se encontre, se identifique, se sinta caminho e protagonismo.

E não esqueçamos: se Cuba que já fez uma revolução há mais de meio século segue fazendo formação sobre organização e trabalho de base, talvez isso nos sirva, senão de lição, como orientação. Do contrário, não é difícil acreditar no fim da história, do sujeito político e primazia da coisificação: eu, você, o mundo, reduzido a meras coisas.

Prof. Neuri Adilio Alves - Assessor de formação e elaboração na Fetraf-SC

terça-feira, 5 de março de 2019

A ARTE SERVE PARA IMPACTAR


Quando não basta o falar, escrever e desenhar, que ao menos a arte nos provoque a refletir. E que bom se o desfile temático da escola Gaviões da Fiel tenha sido ponto impactante nesta era gélida do sapiens pensante. Principalmente sobre aqueles fervorosos que dizem não assistir, frequentar, curtir espaços de profanação e que ao seu modo entendem como vilipêndio ao sagrado, pois em certa medida a escola faz um retrato da sociedade atual. Geralmente, a negação mais ampla é feita por aqueles que veem seus negócios da fé ameaçados, ou por aqueles que falta a luz da compreensão mais ampla. Esta, muitas vezes aprisionada por estúpidas pregações em espaços doutrinários por aqueles que fazem da mentira a arte do convencimento através do medo, fracassos da vida cotidiana, ignorância assumida ou circunstancial, e mesmo na/por fragilidade da fé de outrem – em parte, a alma do lucrativo negócio. 

Um dos horrores deste tempo é a sapiência aprisionada, roubada por coletores de dízimo e suas verdades deturpadas, tão presente no Brasil atual. Realidade desconcertante que destrói estruturas democráticas do Estado e divide classes de miseráveis e miserandos. Enquanto isso, ‘satanás’ imponente brinda champanhe no alto poder político, em altares com cofrinho de donativos e suas segmentadas centopeias bebem o sangue de cativos doutrinados como se fossem seus desiguais. E aí, ao sentirem-se ameaçados pela arte que os desnuda, reagem com o clichê da mera profanação - não é a verdade que dói, mas a resistência e ameaça que ela causa. Isso me faz lembrar de um ponto na história recente, quando o filósofo Nietzsche escandalizou o mundo cristão com o aforismo: 'Deus está morto' – e não era uma questão de petulância, era sim, provocação sobre o mundo real - ou na síntese do coloquial por aí: o filósofo 'lacrou' – mas a grande maioria não o entendeu ou preferiu não entender-lhes, pois seria mais fácil e lucrativo lhes acusar de um arrogante ateu em delírio! 

De igual modo, também o enredo ‘lacrou’ e restando dúvidas, substitua a imagem cênica do personagem ao solo (derrotado) por imagens deste Brasil real: uma vereadora fuzilada ainda sem justiça. Milhares de mulheres assassinadas, agredidas, violentadas diariamente; Negros, índios, homossexuais enxovalhados, exilados e mortos; Milhares de Marias, Josés e Jesus sem teto perambulam pelas ruas; Juízes em apologia pública a injustiças; Socialites, juristas e pequenos instruídos comemorando a morte de uma criança de 7 anos (sem importar-se com o vinde a mim as criancinhas – embora seu mantra ‘Deus acima de todos’) e aplausos ao Barrabás. Some-se a isso, a mentira como patrimônio de verdade aos que negam a justiça e o bem maior, em prol de promíscuos interesses pessoais, grupos, setores, mesmo sem explicação e compreensão a si mesmos - não é o fim, mas chegamos na barbárie! 

É este o mundo que Jesus defendeu e queria aos seus? Se não é, então ao invés de comoções midiáticas com a metáfora do derrotado é preciso ser capaz de defender o seu igual como grande preceito constante na máxima: 'no seu semelhante à minha imagem'. – Ou seja, atacar seu semelhante é atacar o seu ente sagrado e superior. Por fim, que ao menos o profano nos devolva a capacidade de refletir, nos impactar e libertar. Pois, se ao filósofo e ao enredo há um ente superior vitimado, é sinal que a sua imagem e semelhança neste mundo está doente - o bem não é este propalado bem maior e muito menos o mal a justa medida servida como bem no Brasil atual. 

Por Neuri Adilio Alves




segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

O MISTERIOSO DESTINO DE CADA UM

Publicado em 13/01/2019 (em sua página)

''Qual é o meu destino? Não sei. Tomei como lema que era do meu pai que o vivia:”quem não vive para servir, não serve para viver”. A Deus a última palavra.''

Cada um de nós tem a idade do universo que é de 13,7 bilhões de anos. Todos estávamos virtualmente juntos naquele pontozinho, menor que a cabeça de um alfinete, mas repleto de energia e de matéria. Ocorreu a grande explosão e gerou as enormes estrelas vermelhas dentro das quais se formaram todos os elementos físico-químicos que compõem todos os seres do universo e também o nosso. Somos filhos e filhas das estrelas e do pó cósmico. Somos também a porção da Terra viva que chegou a sentir, a pensar, a amar e a venerar. Por nós a Terra e o universo sentem que formam um grande Todo. E nós podemos desenvolver a consciência desse pertencimento.

Qual é o nosso lugar dentro desse Todo? Mais imediatamente, dentro do processo de evolução? Dentro da Mãe Terra? Dentro da história humana? Não nos é dado saber ainda. Talvez será a grande revelação quando fizermos a passagem alquímica deste para o outro lado da vida. Ai, espero, tudo fica claro e nos surpreenderemos porque todos somos umbilicalmente inter-relacionados, formando a imensa cadeia dos seres e a teia da vida. Cairemos, assim creio, nos braços de Deus-Pai–e-Mãe de infinita misericórdia para quem precisa dela por causa de suas maldades e um abraço amoroso eterno para os que se orientaram pelo bem e pelo amor. Depois de passarem pela clínica de Deus-misericórdia, os outros também virão.

Eu de criança de poucos meses estava condenado a morrer. Conta minha mãe e as tias sempre o repetiam, que eu tinha “o macaquinho”, expressão popular para anemia profunda. Tudo que ingeria, vomitava. Todos diziam em dialeto vêneto: ”poareto, va morir”: “pobrezinho, vai morrer”.

Minha mãe, desesperada e escondida de meu pai que não acreditava em benzimentos, foi à benzedeira, à velha Campanhola. Ela fez as suas rezas e lhe disse: “dê um banho com essas ervas; depois de fazer o pão no forno, espere até ficar morno e coloque seu filhinho lá dentro”. Foi o que fez minha mãe Regina. Sobre a pá de retirar o pão cozido, me colocou lá dentro. Deixou-me, aí por um bom tempo.

Eis que ocorreu uma transformação. Ao me retirar do forno, comecei a chorar, diziam, e a procurar logo o seio para sugar o leite materno. Depois, minha mãe, mastigava em sua boca as comidinhas mais fortes e me dava. Comecei a comer e a me fortalecer. Sobrevivi. Estou aqui oficialmente velho com 80 anos. Há aí algum destino? Só o Supremo o sabe.

Passei por vários riscos que poderiam ter custado minha vida: um avião DC-10 em chamas rumo a Nova York; um acidente de carro contra um cavalo morto na pista que me quebrou todo; um enorme prego que caiu na minha frente, quando estudava em Munique e poderia ter-me matado se tivesse caído sobre a minha cabeça; Nos Alpes, a queda num vale profundo coberto de neve e camponeses bávaros, me vendo com o hábito escuro, me afundando cada vez mais, me retiraram com uma corda. E outros.

Norberto Bobbio me concedeu o doutor honoris causa em política pela Universidade de Turim. Entendeu que a teologia da libertação dera uma contribuição importante ao afirmar a força histórica dos pobres. É insuficiente o assistencialismo clássico ou a mera solidariedade mantendo os pobres sempre dependentes. Eles podem ser sujeitos de sua libertação, quando conscientizados e organizados. Superamos o para os pobres, insistimos no caminhar com os pobres, sendo eles os protagonistas e quem puder e tiver esse carisma, viver como os pobres como tantos fizeram, como Dom Pedro Casaldáliga.

Lembro-me que comecei meu discurso de agradecimento ao título, concedido por essa notável figura que é Norberto Bobbio: “venho da pedra lascada, do fundo da história, quando mal e mal tínhamos meios para a sobrevivência. Meus avós italianos e minha família, desbravaram uma região desabitada e coberta de pinheirais, Concórdia nos confins de Santa Catarina. Eles tiveram que lutar para sobreviver. Muitos morreram por falta de médicos. Depois fui subindo na escala da evolução: os 11 irmãos estudaram, fizeram a universidade, eu pude me formar na Alemanha. Agora estou aqui nessa famosa universidade”.

A pedido de Bobbio, fiz um resumo dos propósitos da Teologia da Libertação que tem como eixo central, a opção pelos pobres contra a pobreza e a favor da justiça social. Dei muitos cursos por esse mundo afora, escrevi bastante, enxuguei lágrimas e mantive forte esperança de militantes que se frustravam com os rumos de nosso país.

Qual é o meu destino? Não sei. Tomei como lema que era do meu pai que o vivia:”quem não vive para servir, não serve para viver”. A Deus a última palavra.

Leonardo Boff é teólogo, filósofo e escreveu por seus 80 anos: “Reflexões de um velho teólogo e pensador”, Vozes 2019.

terça-feira, 16 de outubro de 2018

ERA DIA DOS PROFESSORES

Iniciei aquela manhã pensando, que para além de uma data lembrada em contraditórias gentilezas por alunos e saudações a tantos professores que não merecem ser lembrados, que a luz da razão nos salve desta heresia temporal. Mais que um dia de pequenos ufanismos e frágeis nostalgias, porque não um tempo de reflexão pela realidade a qual estamos inseridos. 

Mas, sem esquecer do merecido afago aos mestres que fazem diferença no modo como trabalham, estudam, se renovam continuamente, fazendo desta opção uma paixão, algo que vai além de mera profissão remuneratória com estabilidade meritocrata/correlata e planos pedagógicos pré-cambriano. 

Outro afago aos educadores populares, que fazem a diferença neste mundo de aparências por titulações, institucionalidades, posturas imorais e decadência no modo de ver-julgar-agir-transformar. Que todo academicismo improdutivo seja devorado pelo mofo e pelas traças da incompatibilidade com o real. 

E que a verdadeira formação possa levantar-se das cinzas onde jazia vitimada pelos 'Latos' e 'Strictos Sensus', quando tantos achavam/acreditam que as havia qualificado, mas que narciso quebrou o espelho ficando sem livro para ler e legiões de pseudos instruídos sem olhos para ver. Como uma autocritica por parte de meus iguais, só por hoje não quero levantar a cabeça. Sim, as Escolas estão 'cheias' de alunos perigosos, mas de professores também. Axé aos verdadeiros mestres - Sigamos!!!

Neuri Adilio Alves

terça-feira, 9 de outubro de 2018

COMIGO A RELAÇÃO É MUITO SIMPLES




Se é fascista vou cortando relações, e não é rompimento temporário, é para sempre, porque como o fascismo não se brinca e corteja, se combate. Recentemente cortei relações com casal de cunhados (compadres), com ex amigos e não tenho problema alguma em seguir fazendo com quem quer que seja:

► Não sou dos que dizem que não briga por politica, eu brigo, porque para mim politica é algo sério (diferente de politicagem/partidarismo/torcida estúpida/opinismo barato) - politica define sonho, justiça, vidas. 

► Politica não é lagoa de sapo onde todo mundo 'coaxa' alguma coisa, não é mera opinião apaixonada querendo violentar a razão; 

► Não tenho medo dos que vociferam com grosserias, assim como não confio no silencio 'desonesto' de muitos que se calam; 

► Não tenho paixão verde amarelo, tenho consciência multicultural, colorida, inclusiva com vez, voz e direitos aos que buscam com dignidade; 

► Não tenho compromisso com a conivência dos covardes e vocação para o silêncio desonesto; 

► Não dou chance para a estupidez se consolidar como ciência, porque democracia não é profissão para quem acha que pode dizer e fazer o que pensa sem limites. 

Abaixo pilantras dos três poderes, ao lixo do automatismo estúpido, corrupto e imoral que quer um país melhor espalhando mentiras. Se desonesto na construção das verdades que permeiam as relações sociais, desonesto na proposição e condução do país melhor.

No mais, rememorando o iluminista Jean Jaques Rousseau, que o ente superior me proteja dos 'amigos', dos laços consanguíneos e dos parentes por ocasião dos destino pois dos inimigos eu me cuido. 

Sou pelo Brasil da inclusão e justiça Social!


sexta-feira, 6 de julho de 2018

TEMPO DE APRENDIZADOS E CONSTATAÇÕES

O 'Complexo de Vira-Latas' cravado por Nelson Rodrigues desde aquela derrota histórica para o Uruguai no maracanã não é uma pontualidade de tal acontecimento, marco inicial ou final de uma constatação. Muito além, é um real sentimento de conformidade ao longo de séculos, referenciando inclusive com registro de 1845 quando o francês Arthur de Gobineau desembarcou no Rio de Janeiro e disse que os cariocas eram um bando de macacos. 

Sentir-se inferior não é uma condição pontual, é sim, uma real conformidade secular colonialista e que se faz presente em momentos como este de hoje, quando os latidos se repetem e denunciam o sentimento do colonizado que se revela, se afirma, justifica e orgulha-se de assim ser e sentir-se vencedor – porque há derrotas que são revigorantes para justificar as contradições. E vi, ouvi e presenciei neste dia desinibidamente em tantos conhecidos de perto e distante falastrões do especialismo midiático que antes contavam certezas. 

Parabéns a Bélgica os inferiores par-a-par por estatísticas, pelo panes et circus (pão e circo) midiático e também por suposto comparativo de elencos, mas que vencem por competência na definição e nos ganham como parte 'povo' com aquele latido desinibido de inferioridade secular! Patriotismo e Colonialismo deveriam ser entendidas como coisas diferentes, mas em sentimentos e ações dos desinibidos narcisos do fracasso, se tornam iguais. 

Viva o esporte, a vitória das amizades, e o título maior as boas consciências. Hoje não só aprendi algo novo, vi constatações reafirmadas e um pouco mais de desesperanças: não no futebol, mas quão míope é a visão, não de jogo mas de história, quão grande são as frágeis convicções e pequenas as boas perspectivas. 

Verdade ou mera constatação deste pontual ‘perdedor’: que falta faz um Gol de ouro na educação, derrotada há quinhentos anos. No resultado de hoje: complexo do latido 2 X 1 para esperança de dias melhores.

Neuri Adilio Alves - brasileiro conformado com o resultado, inconformado com o Estado! 

segunda-feira, 5 de março de 2018

Filosofia, Analogia e Escola

Analogia é proporção, relação, semelhança. Conhecer é relacionar, é reduzir a multiplicidade a uma ordem em referência a primeira. Pensamento lógico qualquer aparelho, um computador por exemplo, é capaz de fazer, mas analógico, somente o humano consegue fazer. O conhecimento é essencialmente analógico. 

A filosofia é analogia em um nível mais profundo. E, a analogia opera com o estético e o estético é poderoso, inspira o respeito, impacta. Quer exemplo maior do poder do estético que as imponentes catedrais góticas: é sedutora pela beleza, poderosa pela relação de proporcionalidade com o indivíduo e foram feitas para quando entrar dentro se sentir pequeno, insignificante - pelo silêncio, pouca luminosidade e grandeza de seu teto. 

O Estético tem que ser respeitado, pois a função da arte é causar impacto, mexer por dentro. Filosofia na escola, tem se algo para mexer por dentro, em qualquer disciplina. Ao professor que falta a presença do filósofo que inquieta o estudante, não convence, não estimula, não ensina, não alimenta a bolha de interrogações. 

Um pouco de filosofia na disciplina de matemática é possível dizer que a primeira medida circunferencial da terra foi feita por Eratóstenes, II séculos antes da era cristã, como decano na biblioteca de Alexandria mesmo sem qualquer ferramenta mecânica apontou ser a terra uma esfera de 350º, errando apenas por 10º concluído na era moderna. Dissecando um curioso registro em papiro sobre fatos na cidade de Alexandria e Siena. Uma pequena dose de filosofia ainda seria possível dizer que os matemáticos ensinados na escola em sua maioria eram filósofo de origem: Pitágoras, Euclides, Pascal, Descartes, Galileu, Newton, Kepler = tantos outros. 

Um pouco de filosofia na disciplina de física poderia ajudar na compreensão que se há apenas uma lei universal da física em nosso cosmo, então por analogia, o mesmo princípio da física que corrói a lata do carro, corrói o cérebro também. Que dá entropia ninguém escapa. 

Um pouco de filosofia em química é possível provocar a reflexão se de fato Lavoisier estava totalmente correto com seu 'nada se perde, nada se cria, tudo se transforma' - pois se tudo neste universo é energia, energia se dissipa no espaço e no tempo, logo tudo neste universo é constante perda. 

Um pouco de filosofia em Matemática, serve para dizer o que Galileu dissera que este universo é escrito em cifras matemáticas, sendo possível contabilizar energia, calorias, no beijo, no abraço, no afeto. 

Um pouco de filosofia na em Ciência naturais pode trazer presente porque Aristóteles, Leonardo da Vinci, Rene Descartes entendiam tanto de anatomia, alquimias. 

Um pouco de filosofia em língua portuguesa, ajudaria trazer presente as grandes obras, tratados de linguagem, a ferramenta da escrita, a paixão literária do canto dos ditirambos, das epopeias homéricas, do tratado do nominalismo em Crátilo de Platão, as metáforas, paráfrases e textualidades. 

Um pouco de filosofia em educação religiosa, se por um lado serviria para nos mostrar que a gente entra em crise porque o evidente se choca com as crenças, por outro serviria para dizer que antes do nada tem que existir algo, que não se explica, apenas se sente e que o sentir é sempre uma experiência pessoal. 

Um pouco de filosofia em história, sociologia e artes é um abraço de irmãs gêmeas que narram fatos, analisam  ilustram e interrogam o tempo.  Que as sandálias aladas de Hermes podem nos levar em feliz viagens aos confins de tantos saberes, sabores e seres! 

Uma pequena dose de filosofia na escola tem que servir para mostrar que a existência é, incessante dialética da exclamação, interrogação, e o terreno desta batalha é a família, a escola e o mundo. 

Que nojo da filosofia, ferramenta ameaçadora as mentes putrefatas deste país. Que nojo da filosofia, esta insignificante disciplina da escola, da vida e do nada - que caos, que monstro, que desprezo. 

Neuri Adílio Alves

sábado, 30 de dezembro de 2017

Feliz Ano Novo aos corações velhos

Por Frei Betto (publicado no inicio dos anos 2000)
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Feliz Ano Novo aos que praguejam sobre o solo árido de suas vida sem garimpar alegrias, e aos que amarram o espírito em teias de aranha sem se dar conta de que os dias tecem destinos. Também aos que desaprenderam o sorriso e abandonaram ao olvido a criança que neles residia.

Feliz Ano Novo aos que perambulam às margens da memória e semeiam ódio no quintal da amargura; guardam dinheiro na barriga da alma e penhoram a felicidade em troca de ambições; são náufragos de lágrimas, cegos aos arquipélagos da esperança, e fantasiam de asas as suas garras, voejando em torno do próprio ego.

Feliz Ano Novo aos que sonegam carinho e ainda cobram atenção, alpinistas da prepotência que os conduz ao abismo; àqueles que, alheios ao que se passa em volta, ilham-se na indiferença enquanto o mar arde em fogo; e a quem gasta saliva tentando se justificar por se disfarçar em pomba e agir como raposa.

Feliz Ano Novo aos que escondem o Sol no armário, sopram a luz das estrelas e põem espessas cortinas no limiar do horizonte. Aos que nunca tiveram tempo para a dança, ignoram por que os pássaros cantam e jamais escutaram um rumor de anjos.

Feliz Ano Novo aos que bordam iras com agulhas afiadas e desperdiçam palavras no furor de suas emoções desabridas; seqüestram dignidades e, como os colecionadores de borboletas, sentem prazer em espetá-las no interior de cavernas obscuras.

Feliz Ano Novo aos faquires da angústia e aos que, equilibrados num fio de sal, trafegam por cima de montanhas de açúcar. Também aos que jamais dobraram os joelhos em reverência aos céus e acreditam que a história do Universo tem início e fim neles.

Feliz Ano Novo às mulheres que destilam antigos amores em cápsulas de veneno e aos homens que, ao partir, mostram, às costas, a face diabólica que traziam mascarada sob juras de amor.

Feliz Ano Novo aos jovens enfermos de velhice precoce e aos velhos que, travestidos de adolescentes, bailam aos desafinados acordes do ridículo. E aos que atravessam o tempo sem se livrar de bagagens inúteis e ainda sonham em ingressar numa nova era sem tornar carne o coração de pedra.

Feliz Ano Novo aos que já não sabem conjugar os verbos no plural; agendam sentimentos e estão sempre atrasados na vida; mendigam admiração e se prostituem frente à sedução do poder.

Feliz Ano Novo àqueles que dão "mau-dia" ao acordar, afogam em trevas interiores a alegria que lhes resta, encaram a vida como madastra de história infantil. E aos que julgam que laços de família se cortam com a ponta afiada da língua e ignoram que o sangue escreve letras indeléveis.

Feliz Ano Novo aos que se apegam ao poder como a fuligem ao lixo, infantilizados pelas mesuras, prenhes de mentiras ao agrado do ouvido alheio, solícitos às providências que assassinam a ética. Sejam também felizes os que tentam corromper os filhos com agrados materiais e nunca dispõem de tempo para olhá-los nos olhos do coração.

Feliz Ano Novo aos navegadores cibernéticos, mariposas de noções fragmentadas, amantes virtuais que se entregam, afoitos, ao onanismo eletrônico, digitando a própria solidão.

Feliz Ano Novo aos poetas que não sabem tragar emoções e engolem com ira palavras que trariam vida ao mundo. E aos que abominam a arte por desconhecerem que o ser humano é modelado em barro e sopro.

Feliz Ano Novo a todos que temem a felicidade ou consideram, equivocadamente, que ela resulta da soma dos prazeres. E aos que enchem a boca de princípios e se retraem, horrorizados, diante do semelhante que lhe é diferente.

Feliz Ano Novo às mulheres que se embelezam por fora e colecionam vampiros e escorpiões nos lúgubres porões do espírito. E aos homens que malham o corpo enquanto definha a inteligência, transgênicos prometeus acorrentados ao feixe dos próprios músculos.

Feliz Ano Novo a todos os infelizes, aos que o são e aos que se julgam, cegos às infinitas possibilidades da luz e das rotas. Sejam todos agraciados pela embriaguez da alegria divina, abertos ao Deus que os habita e ao amor que, como um rio cristalino, jamais nega água a quem se ajoelha, reverencia o milagre da vida e aprende a beber do próprio poço.

Frei Betto é escritor, autor do romance "Entre todos os homens", entre outros livros
Fonte: http://www.correiocidadania.com.br/antigo
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Nota minha: há textos que nunca envelhecem, verdades sempre atuais, palavras necessárias e fundamentais que precisam sair do 'armário' do tempo e reocupar o tempo especial. Republicar aqui um texto de quase duas décadas não é como acrescentar o 'Velho' ao 'Novo', é sim oportunizar-mo-nos a reflexão sobre as mudanças que envelhecem dentro de nós sem nunca termos mudados. - Que 2018 não seja apenas mais um ano!!! Prof. Neuri. A²

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

A INDÚSTRIA DO ESPÍRITO



Burguesia ocidental é o objetivo de uma operação mercantil que se fundamenta em um novo narcisismo.


 ''A indústria do espírito é um produto das sociedades industrializadas onde as pessoas já têm muito bem resolvidas as necessidades básicas, da moradia à comida até o Netflix e o Spotify.''


A indústria do espírito
 
O filósofo Daniel Dennett propõe uma fórmula para alcançar a felicidade: “Procure algo mais importante que você e dedique sua vida a isso”.

Essa fórmula vai na contracorrente do que propõe a indústria do espírito no século XXI, que nos diz que não há felicidade maior do que essa que sai de dentro de si mesmo, o que pode ser verdade no caso de um monge tibetano, mas não para quem é o objeto da indústria do espírito, o atribulado cidadão comum do Ocidente que costuma encontrar a felicidade do lado de fora, em outra pessoa, no seu entorno familiar e social, em seu trabalho, em um passatempo, etc.

De acordo com a fórmula de Dennett a chave está do lado de fora, no outro extremo, na atenção que dedicamos a coisas mais importantes do que nós, objetivo, certamente, nada difícil de se conseguir pois, a rigor, tudo é mais interessante do que nós mesmos.

A indústria do espírito, uma das operações mercantis mais bem-sucedidas de nosso tempo, cresceu exponencialmente nos últimos anos, é só ver a quantidade de instrutores e pupilos de mindfulness e de ioga que existem ao nosso redor. Mindfulness e ioga em sua versão pop para o Ocidente, não precisamente as antigas disciplinas praticadas pelos mestres orientais, mas um produto prático e de rápida aprendizagem que conserva sua estética, seu merchandising e suas toxinas culturais.

Há poucos anos a ioga e o mindfulness eram atividades marginais, praticadas por pouca gente e hoje se transformaram, em pouco tempo, em uma indústria multimilionária. Não vamos despreciar os benefícios físicos e mentais da ioga, e não se pode negar que na introspecção do mindfulness pode-se eventualmente enxergar alguma luz, mas também é verdade que o sucesso súbito e meteórico dessas duas indústrias dá o que pensar.

A questão atual é cultivar a espiritualidade, olhar para dentro de si, com um ar oriental, como veículo para se conquistar a felicidade. Como se a felicidade realmente fosse uma parcela conquistável, e não esse estado de ânimo aleatório, espontâneo e efêmero de, digamos, alegria integral, que chega de vez e quando e em rompantes. O que podemos mesmo experimentar são momentos de felicidade, a graça é justamente essa; se a felicidade fosse um estado permanente viveríamos em um mundo de idiotas com um sorriso bobo.

Frente ao argumento de que a humanidade, finalmente, tomou consciência de sua vida interior, por que demoramos tanto em alcançar esse degrau evolutivo?, proporia que, mais exatamente, a burguesia ocidental é o objetivo de uma grande operação mercantil que tem mais a ver com a economia do que com o espírito, a saúde e a felicidade da espécie humana.

Em seu ensaio America the Anxious (St. Martin’s Press, 2016)), a jornalista inglesa Ruth Whippman revela alguns dados reunidos pelo Departamento de Saúde dos Estados Unidos: mais de vinte milhões de pessoas, mais ou menos a metade dos habitantes da Espanha, praticam a meditação naquele país, e o gasto anual em custos de mindfulness, e os produtos derivados do ensino e da prática posterior, é de 4 bilhões de dólares (13 bilhões de reais). Os números da ioga são ainda mais importantes: os novos iogues investem 10 bilhões de dólares (33 bilhões de reais) por ano em aulas de ioga e acessórios como o tapetinho, as calças leggins, a garrafinha iogue de aço inoxidável para a água. Das indústrias que mais crescem, e mais rapidamente, nos Estados Unidos, a ioga ocupa o quarto lugar.

Em nossa época os idosos já não querem ser sábios, preferem estar robustos e musculosos
Isso ocorre em um país que em sua declaração de independência consagra por escrito a busca da felicidade (the pursuit of happines) como um dos direitos inalienáveis da população. Essa busca, como tudo o que acontece naquele país, se estendeu pelos países do Ocidente e chegou em outros lugares do mundo, como a Espanha e o Brasil, aplicada à indústria do espírito, com um sucesso, e uma militância entre seus praticantes, dos quais a maioria dos cultos não goza.

A indústria do espírito é um produto das sociedades industrializadas onde as pessoas já têm muito bem resolvidas as necessidades básicas, da moradia à comida até o Netflix e o Spotify. Uma vez instalada no angustiante vazio produzido pelas necessidades resolvidas, a pessoa se movimenta para participar de um grupo que lhe procure outra necessidade.

Esse crescente coletivo de pessoas que cavam em si mesmas buscando a felicidade, já conseguiu instalar um novo narcisismo, um egocentrismo new age, um egoísmo raivosamente autorreferencial que, pelo caminho, veio alterar o famoso equilíbrio latino de mens sana in corpore sano, desviando-o descaradamente para o corpo. O guru do século XXI convida seus pupilos a consentir-se a si mesmos, a tratar-se estupendamente enquanto encontram a porta da felicidade, os anima a descobrir os mistérios do mundo em seus próprios umbigos.

Esse inovador egocentrismo new age encaixa divinamente nessa compulsão contemporânea de cultivar o físico, não importa a idade, de se antepor o corpore à mens. Ao longo da história da humanidade o objetivo havia sido tornar-se mais inteligente à medida que se envelhecia; os idosos eram sábios, esse era seu valor, mas agora vemos sua claudicação: os idosos já não querem ser sábios, preferem estar robustos e musculosos, e deixam a sabedoria nas mãos do primeiro iluminado que se preste a dar cursos.

Mais de vinte milhões de pessoas nos Estados Unidos praticam a meditação
Walter Benjamin resgata o conselho de um velho sábio cabalista que vem ao caso; para conseguir uma mudança importante na vida não é preciso realizar grandes movimentos, e cursos de nenhuma espécie, eu acrescentaria: “Basta levantar um pouco essa xícara, ou esse arbusto ou essa pedra; e assim com todas as coisas”, recomendava o velho cabalista.

Se a indústria do espírito tem realmente os efeitos que sua clientela propagandeia, por que não vivemos rodeados de gente feliz e satisfeita?

Parece que o requisito para se salvar no século XXI é inscrever-se em um curso, pagar a alguém que nos diga o que fazer com nós mesmos e os passos que se deve seguir para viver cada instante com plena consciência. Seria saudável não perder de vista que o objetivo principal dessas sessões pagas não é tanto salvar a si mesmo, mas manter estável a economia do espírito que, sem seus milhões de subscritores, regressaria ao nível que tinha no século XX, aquela época dourada do hedonismo suicida, em que o mindfulness era patrimônio dos monges, a ioga era praticada por quatro gatos pingados e o espírito era cultivado lendo livros em gratificante solidão.

Jordi Soler é escritor.

Publicado em 23 de dezembro - El País

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Revolta na CASA GRANDE: direitos insanos e insanos direitos!

'Quem vai segurar a sombrinha da sinhazinha dos direitos humanos e o chapéu do capitão do mato ministro da justiça?'


A ministra LuisBELA Valois (Direitos Insanos) ao contrário do que 'possamos interpretar' não esta nivelando por baixo, na base do real (situação escravagista de verdade), sua concepção de escravidão, esta nivelada por cima, a partir do escalonado de ladrões alinhados ao delatado senhor do engenho na cúpula da 'Casa Grande' no jaburu, e aos dois insanos salões de baile no congresso nacional. É com estes que a ministra parece reclamar suas gratificações menorizadas.  


E a 'Bonita' tem razão, poucos ali como o gato angorá (denunciado), mineirinho (salvo), botafogo (primeira cadeira), caju (multi denunciado), caldo (maggi do trabalho escravo), esqualido (ministro alcateia), caranguejo (preso), primo (denunciado), entre outros pilantras deste anfiteatro de horrores e pilantragem, recebem menos de R$ 50 mil/reais mês de salários e subsídios. Acrescente a isso, os milhões que levaram, levam e ainda vão levar via ilicitude/maracutaia e então a miniMINIstra comprova sua tese de escravidão. 

A 'Linda' não só comprovaria sua tese, como ainda teria argumento suficiente para dizer que a cor de sua pele e ser mulher tem servido de elemento preconceituoso para tão baixo salário em relação a trupe do ali baba e seus inumeráveis ladrões da republica. 
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Neste Brasil da putrefata elite secular, ESCRAVIDÃO não é a mesma coisa que trabalho ANÁLOGO a ESCRAVIDÃO - o primeiro as elites dizem se enquadrar ao perder grandes investimentos, espaços estratégicos, territórios financeiros, espaço no bando, papel na alcateia. Enquanto o segundo só se comprova se o trabalhador sucumbir após 18 horas de trabalho dia, não ter direito a nenhuma refeição dia, o meio de transporte passar por três opção: funerária, fuga, ou resgate, e por fim, se for constatado pelos fiscais do trabalho. 

 Quem vai segurar a sombrinha da sinhazinha dos direitos humanos e o chapéu do capitão do mato ministro da justiça??? - Porque 'trabalho escravo' (existe, persiste e insiste continuar), o que deixou de existir é o respeito ao conceito, a concepção, a lei e a vida - e começa com os que teriam que dar exemplo. 

Justiça seja feito: tronco e açoite para todos que criticarem a ministra. Um bandido incomoda a gente, dois bandidos incomodam mais, três bandidos (três poderes do pais) incomodaram... incomodam... e vão incomodar ainda muito mais. - Fora pilantras! - Mas antes, um aumento de salário para ministra escravizada por favor! 

 Prof. Neuri A. Alves 


quarta-feira, 1 de novembro de 2017

' A SOCIEDADE DE ÓRFÃOS VIVOS'

 Por Juan Arias - Jornalista espanhol correspondente 
 
“Esta é uma sociedade de órfãos de pais vivos” 
 
O eco da tragédia de Goiás levará tempo para se dissipar, já que despertou o alarme em muitas famílias.
 
Estaremos criando uma sociedade de jovens de pais ausentes, distraídos demais com a Internet, à qual Leonardo Calembo, de 41 anos, pai de um dos adolescentes mortos a tiros no colégio de Goiânia por um colega de classe, chamou, enquanto enterrava o filho, de “órfãos de pais vivos”, de pais já mortos para eles, porque ignoram seus problemas?

O eco da tragédia de Goiânia, que se revela a cada dia com informações mais alarmantes sobre a personalidade complexa do jovem de 14 anos que disparou na sala de aula contra os colegas, levará tampo para se dissipar, já que despertou o alarme em não poucas famílias. É como se, de repente, nos perguntássemos se realmente conhecemos nossos filhos e o que estão vivendo sem que saibamos.

O sociólogo Jorge Wertheim, que foi representante da Unesco no Brasil, acaba de escrever no jornal O Globo, comentando o caso do jovem assassino da escola de Goiás, que é significativo que em um país como o Brasil, “com um dos maiores índices de violência do mundo, se despreze a necessidade de investigar por que esses níveis inaceitáveis de violência assolam as escolas”.

Enquanto escrevo esta coluna, o jornal Folha de S. Paulo publica o que chama de “o mapa da morte”, com os dados de homicídios no Brasil em 2016, com um aumento de quase 4% em relação ao ano anterior. No total foram 61.689 homicídios, o que equivale a sete a cada hora, algo que supera muitas guerras juntas. É como se o Brasil sofresse a cada ano a explosão de uma bomba atômica. A de Hiroshima matou pouco mais do que se mata no Brasil todos os anos.

Algo que agrava esse mapa da morte é que metade desses homicídios é de jovens, o que significa que mais de 30.000 pais e mães tenham que enterrar filhos, algo que fere as leis da natureza. O normal é que os filhos enterrem os pais. A matança desses milhares de jovens conduz à aberração de que os pais se sintam órfãos dos filhos, sem poder desfrutar deles em vida.

A violência aumenta em todos os estratos do Brasil, dentro e fora dos lares. Também nas escolas, e com ela o fascínio dos rapazes pelas armas. Uma professora de ensino secundário me escreve para expressar sua surpresa ao perguntar a seus alunos o que desejariam ser quando adultos. Quase todos sonhavam em ser policiais. Por quê?, indagou a professora. “Para poder usar uma arma”, responderam em coro, o que poderia ser traduzido como “para poder matar”

Permitir ou não que as crianças e jovens vejam todo o tipo de violência virtual nos jogos, nos filmes, na televisão e nos celulares? Quando eu era estudante de psicologia em Roma, tive uma discussão com um de meus professores que defendia que as crianças deviam familiarizar-se com a violência para poder administrá-la quando adultas. É o que pensam ainda hoje até mesmo ilustres sociólogos. Para mim, porém, a vida real de hoje já oferece doses de sobra de violência, desde que se nasce, dentro e fora das casas, para que seja preciso acrescentar-lhe a violência virtual. Que as famílias tenham mais medo que seus filhos vejam cenas de sexo que de violência, que se assustem mais que vejam um nu do que uma execução é um sintoma que deveria nos levar a pensar, em um mundo cada vez mais fascinado pelas armas.

Jovens órfãos de pais vivos, pais que se veem sujeitos a enterrar filhos em flor e, se fosse pouco, desde 1980 até hoje segue aumentando no Brasil o número de suicídios juvenis, segundo o IPEA. É o ápice da tragédia da sociedade. Um jovem que se priva voluntariamente de uma vida que deveria estar repleta de esperança e projetos é uma chicotada na consciência dos adultos. Não são apenas órfãos virtuais, mas também jovens aos quais a vida se revela pior que a morte.

Mais do que saber se têm mais votos Lula, Doria ou Bolsonaro, os institutos de pesquisa deveriam se interessar em descobrir por que a juventude de uma sociedade como a do Brasil, que sempre teve como vocação a felicidade e os encontros festivos, se vê de repente representada por um triplo drama de orfandade. Quem salvará o Brasil não será, de fato, nenhum caudilho, herói ou messias, mas a tomada de consciência da sociedade de que as famílias precisam apostar para que seus filhos voltem “a ser sonhadores”, como pedia o jovem de outra escola em Olinda.

Quando um jovem pede aos pais que lhe dediquem mais tempo que a seu celular, ele lhes está suplicando mais afeto, ou está tentando contar-lhes que algo se está rompendo dentro dele. Quando lhe dizem: “depois, agora estou ocupado”, esse “depois” poderia ser tragicamente tarde.

Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil 

 

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

LADRÃO DE MALA E CARTEIRINHA

Por, Juremir Machado - 25 de setembro de 2017

''Larápio assim tem direito a boneco vestido de presidiário no carnaval de Olinda e a figurinha no álbum dos maiores safados da história.''


O cara que rouba mais de R$ 51 milhões, armazena tudo num apartamento emprestado e vai trabalhar de terno e gravata como se fosse o mais honesto dos homens merece um lugar na galeria universal da infâmia. Vai ser cara de pau assim na casa do cachorro. Imaginemos o tipo despachando no ministério, pagando de autoridade, jantando com o presidente da República, assinando documentos oficiais e pensando na grana preta armazenada no seu cafofo. O sujeito que chora para não ficar na prisão, invoca os filhos e a mulher para sustentar, instala a mãe no mesmo edifício como se fosse um cordeirinho e deixa as impressões digitais nos sacos envolvendo o volumoso butim é de outro planeta.

Por favor, vai ser canalha assim na ponte que caiu. Tá louco.

A figura só pode ser sociopata, psicopata, pata que o pariu, essas coisas assim, se me faço entender, para roubar com as duas mãos e comparecer a uma manifestação contra a corrupção e soltar discurso contra a roubalheira na base do “ninguém aguenta mais”. Dobra a pena dele, vai. Além de roubar, o dito cujo deita e rola, zomba da nossa cara, tira todo mundo para otário. Um cara assim raciocina com esta linguagem: “Só tem mané nessa parada, meu irmão”. Bota safado nisso. E dizer que ninguém sabia de nada. Nem se imaginava. Só pode ser isso. Afinal, se a peça faz tudo isso e vira homem forte do governo só pode ser por inocência e ignorância do presidente. Ou alguém imagina outra coisa?

A minha conclusão é esta: o presidente não sabia de nada.

Deve estar chocado, perplexo, profundamente decepcionado, até revoltado.

Larápio assim tem direito a boneco vestido de presidiário no carnaval de Olinda e a figurinha no álbum dos maiores safados da história. Esse rouba e come com farinha. Dá até pena. O homem estava com um baita problema: como desovar a dinheirama toda sem dar na vista. Tinha de se preocupar com imensos problemas de logística. Ladrão assim merece respeito da comunidade internacional dos ladrões. É coisa de profissional. Se bem que deixou rabo e foi pego. O cara que enfia a mão no alheio, no dinheiro público, milita em partido, canta o hino nacional e jura honestidade quando apertado é, como se fala popularmente, do baralho. Um baralho sujo, imundo, baralho do poder.

Já vimos de tudo, mas coisa desse naipe impressiona. Deveria ter pedido de desculpas para o colega que o denunciou e teve de renunciar. Enfim, um cara desses é um monumento, uma estátua viva em homenagem à ladroagem. Claro que o leitor já entendeu que estou fazendo ficção. Um cara assim não existe, nunca existiu, jamais existirá. Só em filme. Qualquer semelhança com a realidade é mero exagero. Inventei tudo. Se um ladrão assim aparecer na história, o presidente da República virá a público pedir desculpas à nação por ter lhe dado altos cargos e não ter sabido que se tratava de bandido perigoso. Como se trata imaginário, inverossímil, ninguém terá de se justificar ou explicar.

No ranking dos ladrões brasileiros esse personagem de ficção lidera.

Juremir Machado da Silva - Jornalista, Escritor, Professor Universitário e Colunista


quinta-feira, 14 de setembro de 2017

O AMOR VAI DEVAGAR

Texto publicado originalmente no Neerlandês – Escrito por Luc Vankrunkelsven - 06 de Setembro 2017

Jon Sobrino, jesuíta da Universidade de San Salvador, havia repetidamente falado sobre "amor político" e que ele deveria falar sobre a realidade. No caso de seu país, El Salvador, é uma realidade difícil. Seu confrater (irmão religioso) e ex-ministro da educação na Nicarágua, Fernando Cardenal, levou a ação prática como poucos levaram. O brasileiro Frei Betto também é conhecido por seus apelos para o amor e a ação política. Talvez seja estranho na crise política que o Brasil encontra-se há algum tempo.

Herman Verbeek tinha na época em sua poesia e música "O amor vai devagar" sobre ‘desespero e paciência’. Para "amor político" e "paciência", tive que pensar frequentemente em Chapecó nos dias que estive por aqui. De 2003 a 2008, trabalhei com a Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar-Fetraf-Sul (1) nos três estados do sul do Brasil. Foi principalmente um intercâmbio internacional de "OMC, comércio internacional e efeitos perversos para a agricultura local (ers) em todo o mundo". A partir de 2008 comecei com passeios anuais de cinco semanas neste imenso país. Um subcontinente. Voltei também a Chapecó há poucos dias. Eu tenho muitas oportunidades aqui e aprendi muito, mas ainda estava aguardando esses dias que após anos de trabalho também pudesse colher algo de novo, e colhi – vou contar um pouco do vi, vivi e compartilhei por aqui.


 INVESTIR NA JUVENTUDE
Universidade Federal da Fronteira Sul-UFFS - Campus Chapecó/SC
A Fetraf Santa Catarina quer influenciar positivamente as gerações futuras. Portanto, há oito anos, juntamente com outros movimentos sociais, foi protagonista na criação de uma nova universidade: UFFS (2). Os jovens são formados debatendo
Centro Educacional do Bosco - Estudante recita poema
alternativas de produção que atendam a agricultura familiar e campesina. Há também uma forte abertura para dar aos haitianos emigrados e "índios" de diferentes etnias oportunidades para o ensino universitário. Isso foi o que eu experimentei pessoalmente, quando, após minha fala ao plenário lotado da Universidade Federal da Fronteira Sul com estudantes de Engenharia Ambiental, Agronomia e Ciências Sociais; Kichulu Yawalapiti um jovem "índio" pertencentes aos povos indígenas do Xingú me convidou para conhecer sua região em Mato Grosso. Ele ficou muito emocionado com o argumento de Wervel, não só de se concentrar no debate da monocultura de soja, mas também estimular a proteção da diversidade original.

Centro Educacional do Bosco - Chapecó/SC
À chegada ao oeste catarinense, após oito horas de viagem noturna com o ônibus de Curitiba-Chapecó, tive que falar imediatamente com as crianças do Centro Educacional Dom Bosco. 

Fiquei impressionado como os professores vão lá diariamente e inserem as crianças no debate da sustentabilidade, tanto em termos teóricos (veja notas de registro aqui, onde um mini-almoço com LEF é tomado durante o intervalo das atividades), bem como, a semeadura prática (por exemplo, cultivar sementes de árvores originais como a araucária e replantar), Painéis e campanhas orientando sobre reciclagem e cuidados com o meio ambiente. Além disso, professores estimulam as crianças a poesia. 

Para cada uma das duas conversas que fizemos no plenário da escola, uma menina recitou seu próprio poema. Para percebermos. Um poema é intitulado: "A årvore do Amor" / "A Árvore do Amor".

Centro Educacional Dom Bosco - Chapecó/SC
 PAINEL NO CENTRO EDUCACIONAL DOM BOSCO 
  • "A reciclagem de um alumínio pode economizar energia suficiente para ligar uma TV por três horas".
  • "Mais de 160 mil pessoas vivem no Brasil apenas coletando latas de alumínio, e recebem, em média, dois salários mínimos, de acordo com a Associação Brasileira de Alumínio".
  • "Cada 100 toneladas de plástico economizam 1 tonelada de petróleo".
  • "Para a produção de 1 tonelada de papel, é necessário 100 mil/litros de água e 5 kw de energia. Para produzir a mesma quantidade de papel reciclado, são necessários apenas 2000 litros de água e 50% da energia ".
  • "O vidro pode ser completamente reciclado".
As informações sobre as latas me lembraram os anos em que eu puxei escolas na Flandres (norte da Bélgica) com uma lata de coca e batatas fritas, combinada com uma caixa de pão (2). Objetivo? Explicar a globalização e os sistemas alimentares, fazer conexões e apontar o enorme desperdício.


➠ LIVROS EM UM PAÍS DE LEITURA

Estudantes da Escola de Ensino Básico Tancredo
Neves - Chapecó/SC
Crianças no Centro Educacional Dom Bosco, estudantes da nova Universidade - Uffs, estudantes de ciências e humanidades na Escola de Ensino Básico Tancredo Almeida Neves: nestes locais a quase despercebida, mas terna e efetiva presença do Filósofo/professor que assessora a Fetraf Santa Catarina Prof. Neuri Alves e as atividades sempre bem preparadas. Lentamente, ao 'Ritmo da Lagarta'. Ao Ritmo do Amor', que tem paciência e não se deixa levar. Por exemplo, ainda não havia presenciado como os alunos foram para a mesa onde estavam expostos os livros e compraram muitos exemplares. 


Centro Educacional Dom Bosco - Chapecó/SC
Um companheiro de uma biblioteca itinerante animou o stand de livros também na primeira noite na Escola Trancredo Neves e na manhã seguinte na Universidade Federal da Fronteira Sul. É o sinal do novo com uma Livraria Itinerante com preços populares que funcionará em um veículo Kombi (WW), nos passos de Paulo Freire. É uma conquista total em um país, que até então não apresentava uma cultura de leitura tão marcante. Precisamos incentivar a compra de livros, mesmo que para isso como escritores precisamos nos despir de nossos anseios pelo lucro – a cultura precisa vencer. Embora, como essas escolas e as universidades querem formar novas gerações e uma nova mentalidade, com isso tem havido crescimento notável ​​na venda de livros infantis nos últimos anos em todo Brasil. A nova geração de professores claramente incentiva as crianças e os jovens a ler. O canto de leitura no Centro Educacional Dom Bosco está lindamente decorado – é a prova da verdade.

Centro Educacional Dom Bosco - Chapecó/SC

Escola de Ensino Básico Tancredo Neves - Chapecó/SC

 MULHERES PODEROSAS

Propriedade Família Cordazzo - Coronel Freitas/SC
O último dia no período da tarde visitamos uma propriedade onde vive com seus pais uma jovem agricultora com expressão angelical de menina em tenra idade, embora sua já adiantada caminhada formativa e consciência.

Dalvana Cordazzo. Ela quer mudar a lógica da produção atual de leite na propriedade para uma produção biológica, baseada apenas em pastagem e tratamento com fitoterápicos e homeopatia. Como guia a nos acompanhar uma jovem engenheira agrícola, em processo de formação na UFFS. Ela trabalha no sindicato de agricultores do município de Coronel Freitas. Ela representa claramente a nova geração que quer transformar ideias inovadoras em prática. O país atravessa hoje uma crise profunda, mas como o antigo governo do PT investiu em jovens, há um otimismo vivaz que eles representam uma esperança duradoura no futuro.

Propriedade Família Cordazzo - Coronel Freitas/SC
Fomos encontrar a engenheira agrícola no sindicato. O que encontro? - Ao entrar no sindicato, dou-me de frente com uma visão carregada de significados na parede, com os dois ex-presidentes Lula da Silva e Dilma Rousseff de ambos os lados e ao centro o cristo crucificado. Jesus de Nazaré entre dois socialistas em um sindicato de agricultores socialistas! Tal movimento não pode ser imaginado na Europa. Isso é um socialista-avant-la-lettre entre dois socialistas que queriam levar seu país para uma direção libertadora? Ou Jesus está esticado aqui para mostrar a situação da propriedade? Na minha opinião, sim, usei isso como exemplo que o Bom Jesus enfrenta no uso dos fertilizantes na Lapa.


➠ ‘EU SEREI’


Propriedade Família Cordazzo - Coronel Freitas/SC
Dalvana é uma jovem promessa de liderança forte dos agricultores na estratégia da Fetraf no Estado de Santa Catarina - é uma esperança que o novo vai nascer. A visita foi um pedido em especial pelo respeito que a jovem nutre por mim, mesmo que ela tenha ficado um pouco nervosa ao receber um escritor da Europa em sua casa. No entanto, ela o convidara, porque fez leitura de seus livros e compartilha de suas ideias. Não é evidente na cultura machista brasileira uma jovem não se casar e sair para a outra família. Muitas mulheres jovens também migram para a cidade, enquanto os jovens agricultores freqüentemente ficam no campo sem que as mulheres assumam o lugar de proprietárias como transição natural. Ela diz com firmeza: "Eu permaneço e quero continuar com este projeto na propriedade familiar voltado a produção mais orgânica’’. Ela vai encontrar muitos obstáculos a caminho, mas o ritmo da lagarta irá ajudá-la a superar - por eu onde andar estarei feliz por saber que os ‘Oasis’ não morrem! 


O amor sem paixão é como alimentar-se de algo sem gosto, sem pimenta e sal. O amor (compromisso) por vezes pode até parecer algo rápido, efêmero, mas pode também tornar-se fúria, fortaleza. O amor, também o político, vai devagar, mas a paixão pelo que fazemos pode ajudar superar as ervas daninhas, porque o amor mesmo que gestado lentamente em pequenas atitudes, ações e iniciativas de ‘Oasis em Oasis’ um dia vai vencer.


Luc Vankrunkelsven - Filósofo, Escritor e Frei. É fundador da Wervel, uma ONG com sede na Bélgica que luta em defesa de uma Agricultura Resposável e Socialmente Justa. Ativista de intercâmbio de diálogos entre Brasil e Europa na defesa do Bioma Cerrado Brasileiro.  



Fonte: Textos traduzidos originalmente da página pessoal do escritor na Bélgica com o Titulo: 'Liefde gaat langzaam' - https://lucvankrunkelsven.wordpress.com/

Fotos das agendas por Chapecó:

Professores, Gestores e Convidados - Centro Educacional Dom Bosco - Chapecó/SC

Professor e Estudantes da Escola de Ensino Básico Trancredo de Almeida Neves - Chapecó/SC

Professoras da Escola de Ensino Básico Trancredo de Almeida Neves - Chapecó/SC

Alexandre Bergamin - Coordenador da Fetraf/SC na Palestra da UFFS - Chapecó/SC 
Professor Tomé Coletti UFFS e Prof. Pesquisador Neuri Alves Assessoria Fetraf/SC

Visita a Cresol Central com Diretora da Fetraf/SC  - Chapecó/SC

Projeto de Livraria Itinerante - Chapecó/SC