sexta-feira, 2 de novembro de 2012

LÁ O CULPADO JOÃO DE BARRO, AQUI A FALTA DE AGUA


“Lá foi a falta de Luz, aqui tem sido a falta de Água, para todos nós a pertinente ausência de Estado vira um Estado de descaso e vergonha!”

LÁ FOI FALTA DE LUZ:
Os incompetentes papagaios de pirata sempre jogam a culpa das irresponsabilidades ou nas intempéries de ordem natural com seus agentes do meio ambiente ou no que justificam como falha humana mas causadas pelos sucateados mecanismos técnicos. Digo isso porque fatos interessantes ocorreram durante esta semana aqui em Chapecó e Nova Itaberaba. O primeiro envolvendo a Celesc foi a descarada irresponsável explicação que o Responsável Técnico da empresa apresentou para justificar o prejuízo do produtor rural no município de Nova Itaberaba, acusando o pássaro João de Barro como causador do blecaute de energia e natural culpado pelo prejuízo de mais de 10 mil reais sofrido pelo agricultor com a falta de energia.

O fato é que sem energia os ventiladores internos ficaram desativados levando a morte assistida de todos os frangos em 2 horas. Acumulando os prejuízo e as justificativas descabidas da empresa para desonerar suas responsabilidades apresentando laudo primário que joga nas costa (aliás nas asas do João de Barro) a culpa, o produtor precisa entrar na justiça. Precisa cobrar os prejuízo causados pelo descaso da Companhia Elétrica e pela ausência irresponsável de Estado neste município, e se necessário que seja ação coletiva. Porque uma certeza de antemão já se tem, o João de barro não vai se sentar no Banco dos Réus.

Não é possível caros cidadãos que este "João de Barro" venha a tanto tempo sendo o perturbador da ordem social dos prejuízos materiais, da desordem natural e continue voando tranquilo enquanto nada se faz. Há muito tempo a falta de energia é rotina neste município, eu mesmo já fiquei mais de três horas sentado na praça central no ano de 2010 a espera da energia para que o cartório pudesse imprimir um documento para mim. Se o agricultor não entrar na justiça e cobrar pelos seus danos já se cogita segundo informações dos devotos de todos os santos que São Francisco de Assis como santo protetor dos animais deve advogar pelo João de Barro em ação judicial contra o Estado cobrando danos morais por calunia e difamação contra o pássaro!

AQUI FOI A FALTA DE AGUA:
O que muda são os caras de pau, mas as desculpas são sempre as mesmas, sempre sob a mesmas orientações. O Segundo fato da semana é a falta de água no Bairro Bom Pastor, Vila Betinho região do grande São Pedro aqui em Chapecó numa semana de muita chuva. Mas também justificado pela Casan como suposto vazamento naquela região até agora não encontrado. O que gera uma curiosidade e o tamanho deste vazamento e uma provocação aos estudantes de geologia. Pois para faltar água em plena semana de chuva como tivemos é de desconfiar se o 'aquífero guarani' não fez uma ligação clandestina (o popular gato) para abastecer seus lençóis freáticos. VERGONHA! Já estamos esgotados deste 'DESCASODUTO' que Celesc e Casan sob a gerência dos cabideiros parasitas nas malditas administrações do Estado de Santa Catarina e dos Municípios tem trazido a povo, com seus roedores da máquina publica como os Macieski, Varella e Sander.

Em Nova Itaberaba um malandro João de Barro e aqui em Chapecó um buraco negro para a geologia, e para os cidadão os restos putrefato da máquina pública sendo devorada pelos vermes e seu comissionados da politica suja.

É O FIM!!! - Da série semana da desculpa!

Neuri Adilio Alves
Filósofo  - Cidadão - Observador

A LUCIDEZ É UM LUXO DE POUCOS


Há muito tempo que analiso o comportamento das pessoas, de modo mais intenso e expressivo os que vivem por perto. Quanta contradição! ...quanta avareza por detrás do egocentrismo medíocre estupefato da pequenez camuflada na banca vazia das próprias ilusões. Quantos revolucionários na contra mão da história, aparelhando interesses e violentando instrumentos democráticos e libertadores da classe trabalhadora! Quantos camaradas iludidos com o 'status quo' miserável dos que muito falam e pouco fazem, dos que cegam a justiça com os olhos obesos dos próprios interesses!

Quantos amigos professores frustrados com a vida de sala de aula, desestruturados na vida pessoal, feridos na luta ideológica e mergulhado no stress do dia seguinte. Quantos sindicalistas medíocres vendendo na feira do fisiologismo a falsa imagem de defensores dos trabalhadores. Argonautas diários das redes sociais de relacionamento, fetichismo, sexo e perdição. Traindo os trabalhadores, rasgando a ética ideológica e a um só tempo violentando a dignidade de si mesmo e da própria família.

Quantas 'carolas' conhecidas falando de “Deus”, distribuindo o pão amassado pelas mãos que apertam e desvelam as calosas contradições. Repartem este pão 'amassado' com a língua cortante, e 'assado' na boca como um 'forno do inferno' aquecido pelo calor diário das incessantes fofocas, a ser ingerido aos drinques de intromissão na vida alheia. Pão servido diariamente como ritual sagrado e degradado pelo fio condutor das patotas que alimentam a vida diária pelas mentiras e lorotas.

Quantos 'cientistas' dos causos de roda, pintando a imagem de gênio da história, filósofo de hora e artista sem arte. Santa ausência da lucidez naqueles que comungam da estupidez diária da própria invalidez. Amigos distante e conhecidos de perto, mas que formam a negação da negação dos necessários exercícios diários de uma receita de humildade, com recheados flocos de honestidade a ser servido na farta mesa de nossa negada realidade. Retrato explicito de que estudar precisa ser o latejante sintoma da dor na carne, imune a qualquer fármaco e imensurável por qualquer método qualitativo de notas (médias) obtidas, mas sim pelo acumulo que permanece de claro conhecimento, sintoma cada vez mais raro da lucidez.

Quantos de vós tem se colocado em marcha na direção da vitória sobre as próprias limitações? Quantos de vós tem lutado para vencer os vícios malditos acarretados pela posição social, estrutural e financeira? Quantos de vós tem lutado para controlar o ego nojento exposto no palco ridículo de vossas fragilidades. Quantos de vós tem marcado encontro com a dona lucidez? É hora sim de vocês romperem as algemas que os aprisionam no silogismos peripatético de suas próprias contradições. Para que ao atravessarem a encruzilhada da realidade não sejam engolidos pela sombra da história e envenenados na epistêmica mesa do tempo.

Quanto a mim? ... louvado seja minha tamanha pequenez. Pois aos que se encaixarem neste interim dialógico realista fica o exposto. Porque neste areópago onde vivo nunca se precisou tanto de uma visita a trilha dos velhos princípios da ética, da moralidade e da coerência. Porque não são poucos os que precisam de 'piqueniques' recheados de boa conduta; … de 'acampamentos' de honestidade; … de 'excursões' a procura da lucidez perdida. Estamos precisando de uma revoada de novos valores; … de um banho de cultura; um tornado de honestidade; uma avalanche de transparência; uma tsunami de coerência. Só assim se abre a possibilidade de reciclar o 'Lixo da Estupidez', transformando-o em um 'Luxo da Lucidez'. É um desafio …

Neuri Adilio Alves
Filósofo - Humano - Observador 

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

UM CÁLICE DE NOVA E COERENTE ALIANÇA

"Senhor Deus confesso que estou curioso para contar os magoados comigo!"



Como não mando dizer e conheço quase 100% dos operários da vinha burguesa pertencente a grande multinacional da fé aqui na diocese de Chapecó, preciso abrir a caixa de pandora e libertar os aprisionados espirítos também. O próprio o evangelho me provoca ao me servir com a 'palavra viva descida do céu': “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”, por isso como estou em processo de libertação preciso dizer que muitos padres precisariam mais do que alguns dias de retiro espiritual. Precisariam sim, de um banho de conteúdo, de estudos, de hermeneutica e exegese bíblica, precisariam de um banho de suma teológica e um tornado de moralidade.

Necessitariam sim de muitas quaresmas num ano para penitenciar-se a si mesmos, antes de cobrarem dos cristãos o compromisso com os sacramentos. Afinal incoerência começa quando não mais respeitam o próprio celibato e pra piorar ainda mais, passam a invadir a privacidade da vida conjugal de algumas pessoas. Isso quando não nos salta o desejo de tornar publico certos comentários nos bastidores de bairros e comunidade sobre separação de famílias, recriando aqui na terra (melhor nas comunidades e bairros) uma espécie de Showroom filial do inferno. Coerência meus caros, começa com exercício de espiritualidade pessoal. A algo cada vez mais raro de sentir quando rezam nos altares e muito menos quando balbuciam algum conselho. As pessoas chegam frias as celebrações e voltam geladas pra casa, um dura realidade externada no sentimento de meu grande conhecido, o coerente Pe. Luis Mosconi quando o mesmo disparou: 'em nossas celebrações estamos precisando modificar a benção final, ao invés de dizermos "Ide em paz que o senhor vos acompanhe, precisamos dizer ide em paz e que o Senhor vos alcance”, dado tamanha a pressa que o povo manifesta no fim das frias celebrações! 


Tenho muitos colegas padres aqui, e pelo brasil, sem contar os que hoje estão pelo mundo como na Africa; China; Colombia; Bolivia; Nova Zelândia entre outros. O fato é que sei muito das atitudes e ações de alguns, principalmente os que vivem mais próximos de mim. Sei tanto das belas atitudes como das putrefatas também. Por isso a “moral do cagaço” comigo não tem cadeira cativa, mas apenas alambrado. Estes lixos de pregação que usam nos altares da falsidade moral para mim não passa de resquícios do lixo imoral que existe escondido na suja alva branca ostentada nos celebrativos altares do povo inocente. E não será proibindo bailes em salões de Bairros/Comunidades que vão lavar as manchas do erro e dos vossos pecados cometidos como ritual celebrativo de cada dia. 


Que glorificada sejas a coragem de quem precisa falar, mesmo que aos olhos da imoralidade justificada isso não passe de uma blasfêmia comunista de quem como eu já se “RETIROu” da fila onde antes serviam a ceia imoral. Mas que antes da retirada fiz questão de tomar deste “cálice da nova, justa e libertária aliança assumida comigo mesmo pela remissão do silêncio antes servida a mim. Só espero que os mesmos pregadores, formados nos antigos e ainda novos CTPLs que levianamente atiram pedras no filósofo Nietzsche o chamando de 'moralista imoral' não sejam os primeiros a esbravejar uma adaptada máxima Sartreana e dizer: 'o Inferno é o Neuri, que me olha, me julga, e tenta manchar minha imoral liberdade de pecar'. Que os deuses da filosofia me absolvam no areópago do tempo, porque nos confessionários da santa madre eu to lascado. Amém!

Neuri Adilio Alves
Humano - Filósofo - Pecador 

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

PROFESSOR PROVOCAÇÃO

Dia 5 de outubro, Dia Mundial do Professor. Dia 15 de outubro, Dia Nacional do Professor. Mês ideal para prestigiar o professor, valorizá-lo, provocá-lo. 

Provocar o professor é despertar nele um provocador social, cultural, educacional. Um dos maiores atores brasileiros, Antônio Abujamra, é um professor atuando em seu programa Provocações, da TV Cultura. Seu rosto, tomando a tela inteira, declama (reclama) poemas provocadores. Ele não entrevista quando entrevista. Ele não recita enquanto recita. Ele interpreta como nunca. 

Ele finge, fingindo que não está fingindo. Ele improvisa o ensaiado. Ele provoca por vocação. Ele faz televisão sem dar bola para o Ibope. Ele ensina muito sem muito parecer ensinar. Na docência, como na arte em geral, não bastam as boas intenções para realizar um bom trabalho. É preciso, como dizia a antropóloga norte-americana Margaret Mead, que o professor, diante dos alunos, evite as respostas simplistas, padronizadas, “honestas”, e suscite a verdadeira reflexão. 

O professor provocação atua na sala de aula como se estivesse no palco. E ultrapassa os métodos educativos convencionais para atingir o mais tradicional (e teatral) dos objetivos pedagógicos: ensinar-nos a ver o mundo com novos olhos. 

O professor provocação não obriga ninguém a lutar ou discutir, mas nos desafia a entrar na grande briga contra o comodismo emocional, a preguiça mental, a inércia existencial. 

O professor provocação não insulta, não afronta, não ofende, mas enfrenta e nos ajuda a enfrentar todo e qualquer vestígio de covardia intelectual, de vaidade verbal, de curiosidade caricatural. 

O professor provocação não adota atitudes petulantes ou irreverentes, mas só a sua presença já causa reações, estimula, faz pensar e viver com mais intensidade, afinal. 

O professor provocação, como todo artista, não nasce pronto. Precisa desenvolver sua aptidão para perguntar o irrespondível e responder o imperguntável. 

O professor provocação não perde tempo com a chamada, sua aula arde em chamas, queima cadernos, canetas, livros, e todos os recursos audiovisuais. 

O professor provocação não sabe aplicar provas, mas, ao provocar, reprova tudo aquilo que é mediocridade, falta de imaginação, desinteresse pelo que realmente importa. Mês de outubro é hora de provocar o professor. Para que saia da toca, para que venha à luz, para que, provocando por profissão, provoque as autoridades, e todos possamos fazer muito mais por nós mesmos e pelo país. 

Gabriel Perissé é doutor em Filosofia da Educação pela USP e coordenador pedagógico do Ipep (Instituto Paulista de Ensino e Pesquisa).

domingo, 14 de outubro de 2012

FÉ - O NOSSO VIOLENTADO CRISTO DE CADA DIA

“Ter fé é dançar na beira do abismo.” 
Friedrich Nietzsche

Me perdoem mas preciso atirar algumas pedras! Me julguem os doentes, os facinoras, os iludidos e enganados de algumas igrejas do movimento Evangélico e Pentecostal e porque não dizer também Movimento Carismático Católico aqui de Chapecó. Abram seus ouvidos, agucem a memória e escondam ainda mais a falta de vergonha, porque eu vou provocar o debate. Ao seus olhos poderei violentar o que vocês chamam de Fé nos altares da mentira e eu chamo de imoralidade no caminho da razão. Escutai-vos: ... há décadas que estudo a relação necessária da espiritualidade humana como necessidade antropológica, sabendo a extensão do que isso significa no campo e visão antropossocial, filosófica, histórica e existencial de nossa trajetória como matéria cósmica; … há décadas que estou mergulhado no grande lamaçal de estudos conceituais exegético e hermenêutico da Fé; … do mesmo modo que há décadas analiso o inflacionado crescimento do cretino mercado (sim eu disse mercado) da fé em Chapecó. Que lixo! ... que nicho! … que vergonha. E e se Ele realmente existe, que tapa no rosto de “Deus”!

Começo meu análise por dizer que poucos empreendimentos cresceram tanto por aqui como as Igrejas em nossa cidade. O mercado de expulsões de demônios esta em voga. Esta grande feira de libertação virou febre; … virou um grande parque de descarrego, um ilustre anfiteatro de 'catarse' da falsa pureza. Estamos vivendo um 'Pentecostes' por manhã com línguas de fogo e tudo mais; uma páscoa por hora com morte e ressurreição e um  Apocalipse por dia aqui na cidade. A demanda por expulsões de demônios se tornou tão grande que já se teme a falta destas forças malignas para tantos especialistas. Não é absurdo afirmar e propor que se alguém aproveitar para montar um fábrica de demônios me larga escala tem tudo para um negócio de alta rentabilidade. É o capitalismo nos devorando pela espiritualidade, pelas fragilidades imaturas da consciência. É 'Deus' sendo “coisificado” nos altares da futilidade. Nas assembleias de mentirosos pregadores, papagaios de capítulos e versículos bíblicos decorados no grande teatro da vida infame. É o filósofo Nietzsche rindo a toa neste grande calçadão das frágeis e vazias crenças da urbe cristã, … é o 'Pão Nosso' de cada dia sendo devorado pelos ratos de plantão; … é o 'Pai Nosso' que estava no céu, trazido a terra sendo pisoteado pelas mentiras teatrais dentro de algumas igrejas.

Então meus caros elevai-vos comigo as antigas portas para que a verdade enfim possa entrar. Pois neste ano eleitoral  vocês que cretinos que tanto atiram pedras nas imagens dos santos católicos; mas celebraram durante três meses o Pão e Circo Eleitoral em vossas igrejas. Servindo como 'Ceia Fascista' na entrada e faixada de seus mercados da fé grandes placas e faixas de apoio ao candidato a prefeito eleito de Chapecó. Suas fúteis e vazias pregações voltadas ao apoio do demônio transformado em Deus desde o ano de 2004. Quantos cidadãos iludidos, devorados pelo canibalismo da crença vazia! Pelos fragmentos bíblicos decorados e repetidos como mantras durante seus ridículos cultos de gritaria e erudição da mentira promovidos por vós.

Quem de vós tereis a mesma capacidade de enganar para me provar o contrário? ...onde esta a verdadeira obra de transformação de vós mentirosos de plantão, charlatões da vida social, assaltantes da espiritualidade alheia; mascates das coletas financeiras, afilhados do governo local. Quem de vós que estais a direta do mal (eu disse a direita) poderá dizer o contrário? Quem de vós cidadãos enganados já fez uma exame de consciência e inteligência para se dar conta de que os demônios usam microfones no altares, para lhes ludibriar e fazer a coleta de seus medos, de suas fragilidades? Quem de vós frequentadores me convencerás da existência do diabo para além dos mentirosos que são vosso pregadores? Quem de vós vai procurar entender o que o filósofo descendente de Davi quis dizer quando flechou esta afirmação milenar já talhada como oráculo no templo de Delfos por 'Oh homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo!'; mas transcrita no evangelista São João 8:32, como: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” … porque nesta ceia dos iludidos todos tem tomado como vinho o Veneno da ilusão e se saciado com o 'Pão morto' amassado na terra! 


Neuri Adilio Alves
Filósofo, Professor Pesquisador
Graduado PUC Curitiba/PR 

Esp.PUC Campinas/SP


quarta-feira, 10 de outubro de 2012

CHAPECÓ - A VERGONHA PÓS ORGIA DEMOCRÁTICA



“Virou prostituição, virou banca de negócios, virou feira da cretinice; virou divã da justificativa.”

O que mais dizer dos que justificam ter negociado seu voto na grande quitanda eleitoral a troco de vale gasolina; placa na casa; adesivo no carro; exame médico; consulta; cesta básica; prótese e pilantragem? O que dizer dos ridículos universitário falidos de justificativas, famintos de cultura ostentando seus carros adesivados, turbinados pelo combustível da contradição? O que dizer de futuros advogados fazendo o papel de pervertores do legalismo eleitoral e vendendo o voto na bacanal grande feira da democracia vencida, da ética falida e a legalista moral falecida? O vigente, o futuro, o possível e real lixo legalista nosso de cada dia!

O que esperar do futuro que tanto se fala, numa cidade que se cala pra verdade dos fatos e se abre a vergonha prostituída dos valores elementares que possibilitariam a solidificação não só da democracia mas de todos os fundamentos que regem mudanças importantes na ordem social? Aqueles que possibilitam os avanços no campo da acessibilidade, que constam como direito sagrado de cada cidadão, na liberdade de se expressar, no direito de revindicar; na certeza de que será atendido.

O que dizer dos envergonhados que iniciaram a semana derrubando as placas de meio salário minimo; limpando os para-brisas de duzentos reais; os para-choques de cinquenta reais e as plotagens de um salário minimo? O que dizer dos envergonhados no reencontro com o amigo de consciência tranquila? ... enquanto os mesmos parecem angustiados a espera que quatro anos passem logo para novamente oferecer sua prostituída consciência no feirão do “quem paga mais” me leva como outdoor?

O que dizer da ressaca dos desvalidos, que entraram a noite comemorando a vitória da elite excludente que não lhes pertence e acordaram madrugada a dentro numa fila de posto de saúde para pegar ficha de ginecologista, dentista; oftalmo, clinico geral etc etc... única realidade que lhes pertence?

O que dizer dos comissionados envaidecidos pelo triunfo do rombo nos cofres públicos, mas nervosos a espera da confirmação de que ainda permaneceram sugando a máquina pública? O que dizer das centenas de secretários, diretores e escalonados dos altos salários, inquietos na incerteza dos valores que ainda podem colocar nos bolsos sem a efetiva fiscalização do legislativo pelo menos até dezembro?

O que dizer daquele que fantasiou-se de pequeno para engolir o cérebro medíocre de seu rebanho de mentes degradadas, coreografando os idiotas de novo como num grande baile a fantasia, e cada um com suas máscaras figurando personagens de mediática ilusão? Que nada! Mais cedo ou mais tarde chegam as tempestades que varrem sujeiras, derrubam supostas fortalezas e trazem novos ares aos campos um dia povoados pela ignorância desordenada e degradada pelo acúmulo de resíduos incompatíveis com a realidade local, real e desnuda.

Eu... eu renovei minhas convicções, … reforçarei minha visão, … afiarei ainda minhas palavras, … povoarei ainda mais minha mente de idéias; … recriarei os dias com certezas, … iluminarei minhas noites sem os segredos da antiética; e recomeçarei todas as manhas convicto de que o tempo da mudança vai chegar. Com ele imensos containers da ética para levar os resíduos sólidos da suja politica estocada por aqui. Porque eu continuarei como a coruja: “vendo tudo, escutando muito e piando pouco... mas piarei com conhecimento de causa, porque minha consciência não tem preço, validade e gosto. Ela é feita de convicção e centenas, milhares de horas de estudos que me trouxeram até aqui! E você?

Neuri Adilio Alves

Filósofo, Professor Pesquisador 
Graduado Pela PUC Curitiba, Especialização PUC Campinas.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

CHAPECÓ - A MISÉRIA COMPLEXADA DE MEUS CONHECIDOS E AMIGOS


A pior das misérias é a que pertence aos que se acham “instruídos”, os que sofrem da SINDROME DA GRANDEZA, os que nada tem, mas querem fazer parte dos grupo dos que tudo tem; ... os que buscam fugir a todo custo dos complexos de sua inferioridade Econômica e Social. Os que querem fazer parte da burguesia que os consome pela pior forma de alienação, que é a sua “coisificação”, a compra de sua consciência como produto bruto na feira suja de uma campanha eleitoral!

O fato é que aqui em Chapecó tenho muitos conhecidos, alguns que até daria para considerar como amigos. Muitos destes não tem CASA pra morar, vivem de aluguel, isso quando conseguem fiadores, pois caíram no descrédito com todas imobiliárias e conhecidos como mal pagadores. 

O cômico nisso tudo é que desde 2004 ainda não ganharam nenhuma casa de seu candidato a prefeito até porque ainda não foi feito nenhum projeto habitacional em Chapecó. São pobres ASSALARIADOS que vivem no limite da sobrevivência, mas fazem fervorosa defesa da turma do Zé Caramori, pelas ruas, e aqui na internet. Só não mexem comigo pelos parcos recursos de argumentação que possuem. Retrato míope da visão que tem da realidade social presente na cidade. 

São tão covardes consigo mesmo a ponto de se esconder no Ego vazio das próprias frustrações, fazendo jus a universal afirmação de Bertolt Brecht sobre “PIOR ANALFABETO POLITICO”, e nos incitando a deixar algumas perguntas como: 

- Que vocês farão após as eleições sem os churrascos de compra de voto? 

- Que vocês farão sem as cervejas pagas no mercado inflacionado do voto? 

- Que vocês farão com seus carros financiados sem a gasolina trocada pelo voto sujo? 

- Que vocês farão com a vergonha de suas consciências sujas no ataque a democracia? 

- Que vocês farão sem as velhas tetas dos mascates eleitorais? 

- Que vocês farão sem a presença dos seus urubus eleitorais devorando sua parca e porca dignidade? 

- Que vocês farão com a ignorância ainda maior acumulada após a eleição? 

- Que vocês farão com o aluguel atrasado do mês sem moradia? 

- Que vocês farão? 

- Que vocês ??? 

- Que ?? 

?? 

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Neuri Adilio Alves

Filósofo, Professor Pesquisador 
Graduado Pela PUC Curitiba, Especialização PUC Campinas.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

O SÉTIMO DIA NA DEMOCRACIA CHAPECOENSE

“No Sétimo dia da Democracia eu vou votar pela vida!” 

Se passaram 3 meses de campanha eleitoral nesta cidade de Chapecó. Campanha aberta para o poder em vigência no governo e supervisionada coercitivamente a todos que se manifestaram contra o sistema implantado na cidade de Chapecó, pelos aparelhos jurisprudente, coercitivo e governamental. Engana-se todo e qualquer cidadão que pensa que somente as câmaras de vigilância implantada na cidade como suposto grande investimento estão vigiando sua vida pessoal.

O aparelho implantado na cidade ‘sitiada’ pelo medo é muito maior do que se pensa. Aqui todos, e qualquer tentativa de se rebelar contra toda e qualquer forma de injustiça esta proibido, tanto pela coerção nos bastidores da vida social e como nas decisões endossadas pelo que um dia poderíamos ainda conceituar de justiça. 

Aqui o uso do direito democrático como liberdade de se manifestar contra qualquer ausência de Estado se tornou um ingrediente para você ser colocado na lista de ‘quarentena’, ou seja dos que precisam ser vigiado, por serem visto como perturbadores da vigente e suja ordem social. 

Aqui a democracia foi sepultada no assassinato do Vereador Marcelino ano passado. Prova disso é que 10 meses depois continuamos velando a inércia aparelhada da justiça, a ironia bizarra e destemida nas rodas dos poderosos e o silêncio cronometrado da inerte justiça. Para além da possibilidade de começarmos a nos perguntar: “existimos mesmo como cidadão livres ou coercitivamente passamos a funcionar como marionetes no grande jogo dos interesses sujos da política local?” 

Até quando professores continuaram agindo como marionetes deste sistema excludente de formação dos cidadãos, para agirem apenas como sujos escudos do poder vigente acreditando fragilmente que estão protegidos na própria ignorância? Até quando as universidades comunitárias continuaram funcionando apenas como máquinas de caça moedas e para assumirem a necessária condição de revolucionar consciência? Até quando os suposto intelectuais que nos bastidores da vida acadêmica fazem calorosas discussões a cerca dos problemas sociais, mas dentro das salas de aula e seus laboratórios de pesquisas ficam silenciados em suas ordens didáticas, vencidas e inertes? 

Até quando continuaremos velando nossa própria ignorância, sepultando as luzes da mudança em troca do medo de propor o rompimento com os sistemas que oprimem. Delatando nossas esperanças e dilatando a sensação do medo. 

Neste 'Sétimo dia' da fragilizada Democracia Chapecoense   eu vou dar um voto pela vida! E você? 

Neuri Adilio Alves
Filósofo, Professor Pesquisador 
Graduado Pela PUC Curitiba, Especialização PUC Campinas.

A JUSTIFICATIVA DO CULPADO – NO GOVERNO DOS GRANDES

"A principal e mais grave punição para quem cometeu uma culpa está em sentir-se culpado." (Sêneca) 
Ao longo de minha vida seminarística e acadêmica aprendi algo especifico e muito explicativo. Tudo o que provoca uma justificativa é porque se tem uma parcela de culpa. Esta ridícula nota do Jornal Folha de Chapecó referente às PESQUISAS ELEITORAIS nada mais é do que um ATESTADO DE CULPA oficializado. Pena que aqui perdura a falsa impressão ou tentativa de colocar guela abaixo do povo a ideia de que as pessoas tem pouca inteligência, que ainda é possível acreditar que um Jornal iria tirar de seus próprios acúmulos para fazer pesquisas gratuitas de informação ao eleitor, muito parecido com a Folha de São Paulo que na campanha a presidência a direita seus muitos ladrões patrocinavam publicações facista contra a então candidata Dilma. 

O povo chapecoense ou parte dos que querem enxergar sabem que palavras como “contratradas” não passam de expressões da hermeneutica linguística de cunho jurídico/logístico/morfológico. E que explicações em relação a mesma nem sempre significa reflexo efetivo de determinada causa. Neste caso os supostos investimentos da rede para bancar as tendenciosas pesquisas justificadas como investimento interno do determinado veículo de comunicação. Basta rememorar o ultimo debate e saber o por que o candidato da especifica rede já sabia dos fabricados resultados da Pesquisa que seria publicada no dia Seguinte. Uma vergonha, em rede aberta. E ainda se fala da modista expressão do ‘comportamento e compromisso com a ética informativa’. É o ovo da serpente sendo chocado pela força do maior investimento financeiro, neste universo dos textos pagos. 

Aos meus amigos, lideres sindicais, professores, alunos, microempresários entre outros como escolástico que sou, faço uso aqui da determinação Tomista: “para se evitar um mal maior será sempre licito cometer um mal menor”; porque em Tomás a escolha do mal menor será sempre lícita quando não existe nenhuma outra alternativa possível e se os males em questão são inevitáveis; é lícito então escolher entre eles o mal menor. Em nosso especifico caso o mal menor é espalhar a idéia de que a melhor resposta que podemos dar, é fazer uso de nossa postura ética, cancelando assinaturas dos jornais da referida rede, pois aquilo que não nos acrescenta precisa ser colocado na vala comum do desapego. 

Chega de ficar subsidiando com publicações ou assinaturas veículos da desinformação e deformação de consciência das pessoas. É hora de revolucionar nossas atitudes, dando um basta aos inimigos da democracia e do livre direito a verdade. Para reafirmar meu mestre Tomás de Aquino : “de bono et malo in actionibus oportet loqui sicut de bono et malo in rebus.” (Deve-se falar do bem e do mal nas ações, como do bem e do mal nas coisas, porque cada coisa age como é.) Sumula Teológica Volume III. Não podemos continuar alimentado a fragilidade de uma imprensa que se diz informativa mas que age com as facetas de democracia peripatética no universo da informação intra-ideológica. 


Neuri Adilio Alves
Filósofo, Professor Pesquisador 
Graduado Pela PUC Curitiba, Especialização PUC Campinas.


quinta-feira, 20 de setembro de 2012

CHAPECÓ – O LINCHAMENTO DE NOSSA LIBERDADE


“Entrou em Vigor o 'ESTADO de EXCEÇÃO' Eleitoral em nossa cidade! Cuidado! Cada dissidente do regime em vigor se tornou um potencial inimigo do Legalismo Eleitoral. E da forma como estão emitindo sentença contra cidadãos bem logo nosso voto será filmado na Urna Eletrônica!”

Nossa história se edificou sob a égide barbárie da fuligem: por aqui já se queimou forasteiros; seu queimou Igreja; se queimou como arquivo uma voz da verdade e então chegou a vez da queima da democracia. Iniciou o linchamento da nossa LIBERDADE DE EXPRESSÃO. Agora cada cidadão é um potencial candidato ao desaparecimento seja ele de ordem Social, Virtual ou Material, o fato é que vai desaparecer. 

O livre desejo do jus legalismo e seus supostos lesados, unido ao bel interesse aglutinado do sistema em vigência, faz de cada cidadão descontente com a ordem política vigente um potencial inimigo do município, isso para não dizer do Estado. Aqui qualquer publicação manifesta que contenha verdades tem sido, e será julgado como um ato insano e ilegal. Mas sentenciar a exclusão dos canais gratuitos de comunicação determinada pela própria "Justiça" não será visto como crime atentado contra a liberdade de expressão, como estão fazendo com Dr. Sérgio de Quadros. 

Em nome da justiça, (não legalista) mas do universalismo direito de cada cidadão de ter voz e vez, seria a maior covardia o silêncio diante do que vem ocorrendo por aqui, através destas decisões determinando a eliminação de textos; a exclusão de perfis do Facebook e decretando um obsequioso cala boca ao cidadão. 

A próxima sentença pode ser a nossa exclusão da vida social. Se estão proibido à campanha virtual aos descontentes com a realidade local, talvez possa ser sugestiva a ideia de iniciar uma grande campanha: 'QUEIME SEU TITULO NA PORTA DE UM CARTÓRIO ELEITORAL', sob o lema: “Ele perdeu o valor democrático, para o Regime Plutocrata Legalista vigente na cidade.” 

A simbólica multa pela ausência nas urnas pode ser mais aceitável do que a indigna vergonha de um histórico silêncio velado, um crime contra a nossa dignidade, e um golpe insano em nosso direito democrático. ABAIXO O ESTADO DE EXCEÇÃO! 

Neuri A²

sábado, 8 de setembro de 2012

CHAPECÓ X OS CERTIFICADOS DA ILUSÃO

UMIC - UNIVERSIDADE DA MELHOR IDADE DE CHAPECÓ ou UMIC - Universidade da Mentira Institucionalizada de Chapecó

Como Escolástico que sou, assumo para mim o debate da grande Piada que este governo municipal usa para nomear um centro de triagem e ilusão das pessoas da terceira idade, como sendo uma universidade.
A verdade nisso tudo, é que o único objetivo do prefeito em criar esta suposta universidade foi a tentativa de desqualificar a implantação da UFFS - Universidade Federal da Fronteira Sul aqui em Chapecó, tentando passar a população a ideia de que ele também implantou uma universidade em Chapecó. 

Primeiro que a referida universidade não cabe nem o nome de instituição de ensino 'pós-médio', porque não tem como objetivo ensino e qualificação especifica, mas sim a distribuição do Certificado de Consolação Tardio, baseado numa lista medíocre de supostas disciplinas. Com certeza os idosos de Chapecó merecem muito mais do que meras ilusões, como disse meu Pai!

A prática da mentira é tão forte nestes últimos 8 anos que seria mais coerente se a turma do ZÉ mudasse o nome da tal UMIC - Universidade da Melhor Idade de Chapecó para: UNIVERSIDADE DA MENTIRA INSTITUCIONALIZADA DE CHAPECÓ, pois assim haveria uma distribuição mais coerente dos certificados, começando por seus Vereadores (Mentirosos); Secretários (descarados), Comissionados (Parasitas), e o Grau de DECANO por justo merecimento ficaria em Disputa entre o ZÉ PINÓQUIO e o JOÃO 'verdade"! Esta é turma dos graduados da Mentira!

Queria saber:

1 - Quantos são os comissionados neste cabidão de emprego com o nome de Universidade? 
2 - Quantos Doutores estão ministrando aulas? 
3 - Quantidade de livros existente na biblioteca? 
4 - Quantos Laboratórios equipados por área de pesquisa? 
5 - QUANTO ESTÃO PAGANDO PARA OS IDOSOS APARECER NOS PROGRAMAS DO ZÉ?

Neuri A²


sexta-feira, 31 de agosto de 2012

PRECISAMOS DE MARCHAS DA RESPONSABILIDADE TAMBÉM E NÃO APENAS DO MODISMO!


Com todo respeito a quem organizou o ato em Chapecó movido pelo livre direito de se manifestar! Mas esta Marcha pela Educação foi ridícula, vazia e demonstra a tentativa de 'abonar' se abster da nossa culpabilidade também no processo que aponta baixa qualidade nos rendimentos dos bancos escolares. Sou do tempo em que precisavamos dividir o lápis, emprestar a sandália e o casaco entre os irmãos para ir a escola, e na escola folhas de oficio eram repartidas entre os alunos. Fui aluno da Escola Básica Prof Irene Stonoga no incio da Década de 80 quando ainda se cantava o Hino Nacional e do Estado na entrada das Aulas. Ali mesmo sob limitações estruturais aprendemos a ler e escrever e muitos destes colegas bem encaminhados na vida atualmente, e uma certeza: não se trata de sorte, prefiro acreditar em responsabilidade, competência e entrega de uma geração.
Embora todas as triviais limitações de acesso e permanência na Escola isso nunca me fez o pior dos alunos e muito menos o mais ingênuo, a ponto de jogar no Estado, ou na "coisificação de processos" o que era de minha estrita responsabilidade também, ou seja saber que o banco escolar é o local onde se revoluciona a língua, se mergulha na história, e se aprende o mínino do calculo dos valores da vida em sociedade, o restante pode ser por minha conta. Aliás saudosa Professora Carmen que me ensinou a Ler e Escrever porque de lá pra cá passei por grandes Universidades no Pais e nunca me senti com capacidade inferior a qualquer um.
Então fica a dica aos alunos e aos colegas professores (porque eu também sou professor). Precisamos sim cobrar maior investimento na Educação em todos os sentidos. Mas precisamos acima de tudo também abrir nossos olhos as lutas efetivas das quais se é possível colher os frutos sem demagogia! Porque já vi muitos alunos ou forças estudantis serem proibidas de entrar em escolas para discutir bandeiras de lutas estudantis. Neste sentido preciso deixar umas perguntinhas: 
1 - QUEM DE VOCÊS SE MOBILIZOU PARA AS BANDEIRAS NACIONAIS DOS 10% DO PIB PARA A EDUCAÇÃO?
2 - QUANTAS ESCOLAS E PROFESSORES LEVARAM SEUS ALUNOS AS RUAS PARA PEDIR O REPASSE DOS 50% DO FUNDO SOCIAL E DOS ROYALTIES DO PRE-SAL PRA EDUCAÇÃO?
3 - QUANTOS PAIS DESTES ALUNOS VOTARAM EM RAIMUNDO COLOMBO GOVERNADOR E PAULO BAUER SENADOR?
4 - QUANTOS DE VÓS PROFESSORES TEM SIDO PROTAGONISTA INTENSO NA LUTA PELA EDUCAÇÃO? 

QUE TAL UMA NOVA MARCHA PELO COMPROMISSO ASSUMIDO!

Neuri Adilio Alves
Filósofo Pesquisador

domingo, 19 de agosto de 2012

FORMANDO LIDERANÇAS - TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO E CRISTIANISMO



Após algum tempo sem trabalhar qualquer tema de gênero, resolvi atender um antigo e pertinente convite de grandes amigos sacerdotes para trabalhar tema de formação de leigos e lideranças de bases, e outras organizações sociais em diocese no estado vizinho, com o tema: “Igreja e Marxismo na América, Um Novo Pentecoste de Consciência Libertadora”. Experiência interessante se não fosse o fato de que nunca fiz isso na minha diocese por falta de convite. No fundo acredito que por medo de quem esta a frente da Igreja de que eu pudesse ocupar um espaço do qual muitos vivem pendurados a décadas. Já fui taxado de arrogante inclusive por aqueles que passaram anos em seminários estudando orelhas de livros e após se formarem queriam fazer uso da palavra como grandes Teólogos, e mesmo falando besteiras não gostavam de ser questionados. Não sou Teólogo, não sou Filósofo, erudito ou intelectual sou apenas um terno e persistente estudante.

Fato é que neste sábado vivi esta grata experiência de reencontro com gente humilde mas de grande consciência comunitária, social, cultural e politica. Verdadeiros agentes de transformação da realidade. Todos com uma visão progressista que espanta qualquer fantasma da dogmática. Se volto coração e mente pra minha diocese de origem a conclusão que se tem é que com a troca de Bispo “Pastor” nesta primeira década do século temos assistido como uma eutanásia mistica uma morte velada destes organismos, e de formação de consciência politica do povo. Falo de consciência politica/social e não de evangelho da paz e amor, um velado pão e circo, um evangelho sem agente de transformação. Se a Igreja de Chapecó atualmente tivesse o mesmo trabalho que já teve um dia na formação e organização dos leigos não teríamos os SADUCEUS no governo sugando o sangue do povo.

É prazeroso eu um comunista ser convidado por Dioceses dos estados vizinhos para dar continuidade na formação dos leigos dentro da visão e compromisso da Progressista Igreja Latino Americana. Uma igreja comprometida com a mistica da prática social, libertadora; que busca em Marx muito do que sustenta o alicerce de organização social. Porque eles me convidam? ... no fundo eu acredito que nestas igrejas nenhum Padre, Bispo ou “Teólogo” se sente ameaçado dentro de seus espaços. Nenhum tem medo de participar junto com seus leigos de discussões da vida em comunidade, … nenhum tem vergonha de suas posturas diante dos leigos, … nenhum tem medo de ser provocado ou desafiado em conhecimento no que toca os anos de teologia na universidade. Porque certamente sempre fizeram o tema de casa, e não tem compromisso com os poderosos de suas cidades, nenhum tem medo de fazer ou cancelar o grito dos excluídos no dia 7 de setembro, como já foi cancelado aqui em Chapecó no ano de 2008 pelo Bispo.

Digo isso porque alguns lições precisamos carregar conosco para aprender com humildade e coragem. A grande lição de minha vida tive no ano de 1999 quando de passagem para Rondônia fiz visita ao Araguaia, ali pela primeira, 'talvez' ultima e inesquecível oportunidade, passei algumas horas com umas das mais brilhantes consciências do evangelho libertador marxista, o hoje aposentado Dom Pedro Casaldáliga. Em sua Cúria de chão batido, homem simples, com o coração imenso do tamanho do sonho dos excluídos ribeirinhos. Eu um ludibriado Curioso lhes fiz a pergunta: “Como é ser Pastor de um povo acolhedor como este? - então me disse: “Nunca me senti Pastor, sempre me senti ovelha! ... porque aqui todos já fomos e somos um rebanho de ovelhas perseguidas e por isso mesmo somos responsáveis uns pelos outros. Pois como sacerdote elevado a bispo eu entendi que o verdadeiro evangelho tem cheiro de 'comunidade', sabor de praxis coletiva ou comunismo como queiram entender, e a temperatura se mede pelos cuidados o uns com os outros e isso é o que nos move e nos guia neste lugar!” - Após estas palavras eu entendi onde havia encerrado a Dógmática e iniciado o verdadeiro evangelho.

Verdade maior é que a gente sempre tem algo para aprender, eu aprendi muito com mais de 80 lideranças neste sábado, me despedi sob a condição de um convite para voltar, com a certeza de que a gente ainda vai se encontrar, e que seja para contarmos novamente as transformações ocorridas em cada lugar. Por isso aos que ficam minha saudações aos que partem como eu, ide em pensamento e que a mensagem de uma Igreja Libertadora seja a fonte de transformação neste ano de politica. Que se faça do evangelho sal que da gosto de prática libertadora, com rastro de luta de classes, coragem justiça e comunhão! Porque em lugarem como estes os SADUCEUS não governam!

Neuri Adilio Alves
Professor, Pesquisador e Estudante

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

O SILÊNCIO DOS INTELECTUAIS DA ACADÊMIA EM CHAPECÓ


Fico sempre a espera da manifestação publica dos ditos Intelectuais que trabalham nas Universidades aqui em Chapecó. Afinal porque os formadores de opinião não fazem a mínima questão de romper uma espécie de trincheiras “obsequiosa de silencio” que parte de dentro de suas instituições para manifestar o que pensam e conhecem da vida política em vigência aqui em Chapecó. Quando se cobra tanto dos alunos a capacidade de manifestar opinião própria, também os Mestres e Doutores Universitários precisam dar o exemplo, fazendo uso de uma dose de coragem se é isto que falta, demonstrar que possuem a liberdade e a capacidade de apresentar publicamente também suas opiniões.

O diabo é que este silêncio quase que espiritual nos leva a imaginar existência de uma espécie de colônia de supostos demagogos que em sala de aula pregam a moral de “cuecas” e a ética do “cagaço” com a intuição de passar a todos a capacidade retórica de ensinar aquilo dos quais nem eles mesmos conseguem acreditar! Talvez tenha chegado a hora de mudarmos a direção das perguntas, e propor o desafio de lhes romper a cátedra do silêncio e auxiliar na construção de analises e novas proposições políticas para nossa cidade.

Em Chapecó temos dois projetos políticos em disputa, um que aponta para a defesa da vida das pessoas possibilitando a democrática participação de todo o povo no acesso as políticas públicas e outro projeto que tem demonstrado a serviço de quem esteve nestes últimos anos e de quem continuará servindo, se lhes for homologado a permanência.

Gosto do coração pedagógico dos professores do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, porque eles em grande maioria tem a coragem de manifestar suas posições e opiniões a respeito da vida política de seu município ou Estado. Por outro lado, dá medo e porque não vergonha de alguns Mestres e Doutores que se ostentam na arrogância de seus títulos “lato sensu” ou “stricto sensus” e manifestam uma certa indiferença a qualquer processo para além da sala de aula!

O comportamento destes intelectuais me leva a memorar parte do prefácio de um livro publicado em 1990 com o titulo de "Os últimos intelectuais", editora da USP e Trajetória", onde o professor Russell Jacoby ao analisar os intelectuais americanos afirma que: 

“os intelectuais mais jovens não desejam, nem necessitam um público mais amplo; quase todos são apenas professores. Os campi são seus lares; os colegas, sua audiência; as monografias e os periódicos especializados, sua comunicação”. E “ao contrário dos intelectuais do passado, eles se situam dentro de suas especialidades e disciplinas – por uma boa razão. Seus empregos, carreiras e salários dependem da avaliação de especialistas, e esta dependência afeta as questões levantadas e a linguagem empregada. Os intelectuais independentes, que escreviam para o leitor educado, estão em extinção”.

Esta talvez possa ser uma provocativa pista para os questionamentos colocados na ordem do dia aqui em Chapecó também. Pois se ainda é possível acreditar que sempre há tempo para tomadas de renovadas posições, quem sabe aqui tenha chegado à oportunidade! Afinal a serviço de quem pode estar o silêncio dos que produzem ideias, análises, alimentando e renovando muitos de nossos ideais!

Neuri Adilio Alves

terça-feira, 24 de abril de 2012


                      Melhoras ao modelo vigente de sustentabilidade?                               

Publicado em 24-Abr-2012
Leonardo Boff

Para ser sustentável o desenvolvimento há de ser economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto. Já submetemos à crítica este modelo standard. Mas devemos ser justos. Houve analistas e pensadores que se deram conta das insuficiências deste tripé. Acrescentaram-lhes outras pilastras complementares. Vejamos algumas delas.

Gestão da mente sustentável: Para que exista  um desenvolvimento sustentável importa previamente construir  novo design mental, chamado por seu formulador, o Prof. Evandro Vieira Ouriques, da Escola de Comunicação do Universidade Federal do Rio de Janeiro, de gestão da mente sustentável. Tenta resgatar o valor da razão sensível pela qual o ser humano se  sente parte da natureza, se impõe um autocontrole para superar a compulsão ao produtivismo e ao consumismo. Visa a um desenvolvimento integral e não só econômico, o que envolve dimensões do humano. É um avanço inegável. Melhor seria se entendesse Terra-Humanidade-Desenvolvimento como um único e grande sistema interconectado, fundando um novo paradigma.       

Generosidade: Rogério Ruschel, editor da revista eletrônica Business do Bem, acrescentou uma outra pilastra: a categoria ética da generosidade. Esta se funda num dado antropológico básico: o ser humano não é apenas egoísta buscando seu bem particular, mas é muito mais um ser social que coloca os bens comuns acima dos particulares ou os interesses dos outros no mesmo nível de seus próprios. Generoso é aquele que comparte, que distribui conhecimentos e experiências sem esperar nada em troca. Uma sociedade é humana quando além da justiça necessária incorpora a generosidade e o espírito de cooperação de seus cidadãos.

Para Ruschel a generosidade se opõe frontalmente ao lema básico do capital especultativo do greed is good, isto é, boa é a ganância. Ela não é boa  mas perversa, porque quase afundou todo o sistema econômico mundial. Na generosidade há algo de verdadeiro porque especificamente humano. Na feliz metáfora do jornalista Marcondes da ONG Envolverde há que se distinguir a generosidade da simples filantropia, da responsabilidade social  e da sustentabilidade. A primeira, dá o peixe ao faminto; a responsabilidade social, ensina a pescar; a sustentabilidade preserva o  rio que permite pescar e com o peixe matar a fome. Entretanto, parece-nos, que somente ela é insuficiente. Demanda outras dimensões como a superação da desigualdade, a forma de consumo e a atenção à comunidade de vida que precisa também ser alimentada e preservada.

A Cultura: Em 2001 o australiano John Hawkes lançou “o quarto pilar da sustentabilidade: a função essencial da cultura no planejamento público”. No Brasil foi mérito de Ana Carla Fonseca Reis, fundadora da empresa “Garimpo de Soluções” e autora do livro Economia da Cultura e Desenvolvimento Sustentável de tê-la assumido, difundindo-a  em muitos  cursos e palestras. Este dado da cultura é fundamental, porque encerra princípios e valores ausentes no conceito standard de sustentabilidade. Favorece o cultivo das dimensões tipicamente humanas como a coesão social,  a arte, a religião, a criatividade e as ciências. Deixa para trás a obsessão pelo lucro e pelo crescimento material e abre espaço para uma forma de habitar a Terra que condiz melhor com a lógica da natureza. Ocorre que esta dimensão da cultura foi sequestrada pelos interesses comerciais. Só será realmente eficaz quando, libertada, fundar uma relação criativa com a natureza.

A neuroplasticidade do cérebro: Cientistas se dão conta de que a estrutura neural do cérebro é extremamente plástica. Através de comportamentos críticos ao sistema consumista, se podem gerar hábitos de moderação e respeitadores dos ciclos da natureza. O cérebro coevolui consonante a evolução exterior, dando-se ai uma relação de interdependência.

Por fim, o Cuidado essencial: eu mesmo desenvolvi a categoria “cuidado” como essencial para a sustentabilidade. Entendo o cuidado exposto em dois textos – Saber cuidar: ética do humano-compaixão pela Terra (1999) e O cuidado necessário (2012) como uma constante cosmológica e biológica.Detalhes podem ser lidos nos livros referidos.

Nesta fase de busca de formas mais adequadas para garantir a vitalidade da Terra e o futuro de nossa espécie, toda contribuição é benvinda e sempre traz alguma luz.

Leonardo Boff é autor de Preservar a Terra-cuidar da Vida. Como evitar o fim do mundo, Record, RJ 2011.

Fonte:

terça-feira, 10 de janeiro de 2012


                            Feliz Ano Novo                             

Texto Adaptado de Frei Betto *


Feliz Ano Novo aos que acordaram em 2012 sem a ressaca da culpa, plenos de vida na qual a paixão sobrepuja a omissão e o encanto tece luzes onde a amargura costuma bordar teias de aranha.

Feliz ano a quem não sonega afetos, arranca de si fontes onde borbulham transparências e não mira os que lhe são próximos como estranhos passageiros de uma viagem sem pouso, praias ou horizontes.

Felizes aqueles que abandonam no passado seus excessos de bagagem e, coração imponderável, recolhem à terra a pipa do orgulho e do tédio; generosos, ousam a humildade.

Ano Novo a todos que despertam hoje ao som de preces e agradecem o tido e não havido, maravilhados pelo dom da vida, malgrado tantas rachaduras nas paredes, figos ressecados e gatos furtivos.

Bom ano a quem gosta de feijão e se compraz nos grãos sobrados em prato alheio; a vida é dádiva, contração do útero, desejo ereto, espírito glutão insaciado de Deus.

Novo seja o ano àqueles que nunca maldizem e possuem a própria língua, poupam palavras e semeiam fragâncias nas veredas dos sentimentos.

Seja também feliz o ano de quem guarda-se no olhar e, se tropeça, não cai no abismo da inveja nem se perde em escuridões onde o pavor é apenas o eco de seus próprios temores.

Novo ano a quem se recusa a ser tão velho que ambiciona tudo novo: corpo, carro e amor; viver é graça a quem acaricia suas rugas e trata seus limites como cerca florida de choupana montanhês.

Tenham um feliz ano todos que sabem ser gordos e felizes, endividados e alegres, carentes de afago mas repletos de vindouras fortunas em seus anseios.

Feliz Ano Novo aos órfãos de Deus e de esperanças, e aos mendigos com vergonha de pedir; aos cavaleiros da noite e às damas que jamais provaram do leite que carregam em seus seios.

Felizes sejam, neste ano, os homens ridiculamente adornados, supostos campeões de vantagens; aqueles que nada temem, exceto o olhar súplice do filho e o sorriso irônico das mulheres que não lhes querem. 

Felizes sejam também as mulheres que se matam de amor, e de dor por quem não merece, e que, no espelho, se descobrem tão belas por fora quanto o sabem por dentro.

Seja novo o ano para os bêbados que jamais tropeçam em impertinências e para quem não conspira contra a vida alheia.

Feliz Ano Novo para quem coleciona utopias, faz de suas mãos arado e, com o próprio sangue, rega as sementes que cultiva.

Sejam muito felizes os velhos que não se disfarçam de jovens e os jovens que superam a velhice precoce; seus corações tragam a idade alvíssara de emoções férteis.

Muitas felicidades aos que trazem em si a casa do silêncio e, à tarde, oferecem em suas varandas chocolate quente adocicado com sorrisos de sabedoria.

Um ano feliz aos que não se ostentam no poleiro da própria vaidade, tratam a morte sem estranheza e brincam com a criança que os habita.

Feliz Ano Novo aos sonâmbulos que se equilibram em fios que unem postes e aos que garimpam luzes nas esquinas da noite.

Um Ano Novo muito feliz a todos nós que juramos seqüestrar os vícios que carregamos e não pagar o resgate da dependência; o futuro nos fará magros por comer menos; saudáveis, por fumar oxigênio; solidários, por partilhar dons e bens.

Feliz 2012 ao Brasil que circunscreve a geografia do paraíso terrestre, sem terremotos, tufões, furacões, maremotos, desertos, vulcões, geleiras, tornados, neves e montanhas inabitáveis.

Conceda-nos Deus a bênção de tantos dons, livres de políticos que constroem para si o céu na Terra com a matéria-prima do inferno coletivo.

• Frei Betto é escritor, autor de Típicos Tipos – perfis literários (A Girafa), entre outros livros.




                                     PASSEIO SOCRÁTICO                              

Frei Betto

Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos dependurados em telefones celulares; mostravam-se preocupados, ansiosos e, na lanchonete, comiam mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, muitos demonstravam um apetite voraz. Aquilo me fez refletir: Qual dos dois modelos produz felicidade? O dos monges ou o dos executivos?
  
Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: “Não foi à aula?” Ela respondeu: “Não; minha aula é à tarde”. Comemorei: “Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir um pouco mais”. “Não”, ela retrucou, “tenho tanta coisa de manhã...” “Que tanta coisa?”, indaguei. “Aulas de inglês, balé, pintura, piscina”, e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: “Que pena, a Daniela não disse: ‘Tenho aula de meditação!’”
       
A sociedade na qual vivemos constrói super-homens e supermulheres, totalmente equipados, mas muitos são emocionalmente infantilizados. Por isso as empresas consideram que, agora, mais importante que  o QI (Quociente Intelectual), é a IE (Inteligência Emocional). Não adianta ser um superexecutivo se  não se consegue se relacionar com as pessoas. Ora, como seria importante os currículos escolares incluírem aulas de meditação!
     
Uma próspera cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não  tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em  relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: “Como estava o defunto?”. “Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!” Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?
             
Outrora, falava-se em realidade: análise da realidade, inserir-se na realidade, conhecer a realidade. Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Pode-se fazer sexo virtual pela internet: não se pega aids, não há envolvimento emocional, controla-se no mouse. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizi­nho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual, entramos na virtualidade de todos os  valores, não há compromisso com o real! 

É muito grave esse processo de  abstração da linguagem, de sentimentos: somos místicos virtuais, religiosos  virtuais, cidadãos virtuais. Enquanto isso, a realidade vai por outro lado, pois somos também eticamente virtuais…
A cultura começa onde a natureza termina. Cultura é o refinamento do espírito.  Televisão, no Brasil - com raras e honrosas exceções -, é um problema: a cada  semana que passa, temos a sensação de que ficamos um pouco menos cultos. 

A palavra hoje é ‘entretenimento’; domingo, então, é o dia nacional da imbecilidade coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é  o resultado da soma de prazeres: “Se tomar este refrigerante, vestir este  tênis,­ usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!” O problema é  que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que  acaba­ precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.

Os psicanalistas tentam descobrir o que fazer com o desejo dos seus pacientes. Colocá-los onde? Eu,  que não sou da área, posso me dar o direito de apresentar uma su­gestão.  Acho que só há uma saída: virar o desejo para dentro. Porque, para fora, ele  não tem aonde ir! 

O grande desafio é virar o desejo para dentro, gostar de si  mesmo, começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento  globocolonizador, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima, ausência de estresse.

Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Se alguém vai à Europa e visita  uma pequena cidade onde há uma catedral, deve procurar saber a história  daquela cidade - a catedral é o sinal de que ela tem história. Na Idade Média,  as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil,  constrói-se um shopping center. É curioso: a maioria dos shopping  centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas;  neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de  missa de domingos. 
E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...

Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito,  entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar,  certamente vai se sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer de uma cadeia transnacional de sanduíches saturados de gordura…

Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: “Estou apenas fazendo um passeio socrático.” Diante de seus olhares espantados, explico: “Sócrates, filósofo grego, que morreu no ano 399 antes de Cristo, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro  comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia: “Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser  feliz.”

Frei Betto é escritor, autor do romance “Um homem chamado Jesus” (Rocco), entre  outros livros.