quinta-feira, 10 de outubro de 2013

CHAPECÓ - EFAPI 2013 VAI DAR PREJUÍZO? É O QUE PARECE!

A baixa expectativa na venda de Ingresso pra Feira já compromete as dividas assumidas! Sim, os primeiros dias apontaram que haveria baixa na venda quando se esperava comercializar mais de 500 mil ingressos pra cobrir os custos!

Por isso, ao contrário do que muitos pensam que a redução nos valores majorados de Ingressos para Efapi foi uma ação benevolente de 'Politica Social de Acesso' a feira por parte do proposta pelo candidato a Deputado Federal em campanha para 2014 errou. O que aconteceu foi que a expectativa de atração do público que estava acima da realidade mesmo com os preços elevados nos ingressos fracassou e a arrecadação que ficaria no limite dos custos, agora acena pra prejuízo. 

E com a frustração na expectativa venho o susto com a dupla conta pra pagar com as múltiplas "atrações artísticas" diárias. Por isso a estratégia desesperada para tentar atrair mais público e minimizar o imenso impacto nas despesas de contrato como os "artistas midiáticos globais" que deve atingir no minimo a casa dos 5 milhão de reais com as mais de 30 atrações. O público pagante não dará conta de pagar os custos de tudo isso!

Dizer que a feira vai atingir a casa de 500 mil visitantes não quer dizer nada quando se trata de cobrir gastos, tendo em vista que nem todo numero de visitantes significa arrecadação de ingressos. Aliás, em torno de 60% apenas desse público pagaria ingressos, o restante fica como os dias de gratuidade, somando a esses as franquias para amigos, patrocinadores, aliados políticos e organizadores da feira.

Então! Que bom que baixou o Valor dos Ingressos! - Que bom que minha cabeça ainda esta tão bem aguçada para dissecar as artimanhas dos que pensam que podem enganar a todo mundo! - Que bom seria se o Povo abrisse os olhos e boicotasse a festa cretina na sua totalidade!

Tenho a impressão que a feira vai dar prejuízo por duas razões: PRIMEIRA porque a venda de ingressos ficou abaixo da expectativa esperada e a lógica dos dois shows por noite não decolou motivações multiplicadas. SEGUNDO, muitos expositores, 'os grandes' com certeza receberam o bônus da isenção em detrimento de favores passados ou futuros que viram em breve para 2014.

Finalmente! Que vergonha aos que insistem em continuar enganando o povo. Mesmo quando o Ministério Público descobre irregularidades nas licitações para os Shows e bloqueia os bens das empresas Gdo e SMO, ( ao que parece "dedocraticamente vencedoras" da Licitação), do Coordenador da Feira e do Prefeito Caramori em valores que atinge 12 milhões de reais bloqueados.

Se a gente somar todas as mazelas em torno da Feira, do BOLSA ALFAFA pra Cavalos de Raça, BOLSA FAVORECIMENTO pra Grupos Seletos, e os BÔNUS ALIADOS do Governo, teremos sim uma espécie de Corte Realeza completa com o REI, PALHAÇO, BOBO e a PLEBE. O J. REI favorecido para 2014, os Palhaços da Publicidade sorrindo a toa, o Bobo da corte com cara de inocente, e todos nós da Plebe pagando as contas. O Espetáculo parece circense, mas tem sabor amargo de ônus aos cofres públicos e imagem manchada da cidade mais uma vez. 

ATÉ ONDE ESSE ESPETÁCULO PATÉTICO AINDA VAI?

Neuri Adilio Alves
Filósofo, Professor Pesquisador

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

DAS MARCAS E IDENTIDADES POLITICAS

“A política é a arte do possível. Toda a vida é política”. (Cesare Pavese)


Depois das eleições, é comum que diferentes pontos de vista sejam empenhados para justificar os resultados e o suposto recado da população através das urnas. Para além destes elementos, é importante destacar como os políticos, agora eleitos, foram conquistando para si a confiança dos outros e como foram capazes de mobilizar mentes e corações que os acompanharam durante o período eleitoral. Nas eleições municipais, a proximidade, o conhecimento e reconhecimento dos candidatos somam-se para a definição e tem certo peso na definição das escolhas.

Cada um de nós compõe a sua história social. Somos o que somos e o que representamos. Em torno da gente, construímos um ideário que se compõe a partir das nossas ideias e atitudes, das nossas relações pessoais e interpessoais e dos nossos posicionamentos em relação à vida, à sociedade e o mundo. Todos somos seres políticos e “toda a vida é política” porque viver em sociedade exige posicionamentos, opções e virtudes, permanentemente. Quem se dispõe à vida pública deve saber que todos estes elementos serão avaliados e confrontados com aquilo que propõe como soluções coletivas. Daí que não é possível separar a pessoa da função ou do cargo e vice-versa.

A política, para além da busca do bem-comum, é uma grande paixão que alimenta horizontes utópicos pessoais e coletivos. Cada candidato, ao longo de sua vida, foi construindo um capital social que, nas eleições, colabora para criar uma identidade com o seu eleitor. Este capital é social porque construído na relação com a comunidade, com o partido e com seus pares (apoiadores). Muitos chamam este capital de carisma, de marca, de imagem, de identidade própria, de peculiaridade.

Quando o marketing e a propaganda política traduzem e afirmam a identidade dos candidatos, cumprem papel preponderante para subsidiar a escolha dos eleitores (ao ler esta reflexão você pode estar avaliando o quanto foi influenciado pela propaganda e mídia na decisão de seu voto). Do contrário, a propaganda soa falsa, não cola na imagem do candidato e passa ao eleitor uma ideia de falsidade ou inverdade.

Contexto político e econômico favorável, apoio político, fala boa e bem articulada, boa comunicação, marketing e argumentos bem construídos nem sempre são suficientes para ganhar uma eleição. Ao analisar boa parte dos prefeitos eleitos em nosso país, inclusive os muito bem votados, podemos constatar que, em grande medida, a maioria elegeu-se também por conta de sua marca e identidade pessoal na vida pública. Daí a imaginar que, se não preponderante, a marca e a identidade pessoal são um grande “plus” para quem deseja ganhar uma eleição.

Nei Alberto Pies, professor e ativista de direitos humanos

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

FILOSOFIA, É O TERRENO DA NOSSA INEVITÁVEL PAIXÃO

"Ao filósofo cabe a critica conceitual, porque o terreno da filosofia, é o terreno da Liberdade!"


A Filosofia tem um programa a realizar no mundo e se o filósofo não possui o desejo de mudança, de transformação frente a realidade em que vive, ele precisa buscar um outro lugar no mundo do conhecimento. Pois a exemplo da definição do filósofo Gramsci, a filosofia da práxis se apresenta como a história de todas as filosofias, porque vai questionar todos os sistemas e estruturas impregnados na sociedade.

Não se muda o mundo mudando apenas o discurso sobre ele, é preciso ser elemento de transformação. E a função da filosofia enquanto elemento critico é de impedir que os homens sejam dominados pelas forças alienadoras presentes na organização social. 

Porque ser filósofo, é munir-se da capacidade de romper com estruturas e admirar-se pelos desejos de fomentar as problematizações da realidade. E neste terreno, a filosofia também deve ter a função social de dizer a todos que nem tudo está perdido, e ser anunciadora da esperança.

De modo algum, a filosofia pode permanecer estática diante das transformações e avanços do progresso tecnocientífico como que nascidos de uma equação A+B igual a senso comum, e descansar sobre este posicionamento sem um profundo análise ético. 

Sim, porque a filosofia é uma prática da cidadania. Ela permite as pessoas formar conceitos, tomar posição diante dos problemas. E aqui existe uma estreita relação entre filosofia e práxis, sempre presando pela liberdade de pensamento, pois do contrário fugiria de seu caráter próprio. Não existe uma filosofia que esteja a altura de dar a última instância sobre qualquer coisa, mas ela é exercício constante. Ciência como processo cumulativo vai pro museu, mas filosofia nunca, porque ela é sempre atual. 

Ao filósofo cabe a critica conceitual, porque o terreno da filosofia, é o terreno da Liberdade! E a vida é um movimento continuo, assim como as águas que correm desde o rio de Heráclito incessantemente, sem nos dar a possibilidades de banhar-se nelas duas vezes novamente. 

Em um mundo onde tudo se produz com tempo de validade, liquidez, desgaste e consumo a filosofia é o único e indispensável incessante, porque é Philia, Ágape, in aeternum, o terreno da minha, da nossa inevitável 'natura' paixão. Por ser um composto presente no DNA do homo sapiens. Eu e você!

Neuri Adilio Alves
Professor Pesquisador e Curioso no Mundo.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

MOTIVOS DA EXTRAORDINÁRIA INCIDÊNCIA DE MARX NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

Dos pensadores que se projetaram na história humana pouquíssimos tiveram como Marx a capacidade de incidir não só sobre orientação da cultura, mas também sobre as instituições, e com isso, sobre o destino de milhões de pessoas. Em pouco menos de um século o pensamento de Marx se impôs ao mundo contemporâneo com tanta força que os seus diagnósticos ocupam o centro de todas as grandes controvérsias e politicas, e uma parte considerável de Estados do Oriente e do Ocidente se inspira em suas doutrinas.

Em todo o mundo movimentos políticos das mais diversas origens se referem direta ou indiretamente, aderindo ou opondo-se, às idéias deste pensador.

Qual a razão desta extraordinária incidência do pensamento de Marx no mundo contemporâneo?

Podemos concordar com Umberto Cerroni, para o qual a razão deve ser procurada num sólido feixe de ensinamentos que parecem oferecer uma resposta adequada a questões capitais de nosso tempo. Ensinamentos como:

- Marx inseriu a cultura diretamente na prática de nossa existência;

- Deu explicação desta existência que parte dela mesma;

- Viu na existência humana uma articulação histórica da existência organizada dos homens;

- Viu na existência organizada dos homens um resultado da organização produtiva dos homens;

- Explicou definitivamente o mundo moderno a partir de suas condições materiais, sem reduzi-lo a estas condições;

- Ofereceu, em particular, o primeiro e até agora o único diagnóstico aprofundado da sociedade moderna como baseada na produção e na apropriação privada de riqueza socialmente produzida como sociedade que, em contradição com o seu crescente caráter social-objetivo, cinde a comunidade dos sujeitos em classes opostas: capitalistas e operários;

- E por fim, previu a radical crises histórica deste tipo de sociedade e a possibilidade de construir outra, fundada não em um abstrato programa renovador, mas na supressão das contradições hoje existentes.

Embora nem tudo o que o filósofo dissecou como constatação em relação a sociedade e suas formas de organização social, possa ser reivindicada como verdade absoluta, o seu legado é um inquestionável tesouro do pensamento moderno. 

Marx, vive e viverá enquanto a vida social existir, porque ele é parte desta espécie de amalgama descritiva e prognóstica que da consistência a vida em sociedade. Marx não morre, o que morre são todos o pré juízos emitidos contra seu pensamento.

Como estudante permanente da filosofia confesso que não sou um exímio apreciador de seu pensamento, porque na filosofia trilhei pelo caminho do existencialismo como instrumento de uma leitura mais antropo-fenomenológico do ser humano e confrontar com minhas próprias angustias. 

Mas somente com Marx consigo entender os reflexos das angustias que afetam o homem do mundo contemporâneo, tanto existencial, como sócio-econômico-cultural!

Neuri Adilio Alves
Estudante Permanente de Filosofia 

Artigo fundamentado com: *CERRONI, U., Il pensiero di Marx, Roma, 9-10
Batista Mondin pág 106-107.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O ANALFABETO MIDIÁTICO

O pior analfabeto é o analfabeto midiático.

Ele ouve e assimila sem questionar, fala e repete o que ouviu, não participa dos acontecimentos políticos, aliás, abomina a política, mas usa as redes sociais com ganas e ânsias de quem veio para justiçar o mundo. 

Prega ideias preconceituosas e discriminatórias, e interpreta os fatos com a ingenuidade de quem não sabe quem o manipula. Nas passeatas e na internet, pede liberdade de expressão, mas censura e ataca quem defende bandeiras políticas. 

Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. E que elas – na era da informação instantânea de massa – são muito influenciadas pela manipulação midiática dos fatos. 

Não vê a pressão de jornalistas e colunistas na mídia impressa, em emissoras de rádio e tevê – que também estão presentes na internet – a anunciar catástrofes diárias na contramão do que apontam as estatísticas mais confiáveis. Avanços significativos são desprezados e pequenos deslizes são tratados como se fossem enormes escândalos. 

O objetivo é desestabilizar e impedir que políticas públicas de sucesso possam ameaçar os lucros da iniciativa privada. O mesmo tratamento não se aplica a determinados partidos políticos e a corruptos que ajudam a manter a enorme desigualdade social no país.

Questões iguais ou semelhantes são tratadas de forma distinta pela mídia. Aula prática: prestar atenção como a mídia conduz o noticiário sobre o escabroso caso que veio à tona com as informações da alemã Siemens. 

Não houve nenhuma indignação dos principais colunistas, nenhum editorial contundente. A principal emissora de TV do país calou-se por duas semanas após matéria de capa da revista IstoÉ denunciando o esquema de superfaturar trens e metrôs em 30%.

O analfabeto midiático é tão burro que se orgulha e estufa o peito para dizer que viu/ouviu a informação no Jornal Nacional e leu na Veja, por exemplo. Ele não entende como é produzida cada notícia: como se escolhem as pautas e as fontes, sabendo antecipadamente como cada uma delas vai se pronunciar. 

Não desconfia que, em muitas tevês, revistas e jornais, a notícia já sai quase pronta da redação, bastando ouvir as pessoas que vão confirmar o que o jornalista, o editor e, principalmente, o “dono da voz” (obrigado, Chico Buarque!) quer como a verdade dos fatos. Para isso as notícias se apoiam, às vezes, em fotos e imagens.

Dizem que “uma foto vale mais que mil palavras”. Não é tão simples (Millôr, ironicamente, contra-argumentou: “então diga isto com uma imagem”). Fotos e imagens também são construções, a partir de um determinado olhar. 

Também as imagens podem ser manipuladas e editadas “ao gosto do freguês”. Há uma infinidade de exemplos. Usaram-se imagens para provar que o Iraque possuía depósitos de armas químicas que nunca foram encontrados. 

A irresponsabilidade e a falta de independência da mídia norte-americana ajudaram a convencer a opinião pública, e mais uma guerra com milhares de inocentes mortos foi deflagrada.

O analfabeto midiático não percebe que o enfoque pode ser uma escolha construída para chegar a conclusões que seriam diferentes se outras fontes fossem contatadas ou os jornalistas narrassem os fatos de outro ponto de vista. O analfabeto midiático imagina que tudo pode ser compreendido sem o mínimo de esforço intelectual. 

Não se apoia na filosofia, na sociologia, na história, na antropologia, nas ciências política e econômica – para não estender demais os campos do conhecimento – para compreender minimamente a complexidade dos fatos. 

Sua mente não absorve tanta informação e ele prefere acreditar em “especialistas” e veículos de comunicação comprometidos com interesses de poderosos grupos políticos e econômicos. 

Lê pouquíssimo, geralmente “best-sellers” e livros de autoajuda. 

Tem certeza de que o que lê, ouve e vê é o suficiente, e corresponde à realidade. 

Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e o espoliador das empresas nacionais e multinacionais.” 

O analfabeto midiático gosta de criticar os políticos corruptos e não entende que eles são uma extensão do capital, tão necessários para aumentar fortunas e concentrar a renda. Por isso recebem todo o apoio financeiro para serem eleitos.

E, depois, contribuem para drenar o dinheiro do Estado para uma parcela da iniciativa privada e para os bolsos de uma elite que se especializou em roubar o dinheiro público. 

Assim, por vias tortas, só sabe enxergar o político corrupto sem nunca identificar o empresário corruptor, o detentor do grande capital, que aprisiona os governos, com a enorme contribuição da mídia, para adotar políticas que privilegiam os mais ricos e mantenham à margem as populações mais pobres.

Em resumo: destroem a democracia. 

Para o analfabeto midiático, Brecht teria, ainda, uma última observação a fazer:

Nada é impossível de mudar. Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual.

Por Celso Vicenzi (com a “ajuda” de Bertolt Brecht)*

*Celso Vicenzi, jornalista, ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, com atuação em rádio, TV, jornal, revista e assessoria de imprensa. Prêmio Esso de Ciência e Tecnologia. Autor de “Gol é Orgasmo”, com ilustrações de Paulo Caruso, editora Unisul. Escreve humor no tuíter @celso_vicenzi. “Tantos anos como autodidata me transformaram nisso que hoje sou: um autoignorante!”. Mantém no NR a coluna Letras e Caracteres.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

CHAPECÓ – UM ABISMO DA IMPUNIDADE NO BRASIL

O filósofo Nietzsche escreveu em seu Zaratustra em 1883: "O homem é corda distendida entre o animal e o super-homem: uma corda sobre um abismo; travessia perigosa, temerário caminhar, perigosos olhar para trás, perigoso tremer e parar."

Eis que nos encontramos diante desta 'corda', na fronteira do abandono, na ausência do Estado, em labirintos da incerteza e trevas da insegurança. Não é segredo ou novidade a ninguém as inserções de violência ocorridas contra simpatizantes, lideres comunitários e militantes políticos da esquerda na cidade de Chapecó. Embora há muito tempo implantado na cidade uma espécie de 'Maniqueísmo Ideológico' proposto na ideia sectária do “Bem” enquanto (Direita) e a personificação do “Mal” centrada na Esquerda, ocorrem estas ameaças embora muitas delas de forma verbal, mas propositivas. E após o episódio que encravou em nossa história um paragrafo de vergonha nacional no crime bárbaro e covarde cometido contra o vereador Marcelino Chiarello, levou muitos como eu a emitir a seguinte pergunta: Quem seria o próximo? Agora que já temos, reformulamos a pergunta: Quem será o próximo?

Nestes dias tivemos o nome, rosto e posição político ideológico no caso envolvendo o assessor do Vereador Paulinho da Silva do PCdoB, Patrick Monteiro. A grande verdade é que todos nós estamos nos equilibrando sobre esta corda estendida que separa uma espécie fissura, profundo abismo da impunidade, aberto logo após o laudo fictício que tentou declarar como suicido a morte do então vereador Chiarello. Por isso, enquanto todo e qualquer cidadão comprometido com as causas sociais tenta se equilibrar sobre este abismo, há outros que balançam a corda com ameaças, enquanto outros ainda esperam com suas lanças afiadas pela xenofobia a esquerda, e as lutas sociais.

Existe um poder primitivo que emana de foice e machado nas mãos, como um desbravador primeiro que expulsou, matou índios e caboclos que aqui habitavam. Existe uma hegemonia de autoprotecionismo que leva os covardes a levantarem sua voz, emitirem suas ameaças e concretizarem seus atos sobre qualquer cidadão que no uso direito democrático questione a maldita estrutura que parasita a cidade de forma livre e imune de qualquer punição. O mais assustador nisso tudo é a brecha do precedente que nos leva a duvidar da atuação ética dos órgãos de investigação.

Agredir simpatizantes e assassinar militantes políticos de esquerda se tornou comum, pode virar mantra repetido e modalidade xenofóbica, opção de mercado, eugenia de classe. Vai se tornando clichê maldito e sinônimo de paz de bandidos que fazem o sítio do poder e estrutura por aqui.

Fica fácil de agir e concretizar a vontade de minorias setorizadas, quando se justifica fazer segurança pública somente com publicidade. Declarando assassinatos como suicídio, fazendo do Data Show planilha de eficiência com números de 'BO' (Boletim de Ocorrência), diligências e imagens de Câmaras de monitoramento, este Big Brother, cretino, paliativo e tendencioso.

Fica fácil apresentar dados com prisão de 'ladrões de galinha' porque ele rouba pra comer, pra vender, trocar, se expor e não mais está preocupado se vai ser detido na próxima esquina.

Fica fácil aprender o viciado em drogas, ladrão de farol, por que ele nem foge mais, furta a bolsa, o celular, a carteira, e até tira a vida da vítima pra sustentar o seu vicio no lucrativo mercado do tráfico. Porque em Chapecó virou uma visível e sangrenta chaga maldita, onde uma grande estrutura da sociedade lucra como mercado comum em casas, apartamentos, bares, praças e esquinas, muitas vezes bem próximo de Postos da Polícia. O crime esta por toda parte, não existe mais o local especificado, ou que cabe em planilha de dados fixos com justificativa de policiamento preventivo.

Os dados ilustrativos em RETROPROJETORES e DATA SHOW apresentados como receituário Estatístico e Eficiente não passam de piadas da Segurança Pública, naquilo que chamam de Ação da Inteligência, Técnico/Cientifico e Preventivo. Este deslumbramento com números expositivos não prova nada e se justifica apenas como política do lobismo publicitário e cômodo. Na prática ela não apresenta eficácia nem para 'Coibir' e muito mesmo para 'Prevenir', e piora ainda mais a situação abrindo uma lacuna de medo e insegurança em todo cidadão. Ou não foi o que aconteceu com o recente assassinato do vereador Marcelino Chiarello? - Que ao iluminarem os preceitos pragmáticos da impunidade, abriram o caminho livre as trevas do direito a barbárie.

A única certeza que deve servir a todos nós cidadãos Chapecoenses é que estes acontecimentos não podem cair no 'lacismo relaxado' da normalidade como aparenta desejar determinados setores. Pois aceitar como normal o assassinato de um vereador, um homossexual, um professor; esfaquear um advogado e militante de esquerda, espancar uma mulher, agredir uma criança ou qualquer atentado contra um ser humano é o sinal claro de que perdemos a grande essência do respeito à vida. Estamos perdendo o direito ao manifesto democrático, ao lugar livre da voz ativa na sociedade, e submetido a uma espécie de silencio obsequioso, cada vez mais refém de nós mesmos.

Mas acima de qualquer desconfiança, não podemos perder a essência da esperança que nos move, pois é dela, nela e por ela que esperamos o grande levante das colunas de justiça, primeiro como direito constituído por via legal, ou em última e insana necessidade como justificativa de nossa defesa pessoal. Ninguém mais estará seguro e muito menos apto a dar condições de confiabilidade a qualquer órgão do aparelhismo legal da ineficiência enquanto ele não der resposta coerente e concretas as atrocidades cometidas na turbamulta de nossa cidade.

Pois o estado real das coisas em Chapecó nos leva a optar por apenas dois caminhos a nossa frente: ou nos tornamos como lobos em estado de natureza ao modo do Homem em Thomas Hobbes, ou simplesmente nos colocamos como ovelhas creditadas a imolação em campo aberto numa esquina qualquer do velho, atual e futuro Xapecó. Porque tudo o que temos até agora a nossa frente é um sombrio 'Abismo da Impunidade', que após o ciclo da madeira, do frango, do suíno, parece abrir o caminho para o inicio do ciclo dos assassinatos em série também! 

A impunidade parece ter se tornado 'fetiche material' de assassinos de aluguel, e alguém está pagando alto neste sarapatel do tudo pode, em nome do que possam esta justificando como caminho do ''BEM''. Ou os órgãos públicos de investigação e responsabilidades com a justiça vão nos provar o contrário?

Na hora do ataque guerreiro forte, gritai bem alto o nome do agressor, do assaltante de dignidade, do ladrão de liberdades nas terras do Xapecó. Antes de qualquer morte guerreiro forte, gritai bem alto o nome do assassino, do usurpador de direitos, do ameaçador e covarde, do enviado colonizador!”
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Professor Neuri Adilio Alves
Formado em Filosofia, Esp. Antropologia Filosófica

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A MEDICINA DE MERCADO PERDEU O JOGO – VITÓRIA DO POVO

"(...) no Brasil todo Bacharel em Medicina adora colocar o DR (Doutor) antes do nome, embora eu acredite que pra ficar mais completa a formação também se poderia acrescentar a sigla 'PH' Pura Hipocrisia e assim estaria completa a formação!!!"

Como se esperava toda gritaria seria dissolvida na necessidade de atenção que o povo tanto necessita no atendimento à saúde. Fora mercenários anestesiados, proselitistas do acúmulo financeiro e mazelas provenientes das indústrias da doença que alimentam os grandes laboratórios de medicamentos e todo cartel da produção de equipamentos hospitalares e afins. 

Quem venham os médicos estrangeiros aos milhares pois o julgo da formação é faxada de fuga aos desesperados pelo lucro em consultas de alto custo e suas forjadas complexidades. Pois:

(?!) - Quem não sabe que estes dois anos acrescidos na formação que julgam fazer tanta diferença, mata centenas de pacientes por mês em hospitais pelo Brasil tanto por abandono como por erros na aplicação de medicamentos de médicos plantonistas?

(?!) - Quem não sabe dos acúmulo de processos provenientes das centenas de mutilados por procedimentos cirúrgicos mal realizados? 

(?!) - Quem não sabe que 90 % dos recém formados precisam de manuais ao lado da mesa para atender o paciente quando entra para consulta? 

(?!) - Quem não percebe que os médicos formados no Brasil mesmo com mais de 7 mil horas de estudos saem mal preparados porque a medicina passou alimentar um mercado de certificados por quem pode pagar? 

(?!) - Quem já não sentiu na pele o atendimento 'porco e desleixado' em algum hospital ou unidade de saúde aqui no Brasil, dos grandes centros ao lugar mais distante? 

(?!) Quem nunca ouviu falar ou sentiu na pele os inúmeros relatos de MÉDICOS BRASILEIROS pagos pelo SUS que abandonam o atendimento em Pronto Socorros, Unidades de Saúde no meio do expediente? Acrescente-se a isso, as centenas de vezes que nem aparecem para atender os pacientes mesmo remunerados para este fim. 

(?!) - Quem nunca ouviu falar ou sentiu na pele o suborno de um médico que ao realizar cirurgias pelo SUS, cobra acréscimos e subsídios financeiros do paciente como forma de garantir o atendimento? 

(?!) - Quem não sabe que a desculpa de que o médico precisa falar bem o português é uma grande falácia, quando a grande maioria dos médicos Brasileiros poucos conversam com o paciente nas consultas, e as vezes nem olha na cara? 

(?!) - Quem? Quem? Quem? Quem? Quem? Quem? ????????? 

Todo e qualquer discurso com o propósito de desqualificar profissionais provindos de outros países é 'Xenofobia Corporativa', por parte de entidades como CRM, CFM, CNM ( e o escambau) com todo sistema de convênios. Até porque, se formação fosse o grande diferencial teríamos centenas de brasileiros entre os médicos premiados anualmente e nem nas revistas internas de ciência o temos. 

Por fim coloquem seus jalecos façam a maquiagem da cara limpa e vão pro trabalho em seus consultórios particulares como foi o propósito de vossa formação que o preparou para sustentar indústria da doença. Pois os médicos da família provindos de outros países vão fazer o que rege os princípios universais de direito a vida, acesso as políticas públicas e o contido no vosso juramento de Hipócrates: 

''Prometo que, ao exercer a arte de curar, mostrar-me-ei sempre fiel aos preceitos da honestidade, da caridade e da ciência. Penetrando no interior dos lares, meus olhos serão cegos, minha língua calará os segredos que me forem revelados, o que terei como preceito de honra. Nunca me servirei da minha profissão para corromper os costumes ou favorecer o crime. Se eu cumprir este juramento com fidelidade, goze eu para sempre a minha vida e a minha arte com boa reputação entre os homens; se o infringir ou dele afastar-me, suceda-me o contrário.'' 

Quem venham aos milhares os “MÉDICOS” de outros países, porque no Brasil todo Bacharel em Medicina adora colocar o DR (Doutor) antes do nome. - Sim, eu escrevi ''Bacharel em Medicina'' porque o termo 'Diploma Médico' é conceito corporativista! Embora eu acredite que pra ficar mais completa a formação também se poderia acrescentar a sigla 'PH' Pura Hipocrisia e assim estaria completa a formação!!!

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Professor Neuri Adilio Alves
Formado em Filosofia, Esp em Antropologia Filosófica Existencial.