Centrais acusam tucano de impostura e golpe contra trabalhadores
As centrais sindicais lançaram manifesto conjunto na última
quarta-feira (7) onde alertam a população para que não se deixe enganar
pelas mentiras veiculadas na rádio e na televisão por José Serra,
candidato de Fernando Henrique e do PSDB à Presidência da República, a
respeito de pretensas medidas que teria proposto em prol da classe
trabalhadora. Serra age como um verdadeiro lobo vestido em pele de
cordeiro.
Sob o título “Serra: impostura e
golpe contra os trabalhadores”, CUT, Força Sindical, CTB, CGTB e Nova
Central denunciam que “o candidato José Serra (PSDB) tem se apresentado
como um benemérito dos trabalhadores, divulgando inclusive que é o
responsável pela criação do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e por
tirar do papel o Seguro-Desemprego. Não fez nenhuma coisa nem outra.
Aliás, tanto no Congresso Nacional quanto no governo sua marca
registrada foi atuar contra os trabalhadores”. De acordo com as
centrais, “a mentira tem perna curta e os fatos desmascaram o tucano”.
Falsificando a história
A nota assinada pelos presidentes das centrais (Wagner Gomes, da Central
dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil; Artur Henrique, da Central
Única dos Trabalhadores; Miguel Torres, em exercício, da Força
Sindical; Antonio Neto, da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil e
José Calixto Ramos, da Nova Central Sindical dos Trabalhadores) ressalta
é fundamental que a população seja bem informada a respeito dos fatos
para que dimensione o tamanho da falsidade que vem sendo divulgada pelo
PSDB.
“A verdade”, esclareceram, é que “o seguro-desemprego foi criado pelo
decreto presidencial nº 2.284, de 10 de março de 1986, assinado pelo
então presidente José Sarney. Sua regulamentação ocorreu em 30 de abril
daquele ano, através do decreto nº 92.608, passando a ser concedido
imediatamente aos trabalhadores”. Da mesma forma, “o FAT foi criado pelo
Projeto de Lei nº 991, de 1988, de autoria do deputado Jorge Uequed
(PMDB-RS). Um ano depois Serra apresentou um projeto sobre o FAT (nº
2.250/1989), que foi considerado prejudicado pelo plenário da Câmara dos
Deputados, na sessão de 13 de dezembro de 1989, uma vez que o projeto
de Jorge Uequed já havia sido aprovado”.
Reprovado pelo Diap
Na Assembleia Nacional Constituinte (1987/1988), o candidato tucano
votou reiteradamente contra os trabalhadores, assinala o manifesto:
“Serra não votou pela redução da jornada de trabalho para 40 horas; não
votou pela garantia de aumento real do salário mínimo; não votou pelo
abono de férias de 1/3 do salário; não votou para garantir 30 dias de
aviso prévio; não votou pelo aviso prévio proporcional; não votou pela
estabilidade do dirigente sindical; não votou pelo direito de greve; não
votou pela licença paternidade; não votou pela nacionalização das
reservas minerais”.
Por isso, conforme recordam os sindicalistas, José Serra foi reprovado
pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), que
conferiu aos parlamentares uma nota entre zero a dez de acordo com a
posição assumida na votação dos temas de interesse da classe
trabalhadora, em particular o capítulo sobre direitos sociais.
Serra, que a esta altura já tinha se bandeado para o lado da direita,
teve nota 3,75 pelo desempenho na Constituinte. Vale lembrar que no
primeiro turno da Constituinte, o atual candidato tucano tirou nota 2,50
e, no segundo turno, por se ausentar em várias votações em que havia
votado contra, levou nota 5,0 – o que lhe elevou a média para 3,75.
Homem do capital financeiro
Já em 1994, diante da proposta de Revisão Constitucional, lembram as
centrais, “Serra apresentou a proposta nº 16.643, para permitir a
proliferação de vários sindicatos por empresa, cabendo ao patrão decidir
com qual sindicato pretendia negociar. Ainda por essa proposta, os
sindicatos deixariam de ser das categorias, mas apenas dos seus
representados. O objetivo era óbvio: dividir e enfraquecer os
trabalhadores e propiciar o lucro fácil das empresas. Os trabalhadores
enfrentaram e derrotaram os ataques de Serra contra a sua organização,
garantindo a manutenção de seus direitos previstos no artigo 8º da
Constituição”.
Conforme o manifesto, “é por essas e outras que Serra, enquanto
governador de São Paulo, reprimiu a borrachadas e gás lacrimogêneo os
professores que estavam reivindicando melhores salários; jogou a tropa
de choque contra a manifestação de policiais civis que reivindicavam
aumento de salário, o menor salário do Brasil na categoria; arrochou o
salário de todos os servidores públicos do Estado de São Paulo”.
“As Centrais Sindicais brasileiras estão unidas em torno de programa de
desenvolvimento nacional aprovado na Conferência Nacional da Classe
Trabalhadora, em 1º de junho, com mais de 25 mil lideranças sindicais,
contra o retrocesso e para garantir a continuidade do projeto que
possibilitou o aumento real de 54% do salário mínimo nos últimos sete
anos, a geração de 12 milhões de novos empregos com carteira assinada,
que acabou com as privatizações, que descobriu o pré-sal e tirou mais de
30 milhões de brasileiros da rua da amargura”, conclui o documento
assinado pela CUT, Força Sindical, CTB, Nova Central e CGTB.
Enfim, Serra é um homem do capital financeiro e, como tal, já se revelou
inimigo da classe trabalhadora. Definitivamente não merece a confiança
das centrais sindicais.
Da redação, com agências
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