terça-feira, 16 de outubro de 2018

ERA DIA DOS PROFESSORES

Iniciei aquela manhã pensando, que para além de uma data lembrada em contraditórias gentilezas por alunos e saudações a tantos professores que não merecem ser lembrados, que a luz da razão nos salve desta heresia temporal. Mais que um dia de pequenos ufanismos e frágeis nostalgias, porque não um tempo de reflexão pela realidade a qual estamos inseridos. 

Mas, sem esquecer do merecido afago aos mestres que fazem diferença no modo como trabalham, estudam, se renovam continuamente, fazendo desta opção uma paixão, algo que vai além de mera profissão remuneratória com estabilidade meritocrata/correlata e planos pedagógicos pré-cambriano. 

Outro afago aos educadores populares, que fazem a diferença neste mundo de aparências por titulações, institucionalidades, posturas imorais e decadência no modo de ver-julgar-agir-transformar. Que todo academicismo improdutivo seja devorado pelo mofo e pelas traças da incompatibilidade com o real. 

E que a verdadeira formação possa levantar-se das cinzas onde jazia vitimada pelos 'Latos' e 'Strictos Sensus', quando tantos achavam/acreditam que as havia qualificado, mas que narciso quebrou o espelho ficando sem livro para ler e legiões de pseudos instruídos sem olhos para ver. Como uma autocritica por parte de meus iguais, só por hoje não quero levantar a cabeça. Sim, as Escolas estão 'cheias' de alunos perigosos, mas de professores também. Axé aos verdadeiros mestres - Sigamos!!!

Neuri Adilio Alves

terça-feira, 9 de outubro de 2018

COMIGO A RELAÇÃO É MUITO SIMPLES




Se é fascista vou cortando relações, e não é rompimento temporário, é para sempre, porque como o fascismo não se brinca e corteja, se combate. Recentemente cortei relações com casal de cunhados (compadres), com ex amigos e não tenho problema alguma em seguir fazendo com quem quer que seja:

► Não sou dos que dizem que não briga por politica, eu brigo, porque para mim politica é algo sério (diferente de politicagem/partidarismo/torcida estúpida/opinismo barato) - politica define sonho, justiça, vidas. 

► Politica não é lagoa de sapo onde todo mundo 'coaxa' alguma coisa, não é mera opinião apaixonada querendo violentar a razão; 

► Não tenho medo dos que vociferam com grosserias, assim como não confio no silencio 'desonesto' de muitos que se calam; 

► Não tenho paixão verde amarelo, tenho consciência multicultural, colorida, inclusiva com vez, voz e direitos aos que buscam com dignidade; 

► Não tenho compromisso com a conivência dos covardes e vocação para o silêncio desonesto; 

► Não dou chance para a estupidez se consolidar como ciência, porque democracia não é profissão para quem acha que pode dizer e fazer o que pensa sem limites. 

Abaixo pilantras dos três poderes, ao lixo do automatismo estúpido, corrupto e imoral que quer um país melhor espalhando mentiras. Se desonesto na construção das verdades que permeiam as relações sociais, desonesto na proposição e condução do país melhor.

No mais, rememorando o iluminista Jean Jaques Rousseau, que o ente superior me proteja dos 'amigos', dos laços consanguíneos e dos parentes por ocasião dos destino pois dos inimigos eu me cuido. 

Sou pelo Brasil da inclusão e justiça Social!


sexta-feira, 6 de julho de 2018

TEMPO DE APRENDIZADOS E CONSTATAÇÕES

O 'Complexo de Vira-Latas' cravado por Nelson Rodrigues desde aquela derrota histórica para o Uruguai no maracanã não é uma pontualidade de tal acontecimento, marco inicial ou final de uma constatação. Muito além, é um real sentimento de conformidade ao longo de séculos, referenciando inclusive com registro de 1845 quando o francês Arthur de Gobineau desembarcou no Rio de Janeiro e disse que os cariocas eram um bando de macacos. 

Sentir-se inferior não é uma condição pontual, é sim, uma real conformidade secular colonialista e que se faz presente em momentos como este de hoje, quando os latidos se repetem e denunciam o sentimento do colonizado que se revela, se afirma, justifica e orgulha-se de assim ser e sentir-se vencedor – porque há derrotas que são revigorantes para justificar as contradições. E vi, ouvi e presenciei neste dia desinibidamente em tantos conhecidos de perto e distante falastrões do especialismo midiático que antes contavam certezas. 

Parabéns a Bélgica os inferiores par-a-par por estatísticas, pelo panes et circus (pão e circo) midiático e também por suposto comparativo de elencos, mas que vencem por competência na definição e nos ganham como parte 'povo' com aquele latido desinibido de inferioridade secular! Patriotismo e Colonialismo deveriam ser entendidas como coisas diferentes, mas em sentimentos e ações dos desinibidos narcisos do fracasso, se tornam iguais. 

Viva o esporte, a vitória das amizades, e o título maior as boas consciências. Hoje não só aprendi algo novo, vi constatações reafirmadas e um pouco mais de desesperanças: não no futebol, mas quão míope é a visão, não de jogo mas de história, quão grande são as frágeis convicções e pequenas as boas perspectivas. 

Verdade ou mera constatação deste pontual ‘perdedor’: que falta faz um Gol de ouro na educação, derrotada há quinhentos anos. No resultado de hoje: complexo do latido 2 X 1 para esperança de dias melhores.

Neuri Adilio Alves - brasileiro conformado com o resultado, inconformado com o Estado! 

segunda-feira, 5 de março de 2018

Filosofia, Analogia e Escola

Analogia é proporção, relação, semelhança. Conhecer é relacionar, é reduzir a multiplicidade a uma ordem em referência a primeira. Pensamento lógico qualquer aparelho, um computador por exemplo, é capaz de fazer, mas analógico, somente o humano consegue fazer. O conhecimento é essencialmente analógico. 

A filosofia é analogia em um nível mais profundo. E, a analogia opera com o estético e o estético é poderoso, inspira o respeito, impacta. Quer exemplo maior do poder do estético que as imponentes catedrais góticas: é sedutora pela beleza, poderosa pela relação de proporcionalidade com o indivíduo e foram feitas para quando entrar dentro se sentir pequeno, insignificante - pelo silêncio, pouca luminosidade e grandeza de seu teto. 

O Estético tem que ser respeitado, pois a função da arte é causar impacto, mexer por dentro. Filosofia na escola, tem se algo para mexer por dentro, em qualquer disciplina. Ao professor que falta a presença do filósofo que inquieta o estudante, não convence, não estimula, não ensina, não alimenta a bolha de interrogações. 

Um pouco de filosofia na disciplina de matemática é possível dizer que a primeira medida circunferencial da terra foi feita por Eratóstenes, II séculos antes da era cristã, como decano na biblioteca de Alexandria mesmo sem qualquer ferramenta mecânica apontou ser a terra uma esfera de 350º, errando apenas por 10º concluído na era moderna. Dissecando um curioso registro em papiro sobre fatos na cidade de Alexandria e Siena. Uma pequena dose de filosofia ainda seria possível dizer que os matemáticos ensinados na escola em sua maioria eram filósofo de origem: Pitágoras, Euclides, Pascal, Descartes, Galileu, Newton, Kepler = tantos outros. 

Um pouco de filosofia na disciplina de física poderia ajudar na compreensão que se há apenas uma lei universal da física em nosso cosmo, então por analogia, o mesmo princípio da física que corrói a lata do carro, corrói o cérebro também. Que dá entropia ninguém escapa. 

Um pouco de filosofia em química é possível provocar a reflexão se de fato Lavoisier estava totalmente correto com seu 'nada se perde, nada se cria, tudo se transforma' - pois se tudo neste universo é energia, energia se dissipa no espaço e no tempo, logo tudo neste universo é constante perda. 

Um pouco de filosofia em Matemática, serve para dizer o que Galileu dissera que este universo é escrito em cifras matemáticas, sendo possível contabilizar energia, calorias, no beijo, no abraço, no afeto. 

Um pouco de filosofia na em Ciência naturais pode trazer presente porque Aristóteles, Leonardo da Vinci, Rene Descartes entendiam tanto de anatomia, alquimias. 

Um pouco de filosofia em língua portuguesa, ajudaria trazer presente as grandes obras, tratados de linguagem, a ferramenta da escrita, a paixão literária do canto dos ditirambos, das epopeias homéricas, do tratado do nominalismo em Crátilo de Platão, as metáforas, paráfrases e textualidades. 

Um pouco de filosofia em educação religiosa, se por um lado serviria para nos mostrar que a gente entra em crise porque o evidente se choca com as crenças, por outro serviria para dizer que antes do nada tem que existir algo, que não se explica, apenas se sente e que o sentir é sempre uma experiência pessoal. 

Um pouco de filosofia em história, sociologia e artes é um abraço de irmãs gêmeas que narram fatos, analisam  ilustram e interrogam o tempo.  Que as sandálias aladas de Hermes podem nos levar em feliz viagens aos confins de tantos saberes, sabores e seres! 

Uma pequena dose de filosofia na escola tem que servir para mostrar que a existência é, incessante dialética da exclamação, interrogação, e o terreno desta batalha é a família, a escola e o mundo. 

Que nojo da filosofia, ferramenta ameaçadora as mentes putrefatas deste país. Que nojo da filosofia, esta insignificante disciplina da escola, da vida e do nada - que caos, que monstro, que desprezo. 

Neuri Adílio Alves