sábado, 29 de agosto de 2015

ESTÃO SE ACABANDO RECURSOS NA DISPENSA DA CASA COMUM

''E assim gaiamente vamos ao encontro de um abismo que se abre logo aí à nossa frente.''


A Terra é um planeta pequeno, velho, com a idade de 4,44 bihões de anos, com 6.400 km de raio e 40.000 km de circunferência. Há 3,8 bilhões de anos surgiu nele todo tipo de vida e há cerca 7 milhões, um ser consciente e inteligente, altamente ativo e ameaçador: o ser humano. O preocupante é o fato de que a Terra já não possui reservas suficientes em sua dispensa para fornecer alimentos e água para seus habitantes. Sua biocapacidade está se enfraquecendo dia a dia.

O dia 13 de agosto foi o Dia da Sobrecarga da Terra (Earth Overshooting Day). É o que nos informou a Rede da Pegada Global (Global Footprint Network) que, junto com outras instituições como a WWF e oLiving Planet acompanham sistematicamente o estado da Terra. A pegada ecológica humana (quanto de bens e serviços precisamos para viver) foi ultrapassada. As reservas da Terra se estão se esgotando e precisamos de 1,6 planeta para atender nossas necessidades sem ainda aquelas da grande comunidade de vida (fauna, flora, micro-organismos). Em palavras de nosso cotidiano: nosso cartão de crédito entrou no vermelho.

Até 1961 precisávamos apenas de 63% da Terra para atender as nossas demandas. Com o aumento da população e do consumo já em 1975 necessitávamos 97% da Terra. Em 1980 exigíamos 100,6%, a primeira Sobrecarga da pegada ecológica planetária. Em 2005 já atingíamos a cifra de 1,4 planeta. E atualmente em agosto de 2015 1,6 planeta.

Se hipoteticamente quiséssemos, dizem-nos biólogos e cosmólogos, universalizar o tipo de consumo que os países opulentos desfrutam, seriam necessários 5 planetas iguais ao atual, o que é absolutamente impossível além de irracional(cf. R. Barbault, Ecologia geral, 2011, p.418).

Para completar a análise cumpre referir a pesquisa feita por 18 cientistas sobre “Os limites planetários: um guia para o desenvolvimento humano num planeta em mutação” publicada na prestigiosa revistaScience de janeiro de 2015 (bom resumo em IHU de 09/02/2015). Aí se elencam 9 fronteiras que não podem ser violadas, caso contrário, colocamos sob risco as bases da vida no planeta (mudanças climáticas; extinção de espécies; diminuição da camada de ozônio; acidificação dos oceanos; erosão dos ciclos de fósforo e nitrogênio; abusos no uso da terra como desmatamentos; escassez de água doce; concentração de partículas microscópicas na atmosfera que afetam o clima e os organismos vivos; introdução de novos elementos radioativos, nanomateriais, micro-plásticos).

Quatro das 9 fronteiras foram ultrapassads mas duas delas – a mudança climática e a extinção das espécies – que são fronteiras fundamentais, podem levar a civilização a um colapso. Foi o que concluiram os 18 cientistas.

Tal dado coloca em xeque o modelo vigente de análise da economia da sociedade mundial e nacional, medida pelo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Este implica uma profunda intervenção nos ritmos da natureza e a exploração dos bens e serviços dos ecosistemas em vista da acumulação e com isso do aumento do PIB. Este modelo é uma falácia pois não considera o tremendo estresse a que submete todos os serviços ecossistêmicos globais que garantem a continuidade da vida e de nossa civilização. De forma irresponsável e irracional considera tal fato, com suas graves consequências, como “externalidades”, vale dizer, fatores que não entram na contabilidade nacional e internacional das empresas.

E assim gaiamente vamos ao encontro de um abismo que se abre logo aí à nossa frente. Curiosamente, nas discussões sobre temas econômicos que se organizam semanalmente nas TVs ( por exemplo, o Painel da Globoniews, aos sábados e domingos) nunca ou quase nunca se faz referência aos limites ecosistêmicos da Terra. Com raras exceções, os economistas parecem cegos e cegados pelas cifras do PIB, reféns de um paradigma velho e reducionista de analisar a economia concreta que temos. Se todas as fronteiras forem violadas, como tudo parece indicar, que acontecerá com a Terra viva e a Humanidade? Temos que mudar nossos hábitos de consumo, as formas de produção e de distribuição como não se cansa de repisar o Papa Francisco e ausente nos analistas de O Globo que sequer fazem uma referência a um tema tão fundamental. Mal imaginam que podemos conhecer um “armagedom” ecológico-social sem precedentes.

Imaginemos o planeta Terra como uma avião de carreira. Possui limites de alimentos, de água e de combustível. 1% viaja na primeira classe; 5% na executiva e os 95% na classe econômica ou junto às baguagens num frio aterrador. Chega um momento em que todos os recursos se esgotam. O avião fatalmente se precipita, vitimando todos e de todas classes.

Queremos este destino para a nossa única Casa Comum e para nós mesmos? Não temos alternativa: ou mudamos nossos hábitos ou lentamente definharemos como os habitantes da ilha de Páscoa até restarem apenas alguns representantes, talvez invejando quem morreu antes. Efetivamente, não fomos chamados à existência para conhecermos um fim tão trágico. Seguramente “o Senhor, soberano amante da vida”(Sab 11,26) não o permitirá. Não será por um milagre mas pela nossa mudança de hábitos e pela cooperação de todos.

Leonardo Boff escreveu Proteger a Terra-cuidar da vida: como escapar do fim do mundo, Record, Rio

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

DESCULPAS ESFARRAPADAS PARA NÃO ESTUDAR

Veja como se livrar das desculpas esfarrapadas mais comuns para não estudar.

Você vestibulando é do tipo que arranja todo tipo de desculpa para não estudar? Se a resposta é sim, este texto é para você.
Nada de fugir dos exercícios, das leituras e das revisões, segundo Wander Azanha, coordenador do cursinho pré-vestibular Oficina do Estudante. E nada de desânimo!
"Sei que não é fácil, não tem vaga para todo mundo, mas é possível", afirma Azanha, que na época da preparação para o seu próprio vestibular dividia o tempo entre estudos e trabalho.
Para a professora Augusta Aparecida Barbosa, que leciona há 30 anos e atualmente trabalha no Cursinho do XI, alguns estudantes usam desculpas (algumas bem esfarrapadas), pois não reconhecem a importância de se entrar em uma boa universidade.
"Tenho visto muitos alunos desistirem de tentar passar nos cursos mais fortes, pois eles sabem que hoje está muito fácil entrar numa particular [em cursos fracos]. E, às vezes, nem precisa pagar tão caro [as mensalidades] para estudar. Eles se desanimam", opina.
Para tentar ajudar, o UOL listou as desculpas esfarrapadas mais comuns -- com dicas para driblar cada uma delas.

► Desculpas esfarrapadas mais comuns


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Não tenho tempo

Procure aproveitar TODOS os intervalos de tempo possíveis. Que tal alguns minutinhos durante o horário do almoço ou na volta para casa dentro do ônibus? Reveja seus horários e faça um cronograma de estudos. A palavra de ordem é disciplina! #Ficaadica.
Reprodução/Tribuna 
do Ceará
Reprodução/Tribuna do Ceará

Vou acessar meu Facebook só mais uma vez

Ficar no Facebook ou nas outras redes sociais é divertido, claro! Mas é preciso manter o foco principal: estudar para passar no vestibular. Por isso, desligue tudo. Aproveite essa reta final para dar um último gás. Depois das provas você poderá voltar a navegar tranquilamente pela internet ;-).
Thinkstock
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Nunca fui um bom aluno

Sempre é tempo de recuperar o estudo perdido. A bagagem é importante, mas não é um fator limitante. "Já tive casos de alunos que eram muito ruins, mas que conseguiram passar em medicina depois do estudar. Com disciplina eles se tornaram alunos brilhantes", relembra Azanha.
Facebook PreVestDáDeprê
Facebook PreVestDáDeprê

Tenho dificuldades para me concentrar

Mantenha tudo que possa atrapalhar desligado. Celular, televisão... tudo! Ter um bom local de estudo e fazer pausas a cada 1h também podem ajudar na concentração. "Não vai acontecer nada de muito relevante na face da terra em 2h que você não possa desligar", brinca Azanha.
Reinaldo Canato/UOL
Reinaldo Canato/UOL

Vou fazer apenas como um teste

Não use o vestibular apenas como teste. Para isso, existem os simulados e as provas anteriores. Treinando, o vestibulando ganha familiaridade com as provas e acaba acostumando seu corpo para a maratona de exercícios. Além do mais, isso não é desculpa para evitar os estudos.
Reprodução/Flickr/
Champpugsly
Reprodução/Flickr/Champpugsly

Tenho muitos compromissos

Os compromissos com a balada, com os aniversários, com o cuidado do cachorro são coisas que devem ser balanceadas com os estudos. Por mais que o vestibulando tenha tudo isso para fazer, ele precisa separar um tempo para as obrigações. É preciso ter atitude e disciplina.
Thinkstock
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Já tentei algumas vezes e não passei

Acredite que é possível. "Olhe para trás e verifique o que não deu certo. [Não passar no vestibular] Deve ser um trampolim para uma coisa melhor. Errou a estratégia? Errou a disciplina? Verifique o que pode funcionar", afirma o professor Azanha.
Rodrigo Capote/Folhapress
Rodrigo Capote/Folhapress

Não tenho dinheiro para pagar o cursinho

É complicado, mas a internet pode ajudar. Existem provas, simulados e aulas inteiras gratuitas. Aqui mesmo no UOL existe uma seção exclusiva para os vestibulandos onde você pode acessar roteiro de estudos, resumo de disciplinas, atualidades e ainda fazer simulados ;-).
Fernando Moraes/Folhapress
Fernando Moraes/Folhapress

Fiz escola pública. Não tenho chances

Não desista antes de tentar. Você terá que se esforçar muito? Provavelmente. Mas há chances, sim! "Eu sou prova viva. É possível. Existem alunos da escola pública que são excelentes. Você tem que querer", ressalta o professor Azanha.
Shutterstock
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Me sinto velho demais para o vestibular

Nunca é tarde para estudar e nem arriscar coisas novas. Acredite em você e no seu potencial. Você é capaz! "Onde está escrito que se tem que entrar na faculdade com 18 anos? Não tem lei. Tem aluno que entra com 17 e é frustrado", destaca Azanha.
Getty Images
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Ainda não sei o curso que quero prestar

A primeira grande prova é o Enem e para ele não é preciso decidir o curso antecipadamente. Respire fundo e tenha calma. Continue com a rotina de estudos, tenha disciplina e pesquise assim que possível o curso (ou os cursos) que mais gosta para ajudar na decisão.
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Não dá mais tempo de estudar

Os vestibulares estão chegando, mas dá tempo! Priorize a resolução das provas anteriores dos vestibulares. Assim, você consegue identificar as matérias que mais caem, rever as questões em que teve mais dificuldade e ainda se acostuma com a estrutura e com o tempo das provas.