quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

CHAPECÓ: A OBVIEDADE DA ELEIÇÃO MUNICIPAL DE 2016.

‘O certo é que não haverá novidade alguma numa disputa polarizada entre ''Direita e Esquerda' ou na mistura dessas duas forças que apresentam também crise de identidade.‘

Para quem não se ilude está claro o cenário para a próxima eleição. Tanto pelo viés natural dos fatos, boatos e sinalizações da conjuntura local quanto, pelos movimentos possíveis que podem ocorrer no tabuleiro sem grandes espantos. Tendo como base a ultima eleição ao governo do estado e o histórico das ultimas três disputas municipais:

Primeiro porque há muito tempo sabemos que o Vice Prefeito Luciano Buligon (PMDB) encostado pessoalmente pela conjuntura de 2012 como candidato a vice de José Caramori, não tem força politica eleitoral o que naturalmente o tira de uma disputa. Sem lágrimas, ranger de dentes e direito de reivindicar a cabeça da chapa. 

Segundo, o PSD do casal ‘dobradinha’ J. Rodrigues e G. Merisio tem força política, estrutura financeira e compromisso natural de apontar o candidato para cabeça de Chapa por se tratar de situação. E nesse cenário teriam pelo menos uns três nomes fortes para vencer as eleições novamente. Isso não se trata de jogar água fria em perspectivas eleitorais de ninguém, mas fazer uso da razão na leitura conjuntural sustentado no fato que não há (sim, não há) nenhuma articulação, ou projeto concreto na organização de base ha muito tempo de quem quer que seja para fazer frente a isso. 

Terceiro, a esquerda de Chapecó única força capaz de polarizar uma disputa com capacidade e chances de vencer, não tem convergência de ideias, projetos concretos e humildade necessária para primeiro reconhecer os limites e superá-los. Digo isso porque é a posição de cargo eletivo que se ocupa e não a estratégia que determina quem pode ser cabeça de chapa com unidade e desde o ano de 2008 uma unidade forçada, pelas circunstâncias e nunca por um projeto eleitoral concreto. Ou seja, a oposição municipal é quase um paradoxo, um movimento sobre si mesmo. Uma negação as origens, a ponto daquela esquerda de outrora que estudava conjunturas, estratégias e ações agora sabe tudo e acredita do auto de sua catedral de vidro que ainda pode ser canonizada pelos eleitores, porque se julga melhor que o demônio que governa há mais de uma década. Será?

Por fim, o resultado das ultimas eleições municipal, somado ao resultado da recente eleição para o governo do Estado temos dois cenários possíveis e uma remota via da novidade (sic) com pouca força: 

- a primeira pela ordem natural, os governistas após consulta de base e pesquisa medindo força política apontar como nome de sua liderança jovem Américo do Nascimento, por exemplo, mesmo diante do bando de urubus com pouco respaldo que salivam tirar um pedaço da ocasião. E para isso já traçaram a estratégia para isolar o Partido dos trabalhadores. Pois numa disputa polarizada, mesmo com a força que supostamente teriam a professora Carminatti e o Deputado Pedro Uczai pela votação que obtiveram. Isolados sem partidos aliados de apoio dificilmente crescem além do óbvio. Por isso, cite-se aqui: não será novidade alguma se por via da conveniência ou convergência estendida, se os velhos aliados como PCdoB, PDT forem convidados/orientados/forçados a compor na chapa da situação. Pois isso pode ter entrado no pacote de 2014 e nas pretensões que ainda estão na ordem dos ajustes e ambições. Mas se ainda não acreditam esperem para ver, pois não somos nós ‘opinistas’ de ocasião que definimos. 

- a segunda possibilidade é fruto da leitura conjuntural em que percebendo uma disputa mais acirrada e difícil, a alternativa de garantia possível seja o nome do Deputado Gelson Merísio como candidato a prefeito e para vice outra liderança do PSD (com o próprio A. Nascimento) para assumir em 2018 quando o mesmo sairá como candidato a Dep. Federal, teriam como a grande garantia de manterem-se no governo, já que as pretensões do ex-prefeito é o governo do estado. 

- terceiro seria a possibilidade de um empresário da cidade e ai teriam pelos menos uns cinco nomes de peso compondo chapa, embora seja uma possibilidade mais distante não se descarta principalmente numa condição de candidato a vice. ‘O certo é que não haverá novidade alguma numa disputa polarizada entre ''Direita e Esquerda' ou na mistura dessas duas forças que apresentam também crise de identidade.‘

Digo isso porque partidos como PMDB, PSDB, PR, DEM e todos os tentáculos menores desse polvo governamental não tem força politica para exigir nada. Nem mesmo para blefar com candidaturas próprias, pois a votação obtida por estes nas ultimas eleições diz: ''se contentem com o que lhes oferecer, porque vocês são quase insignificantes''. 

Até concordo que politica não se reduz a receita de bolo, (mas até por respeito à receita), mas os ingredientes estão todos ai esperando para ser misturado e levado ao forno. A digestão fica por conta de quem não se nega experimentar!

Neuri A. Alves - Professor Pesquisador, Graduado em Filosofia, Antropologia Filosófica - PUC/PR e PUCCamp/SP.