terça-feira, 9 de dezembro de 2014

EDUCAÇÃO: Conflitos na inserção do eletrônico!

''É triste perceber que no Brasil a Escola do Futuro parece ter envelhecida ontem, agoniza de madura e vai morrer de esperança pela forma lenta como se conduz!''

Aquilo que muitos especialistas, pedagogos, psicopedagogos tem apontado como problema em relação ao uso das tecnologias por parte dos alunos, deveria ser visto como proposição inadiável. A escola, precisa se desfazer da '’machadinha, da caixa de fósforo e do punhado de sal’’ usado outrora. 

Nós estamos no século XXI, conflitando com o aluno de 7 anos olhando para o século XXII e grande parte dos professores com o saudosismo do século passado da Caneta Bic (anos 50) como instrumento moderno de inserção na escrita,da máquina de datilografia na década de 80, ou mais o mais rudimentar e deprimente focados no primo distante da xerocadoras o velho mimeógrafo. 'É triste perceber que no Brasil a Escola do Futuro parece ter envelhecida ontem, agoniza de madura e vai morrer de esperança pela forma lenta como se conduz!'

Não dá para continuar apontando para o aluno como o problema por seus Ipad, Smartphone, Tablet e afins, quando precisamos suprir o atraso presente na estrutura das escolas, planos pedagógicos e dos próprios professores no uso dessas tecnologias também. Em relação ao Brasil, o francês Edgar Morin consultor da Unesco já afirmou há mais de uma década, que só daremos um salto quantitativo e qualitativo sobre um século de atraso na educação se assumirmos o compromisso da inserção maciça numa educação instrumentalizada com o mundo tecnológico que ai está. Mas, para isso é preciso investir em professores bem preparados para o ''Pensar Complexo''. 

Ambos, professores e alunos situados e sintonizados na 'Dialogia' que transcende a comunicação linear dialética. Algo que vai além da polaridade emissor-receptor. Em um processo de comunicação genuína, os envolvidos estão em uma relação de acoplamento estrutural, modificando-se e modificando aos outros. A dialogia permite o entrechoque de ideias, considerando como essencial a convivência com as contradições, entre estudante-estudante e estudante-professor, em um movimento espiral de troca e evolução das pessoas e daquilo que está sendo discutido. 

As ideias não faltam esta faltando coragem e ousadia para a transição necessária. Pois a escola precisa deixar o primitivo espaço de centro de adestramento já apontado pelo filósofo Antonio Gramsci, assim como a sala de professores o ‘cemitério’ onde se mata a esperança no jovem ou ‘tribunal’ onde se julga o comportamento de uma criança ou adolescente sumariamente com caso perdido. 

Do contrário pelo movimento incontrolável do tempo em que vivemos, e as tsunamis violentas de novas tecnologias podemos ter certeza que aquela escola da alfabetização inicial que instrumentaliza para a escrita e leitura precisará ser reaplicada ao final do ensino médico para milhões de jovens que desaprenderam a ler escrever morfologicamente em seus aparelhos eletrônicos ao esmagarem a escrita e silenciarem a leitura oral e o diálogo social. É aqui onde termina a vida do conhecimento e se apaga a vela no velório do futuro. Sem lágrimas, sem esperanças e sem sonhos!

Neuri A. Alves - Professor Pesquisador, Graduado em Filosofia, Antropologia Filosófica  - PUC/PR e PUCCamp/SP.