quarta-feira, 10 de outubro de 2012

CHAPECÓ - A VERGONHA PÓS ORGIA DEMOCRÁTICA



“Virou prostituição, virou banca de negócios, virou feira da cretinice; virou divã da justificativa.”

O que mais dizer dos que justificam ter negociado seu voto na grande quitanda eleitoral a troco de vale gasolina; placa na casa; adesivo no carro; exame médico; consulta; cesta básica; prótese e pilantragem? O que dizer dos ridículos universitário falidos de justificativas, famintos de cultura ostentando seus carros adesivados, turbinados pelo combustível da contradição? O que dizer de futuros advogados fazendo o papel de pervertores do legalismo eleitoral e vendendo o voto na bacanal grande feira da democracia vencida, da ética falida e a legalista moral falecida? O vigente, o futuro, o possível e real lixo legalista nosso de cada dia!

O que esperar do futuro que tanto se fala, numa cidade que se cala pra verdade dos fatos e se abre a vergonha prostituída dos valores elementares que possibilitariam a solidificação não só da democracia mas de todos os fundamentos que regem mudanças importantes na ordem social? Aqueles que possibilitam os avanços no campo da acessibilidade, que constam como direito sagrado de cada cidadão, na liberdade de se expressar, no direito de revindicar; na certeza de que será atendido.

O que dizer dos envergonhados que iniciaram a semana derrubando as placas de meio salário minimo; limpando os para-brisas de duzentos reais; os para-choques de cinquenta reais e as plotagens de um salário minimo? O que dizer dos envergonhados no reencontro com o amigo de consciência tranquila? ... enquanto os mesmos parecem angustiados a espera que quatro anos passem logo para novamente oferecer sua prostituída consciência no feirão do “quem paga mais” me leva como outdoor?

O que dizer da ressaca dos desvalidos, que entraram a noite comemorando a vitória da elite excludente que não lhes pertence e acordaram madrugada a dentro numa fila de posto de saúde para pegar ficha de ginecologista, dentista; oftalmo, clinico geral etc etc... única realidade que lhes pertence?

O que dizer dos comissionados envaidecidos pelo triunfo do rombo nos cofres públicos, mas nervosos a espera da confirmação de que ainda permaneceram sugando a máquina pública? O que dizer das centenas de secretários, diretores e escalonados dos altos salários, inquietos na incerteza dos valores que ainda podem colocar nos bolsos sem a efetiva fiscalização do legislativo pelo menos até dezembro?

O que dizer daquele que fantasiou-se de pequeno para engolir o cérebro medíocre de seu rebanho de mentes degradadas, coreografando os idiotas de novo como num grande baile a fantasia, e cada um com suas máscaras figurando personagens de mediática ilusão? Que nada! Mais cedo ou mais tarde chegam as tempestades que varrem sujeiras, derrubam supostas fortalezas e trazem novos ares aos campos um dia povoados pela ignorância desordenada e degradada pelo acúmulo de resíduos incompatíveis com a realidade local, real e desnuda.

Eu... eu renovei minhas convicções, … reforçarei minha visão, … afiarei ainda minhas palavras, … povoarei ainda mais minha mente de idéias; … recriarei os dias com certezas, … iluminarei minhas noites sem os segredos da antiética; e recomeçarei todas as manhas convicto de que o tempo da mudança vai chegar. Com ele imensos containers da ética para levar os resíduos sólidos da suja politica estocada por aqui. Porque eu continuarei como a coruja: “vendo tudo, escutando muito e piando pouco... mas piarei com conhecimento de causa, porque minha consciência não tem preço, validade e gosto. Ela é feita de convicção e centenas, milhares de horas de estudos que me trouxeram até aqui! E você?

Neuri Adilio Alves

Filósofo, Professor Pesquisador 
Graduado Pela PUC Curitiba, Especialização PUC Campinas.