segunda-feira, 24 de maio de 2010

Greve dos estudantes completa um mês em Porto Rico

Protestos e conflitos têm marcado a greve dos estudantes da Universidade de Porto Rico (UPR), que já completa um mês. Os estudantes protestam contra o aumento da cobrança da matrícula, a privatização de prédios e o corte de verbas para o sistema universitário. A greve está acontecendo na sede da UPR, em Rio das Pedras, e tem o apoio de professores.

Como se não bastasse os conflitos que envolvem estudantes grevistas e a Universidade, um episódio violento, ocorrido neste final de semana, envolvendo a Polícia Nacional e uma suposta turista, em um hotel de luxo da capital do país, enche o caso de mistério.

O ato foi registrado quando os estudantes apareceram no hotel, enquanto o governador, Luis Fortuño, celebrava um jantar de angariação de fundos para o Novo Partido Progressista.

Segundo o governo, a greve já custou mais de cem milhões de dólares. Os grevistas são acusados de tentar desestabilizar a universidade para promover a agenda política de co-governo.

Os grevistas continuam desenvolvendo protestos além do recinto acadêmico, como marchas pacíficas. O objetivo dos estudantes é chegar ao Palácio Santa Catalina, sede do Governo. Por sua parte, o governo se concentra em motivar e mobilizar estudantes contra a greve, tentando manter uma forte declaração em juízo e uso policial.

Na saída da reunião de negociações, ontem (23), os estudantes disseram que a recusa por parte da administração da universidade, de tornar públicas as contas que deveriam ter sido auditadas em outubro no ano passado, põe em risco a aprovação e licenciamento da UPR.

Entre os avanços no processo, a diretoria concordou em retirar a exigência de que os estudantes pobres, com isenção de registro por mérito ou em virtude do contrato de trabalho de seus pais, escolham entre isso e conseguir a bolsa que paga para seus livros, despesas de alojamento e outros.

No entanto, ainda segue a barreira a respeito da matéria acima do orçamento, bem como o aumento do custo do curso, que algumas fontes afirmam que poderia chegar a US$ 1 mil por semestre. Os estudantes afirmam que não há sanções contra os grevistas.

Um grupo de 64 acadêmicos porto-riquenhos que trabalha em reconhecidas universidades dos Estados Unidos, como Princeton, Yale, Columbia e Berkeley, se pronunciou a favor de uma solução imediata ao conflito entre estudantes e direção da UPR. Em nota, estes professores pedem a desmilitarização do recinto de Rio Pedras e que se reinicie o diálogo entre a universidade e os grevistas, de modo a conduzir e solucionar os conflitos de maneira pacífica, respeitando os direitos civis e humanos.

A previsão é que a greve continue até que os pedidos dos estudantes sejam atendidos. A direção da universidade, além de não responder aos universitários grevistas, deu ordens para que não sejam levados alimentos aos internos. As atividades acadêmicas estão interrompidas.

Fonte: Adital

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