quarta-feira, 10 de novembro de 2010


QUEM GANHA? Marionetes ou tablado?

 
Eu prefiro tablado porque é chão firme, marionetes são pré-fabricada para manipulação! Por faço uso da metafora? - Um aluno me perguntou esta semana: “professor quem ganha? - Devolvi-lhe a pergunta! Ganhar o que? - A eleição para o DCE da Unochapecó indagou o mesmo. Pergunta difícil para quem não esta diretamente por dentro da vida universitária, mas razoável de ser respondida para mim que: … acompanhei parte da programação esplendida do CUCA 2010; … me inteirei dos comentários sobre debates dos candidatos; … assisti a entrevista dos mesmos na webtv da Universidade; … de saber de atitudes de caráter facistas por parte de alguns e claro de me inteirar das forças em disputa. 

Ao longo de minha vida acadêmica aprendi que estar numa universidade não significa apenas ser parte dela. Pois a vida universitária vai para além da sala de aula, ela se desenrola nas relações sociais como um todo dentro da instituição e para além dela, uma vez que a universidade é o universo de esperanças éticas, profissionais e emancipatória de uma sociedade. Pelo menos deveria e precisa ser. O Diretório acadêmico é um instrumento de luta dos estudantes inserido neste todo e não um objeto de desejo narcísico como alguns estudantes acreditam ser. 

O que percebi nas comparações de propostas e na entrevista dos candidatos é uma nítida clareza de quem tem experiência a frente da entidade como o candidato da Chapa 1 e uma pretensiosa, utópica e até irresponsável apresentação do candidato da Chapa 2. Primeiro porque o candidato Rafael da Chapa 2 não conseguiu responder a primeira pergunta do apresentador sobre  movimento estudantil e avançou perdidamente sobre propostas mirabolantes, de:  “Melhorar a segurança com (Cancelas) grades e portões na Universidade”; “asfaltar as dependências internas do campus”, propor “convênios médicos” para estudantes que mal conseguem pagar transporte e mensalidades, “citar conversa e possível acordo” com o dono da empresa de onibus que não respeita a anos as solicitações de melhorias no transporte para universidade. 

Penso que o candidato  esqueceu que nem todos os estudantes tem condições de pagar um curso de Engenharia Quimica ou Medicina, que nem todos tem carro próprio para deslocamento. E que a função de um diretório acadêmico é lutar pela permanência dos acadêmicos na universidade com mensalidades acessíveis, mais bolsas de estudos, melhores suas condições de transporte entre outras. Isso para não se aprofundar em questões que vão mais longe. Somente até aqui meu nobre aluno já tem subsídios que podem ajudar na escolha da melhor gestão possível ao dizer que para mim: “uma das chapas significa  a ampliação das lutas em defesa dos estudantes, parte destas já em andamento e a outra chapa significa o aparelhismo do Diretório acadêmico orientados pela máquina pública municipal e entram na disputa como um “ovo de serpente” inofensivo aparente pelos corredores da universidade mas que se eclodir se torna perigoso. Subsídios estes apontam que Chapa 2 é uma fabricação da força direitista da politica municipal, basta entender o porque em almoço realizado pelos mesmos no ultimo sábado estavam presentes lideranças politicas de partidos como DEM, PSDB e seus comissionados, talvez seja por isso que falam em asfalto na universidade, isso para não falar em “operação tapete preto”. 

Outro fato assustador é ouvir um candidato falar em defesa e representação dos estudantes quando um de seus membros de chapa,  acadêmico de Direito é afastado do CER de Chapecó tendo como acusação de atos de tortura contra  um menor, e justificar estas acusações na atitude agressiva no debate dia 08 de novembro no campus de Chapecó em que o mesmo ameaçou agredir fisicamente um acadêmico. Então meu caro aluno se estes são subsídios suficientes para sua escolha de voto eu não teria dúvidas. Não deixe o ovo da serpente eclodir!  Como seu professor não posso deixar  as falácias serem servidas como prato do dia. Não apoio Chapa negra que coage  estagiários para apoio e voto, que ameaça agredir acadêmico, que conversa com empresário de onibus sem compromisso com estudantes. 

Quem ganha? Eu respondo:  ganha a inteligência e maturidade dos acadêmicos eu aposto na Chapa da transparência, sinceridade, responsabilidade já fez história eu aposto na 1. Eu prefiro o tablado, porque nele se levanta bandeiras de luta e se vislumbra conquistas de cultura politica e arte!

Prof. Neuri A².
Filósofo Existencialista,
Esp. Antropologia Filosófica

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Vida de Che vira história em quadrinhos

 

As aventuras de Ernesto "Che" Guevara foi adaptada para "Che: Una Biografía Gráfica", uma história em quadrinhos que descreve a trajetória do revolucionário argentino em nove capítulos, desde sua infância, sua viagem de motocicleta pela América do Sul, até sua morte, aos 39 anos, numa aldeia boliviana.

 

Escrita por Sid Jacobson e ilustrada por Ernie Colón, a revista foi publicada em espanhol com traços de desenho animado. A dupla também foi responsável por uma bem-sucedida adaptação para os quadrinhos das investigações nos Estados Unidos sobre os atentados das Torres Gêmeas de Nova York.

O roteiro destacou o período compreendido entre 1950 e 1967, quando "Che" desenvolveu seu discurso político. Nos primeiros capítulos, os quadrinhos narram a viagem que o então jovem médico e seu amigo Alberto Granado realizam desde Córdoba (Argentina) até Caracas.

O projeto foi baseado nos registros escritos pelo próprio Guevara em seus diários e aborda o contexto político dos séculos 19 e 20 dos países da América Latina, desde a Argentina de Juan Domingo Perón até o México do presidente Lázaro Cárdenas.

A história em quadrinhos também conta o período cubano de "Che". Inclui-se aí seu desembarque na ilha a bordo do "Granma", em 1956, junto a Fidel e Raúl Castro, seu vital triunfo para a Revolução Cubana em Santa Clara, sua crítica ao capitalismo e seu percurso pela Europa para conseguir apoio econômico a Cuba.

A trajetória de Che Guevara já foi tema de diversas obras. Algumas das mais conhecidas são os filmes Diários de Motocicleta (2004, do cineasta brasileiro Walter Salles), protagonizado por Gael Garcia Bernal e baseado nos textos do próprio guerrilheiro, e Che (2008), produção dividida em duas partes dirigida por Steven Soderbergh. Neste último, Benicio Del Toro interpretou Che Guevara.

Com agências

Fonte: http://www.vermelho.org.br/noticia

                      A Grave Crise de Identidade do Jornalismo                                   

Reproduzo matéria publicada no sítio Carta Maior com base em informações do espanhol El Periódico:


No dia 27 de agosto, Ignácio Ramonet desafiou, desde a tribuna do Pequeno Palácio da Música, em Barcelona, a todos aqueles que defendem que o jornalismo – e o jornalista – já não são necessários, e que afirmam que a informação circula mais livre, mais abundante e mais transparente do que nunca. Frente a estes, sentenciou que não: que “a massa de informação oculta supera o imaginável em muitos temas“, que “na democracia a batalha pela liberdade de expressão nunca está definitivamente terminada”, e que os jornalistas devem existir porque uma de suas tarefas é “ampliar os limites dessa liberdade”.
A entrega do oitavo prêmio Antonio Asensio de Jornalismo, homenagem concedida pelo grupo Zeta em memória de seu fundador, foi – e provavelmente muitos antecipavam que, sendo Ramonet o premiado, seria assim – reivindicativa: uma tranqüila, mas robusta, reivindicação do jornalismo.

Ramonet é diretor da edição espanhola do Le Monde Diplomatique e figura proeminente da esquerda. Em seu discurso, o presidente do grupo Zeta, José Montilla, lembrou que o prêmio foi outorgado a ele “enquanto jornalista e ativista, por seu trabalho no Le Monde Diplomatique, mas também por suas iniciativas sociais”. 

Ramonet citou a divulgação de documentos do Pentágono feito pelo Wikileaks como exemplo do jornalismo com rótulo: o rótulo do necessário. “Ultimamente alguns grandes conglomerados de comunicação de dimensão continental e mesmo planetária querem converter o jornalismo em um entretenimento domesticado, em uma tediosa simplificação da realidade. O importante se dilui no trivial e o sensacionalismo substitui a explicação. Felizmente, mesmo neste novo contexto, podem surgir forças resistentes, como o Wikileaks está demonstrando”.

Sem dizê-lo, porém, Ramonet insinuou que Wikileaks é mais a exceção e menos a regra. “A imprensa escrita”, assinalou, “vive um dos momentos mais difíceis, e o jornalismo atravessa uma grave crise de identidade. Digo isso sem nostalgia, porque não creio que tenha existido uma idade de ouro do jornalismo. Fazer jornalismo de qualidade jamais foi fácil, sempre comportou riscos e ameaças: o poder político e o poder do dinheiro, e freqüentemente os dois, sempre trataram de coagir sua liberdade”.

Frente a este estado de coisas, “o jornalista deve reafirmar sua vontade de saber e compreender para poder transmitir”, disse ainda Ramonet. “Quando todos os meios de deixam arrastar pela velocidade e pela instantaneidade, o jornalista deve considerar que o importante é frear, desacelerar, conceder-se tempo para a dúvida, a análise e a reflexão. A informação é algo muito sério, porque de sua qualidade depende a qualidade da democracia”. E fez um último chamamento: “Ainda existem muitas injustiças no mundo que justificam uma concepção do jornalismo a favor de mais liberdade, justiça e democracia”.

A fala de Ramonet não foi um discurso isolado. O seu diagnóstico sobre o estado das coisas no jornalismo coincidiu, em termos gerais, com as palavras de Montilla, que disse que “as novas tecnologias não deveriam supor a desaparição da profissão jornalística” e defendeu profissionais rigorosos e com independência de critérios. Na mesma linha, o presidente da comissão executiva do grupo Zeta, Juan Llopart, falou dos “momentos incertos e confusos que vive o jornalismo” (provocados, em parte, para ele, pela “vertiginosa revolução tecnológica”) e reivindicou o rigor intelectual, o profissionalismo e o compromisso nas salas de redação. Valores que, concluiu, Ramonet representa.

Tradução: Katarina Peixoto

Fonte:http://altamiroborges.blogspot.com/

                      Dilma é elogiada em edição extra da Veja                          

Urariano Mota *

Dos cinco sentidos ensinados na velha escola, visão, audição, olfato, paladar e tato, o sentido dos olhos sempre foi o que julgávamos mais confiável. Veja, sempre nos diziam, quando não acreditávamos no que nos diziam. Veja! sempre nos ordenam hoje, quando opomos resistência ao que nos põem diante dos olhos. Por isso pusemos os óculos para ver, ainda que online, a capa da última edição da revista Veja.



Só elogios para Dilma Rousseff. Incrível. Se Machado de Assis fosse visto comendo cuscuz em Água Fria, seria mais crível. Confesso que tive vontade de correr à banca de revistas, ou à revistaria, como insistem em falar os do sudeste. E, mais envergonhado que se procurasse o suprassumo das pornografias, daquelas que nos apontam nas ruas e dizem, ali vai um absoluto degenerado, pedir baixinho e sem erguer os olhos:
- O senhor tem a Veja?
O estupor do colunista cabe nesse quase exagero. Se não, veja o leitor a edição extra e extraordinária da revista. Veja:

“Uma vitória de todos os brasileiros"
Esta Edição Extra de VEJA comemora a eleição de Dilma Rousseff, narra sua trajetória de vida, suas aventuras e desventuras na política, discorre sobre os perigos e desafios da poltrona em que ela vai se sentar a partir de 1º de janeiro de 2011.
Sem nunca ter se candidatado antes a qualquer cargo eletivo, sendo quase desconhecida dos brasileiros até ser nomeada ministra da Casa Civil por Lula em 2005, Dilma Rousseff elegeu-se, no domingo passado, presidente da República do Brasil com 55,7 milhões de votos — 12 milhões a mais do que seu concorrente, José Serra. Dilma tornou-se a primeira mulher eleita para ocupar o mais alto posto da hierarquia política do país.
Foi uma vitória de Dilma. Foi uma vitória do presidente Lula, que, com a força de sua popularidade, abriu caminho para uma candidata cujo desempenho nas urnas foi, no começo, uma incógnita até mesmo para os mais fervorosos partidários. Foi uma vitória de todos os brasileiros, dos candidatos e suas campanhas, que levaram a eleição a ser disputada em dois turnos, fazendo ressurgir a oposição no cenário do país e dando legitimidade ao processo político. Foi um triunfo do ‘fator bem-estar’, a atmosfera de orgulho, alívio financeiro e esperança criada pelos acertos econômicos e sociais de FHC e Lula, e que favoreceu o voto na continuidade.

Esta edição traz também os principais trechos do primeiro discurso de Dilma Rousseff depois de eleita. O pronunciamento, feito na noite de domingo em Brasília, mostrou uma presidente eleita senhora do lugar que agora ocupa e com plena consciência das prioridades políticas, econômicas e sociais do país. Mas, principalmente, salientou sua fé no papel presidencial de zelar pela Constituição e, consequentemente, pelo respeito aos direitos ali assegurados. Dilma reafirmou o respeito irrestrito à liberdade de expressão e seu reconhecimento de que ‘as críticas do jornalismo livre ajudam o país e são essenciais aos governos democráticos, apontando erros e trazendo o necessário contraditório’ Um grande começo”.

O que escrever diante disso? De imediato, que essa Veja não é a Veja. Que essa não é a referência dos oficiais de pijama e dos velhos generais.  Ou o  estandarte da Tradição, Família e Propriedade. Ou que acorda, nessa edição, sem vergonha e pudor e moral, é verdade, mas acorda, diante do novo tempo. Ou, enfim, que está à beira do limite de sua sobrevivência como órgão independente da Petrobras, Banco do Brasil e outras estatais de petralhas, como sempre chamou os petistas. Mas ainda assim, no espaço de 48 horas, depois da última edição de sábado, quando zombou e deformou semelhanças entre o Presidente Lula e Fidel, é muito rápido dilmais.

Em “A gênese do Doutor Fausto”, ao falar dos dias da segunda guerra mundial quando escrevia o romance Doutor Fausto, Thomas Mann transcreve do seu diário: “Naqueles dias, alcançou-nos a notícia da queda de Mussolini e a nomeação de Badoglio como primeiro-ministro e chefe das forças armadas; muita gente ainda seria liquidada, embora houvesse garantias oficiais de que ‘a palavra dada será cumprida e a guerra continua’. Mal a milícia fora assimilada pelo exército, eclodiram em toda a  península manifestações de paz e alegria;  a mudança de orientação da imprensa foi veemente – ‘Estamos livres!’ saudou o Corriere della Sera”.

Quanta semelhança para essa edição extra da Veja. Um cristão diria: ó Deus, valeu a pena estar vivo para ver a que ponto chega esse tipo de gênero humano. Quem duvidar, veja, aqui





* Autor de “Os Corações Futuristas” e de “Soledad no Recife”, que recria os últimos dias de Soledad Barrett, mulher do Cabo Anselmo, executada por Fleury com o auxílio do traidor. 



domingo, 31 de outubro de 2010


Após interferência do Papa, brasileira pede a própria excomunhão

"A gota d’água que me levou a redigir essa carta foi a ordem de Vossa Senhoria para que os pastores orientassem politicamente seus fiéis com base em preceitos morais, tendo em vista a eleição para a Presidência da República que ocorre no próximo domingo (31/10/2010). Bem, para mim o único preceito válido é o do Estado laico e considero um absurdo completo a Igreja se pronunciar sobre isso", protesta Maíra Kubík Mano em carta dirigida ao papa Bento XVI. Veja, abaixo, a íntegra da carta:


Pedido de excomunhão

Prezada autoridade papal, 
Eu, Maíra Kubík Mano, cidadã brasileira, 28 anos, venho, por meio desta, solicitar à Igreja Católica Apostólica Romana minha excomunhão. 
Fui batizada involuntariamente, quando tinha poucos meses de vida, pelos meus pais. Eles nada mais fizeram do que seguir a tradição de seus antepassados e não pretendo nem vou responsabilizá-los por isso. 
Contudo, aos 9 anos, fui de livre e espontânea vontade tomar a comunhão (Eucaristia). Fiz o curso necessário para tanto na Igreja Nossa Senhora do Brasil, em São Paulo, SP, Brasil. Durante nove meses, aprendi os preceitos católicos e estudei passagens bíblicas. Em seguida, participei da cerimônia em que recebi, pela primeira vez, a hóstia, ou o corpo de Cristo. 
Desde então, fui à missa poucas vezes e, com o passar do tempo, identifiquei-me cada vez menos com a doutrina católica. Ou, melhor dizendo, com aquela pregada diretamente pelo Vaticano. 
É preciso aqui fazer uns parênteses para afirmar que tenho, isso sim, laços fortes com a chamada Teologia da Libertação, que inundou de solidariedade e compromissos sociais os rincões do Brasil na segunda metade do século XX. Mas com esse grupo, imagino, você não está preocupado. Conseguiu isolá-lo, desautorizá-lo, diminuí-lo. Porém, quero registrar aqui que não foi possível enterrá-lo. O exemplo de sua força segue vivo com D. Pedro Casaldáliga, Dom Tomás Balduíno e tantos outros. 
De qualquer forma, cheguei à conclusão de que tenho um desacordo absoluto e completo com Sua Santidade, sem possibilidade de repactuação. Entre os pontos mais prementes sobre os quais temos visões diametralmente opostas estão legalização do aborto, casamento gay e utilização de preservativos durante o ato sexual. Isso só para começar a conversa. Poderia discorrer páginas e mais páginas sobre o lugar subalterno e humilhante que vocês têm reservado às mulheres durante séculos a fio. 
A gota d’água que me levou a redigir essa carta foi a ordem de Vossa Senhoria para que os pastores orientassem politicamente seus fiéis com base em preceitos morais, tendo em vista a eleição para a Presidência da República que ocorre no próximo domingo (31/10/2010). Bem, para mim o único preceito válido é o do Estado laico e considero um absurdo completo a Igreja se pronunciar sobre isso. Religião e governo misturados é uma fórmula maléfica, que prejudica as liberdades individuais e coletivas e só semeia o autoritarismo doutrinário. 
E, como se tudo isso não fosse suficiente, atualmente eu me defino como atéia. 
Sendo assim, peço que Sua Santidade seja sensível e caridosa o bastante para compreender que eu não quero mais ser considerada uma parte deste rebanho. Nem oficialmente, nem extra-oficialmente. Me conceda a excomunhão. 
Obrigada desde já, 
Maíra Kubík Mano 


*Texto originalmente publicado no blog Viva Mulher

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Dom Bergonzini o “ bispo da mentira”


Por Altamiro Borges


Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, virou o principal cabo-eleitoral do demotucano José Serra. Na semana passada, ele já havia mandado confeccionar, na surdina e com papel timbrado da Mitra, 2,1 milhões de panfletos com ataques levianos a Dilma Rousseff. A iniciativa, que fere a legislação eleitoral, poderia até resultar em processo criminal e cadeia. Mas ele ainda é bispo e é melhor não atiçar a sua fúria nada divina!
Neste final de semana, o religioso, bastante narcisista, voltou aos holofotes. Foi capa do Estadão e destaque em vários sítios. Na entrevista, Dom Bergonzini acusa: “O PT é o partido da mentira, é o partido da morte”. Abusando dos preconceitos, ele afirma que o partido “aceita o aborto até o nono mês de gravidez. Isso é assassinato de ser humano”. O bispo fere descaradamente o oitavo mandamento – “não levantarás falso testemunho” –, correndo o sério risco de arder o inferno.
Estimulo às seitas fascistas
No maior cinismo, Dom Bergonzini ainda abusa da inteligência alheia ao garantir que não apóia nenhum candidato. Mas todo seu ódio – incluindo seus sermões, os panfletos apreendidos pela Polícia Federal e as entrevistas à mídia mercantil – visam atingir unicamente a candidata petista. Nas entrevistas deste final de semana, ele foi enfático: “Não votem em Dilma... Se ela ganhar, vou lamentar”. Na prática, o bispo de Guarulhos abençoa a campanha de Serra e serve de novo ícone para várias seitas fascistas, como o Opus Dei e a TFP (Tradição, Família e Propriedade). 
Na sua cegueira, o fanático religioso evita tratar do aborto realizado por Monica Serra, segundo relatos de várias de suas ex-alunas. Ele também não fala sobre a pílula do dia seguinte ou sobre a normatização da legislação do aborto, corretas iniciativas do ex-ministro José Serra. Ele omite que PT e Dilma não são favoráveis ao aborto, como prega sua visão simplista e tacanha, mas sim que propõem tratar o complexo tema como uma questão de saúde pública.
Ligado aos tucanos e ao Opus Dei
Para Carlos Rodriguez, que se apresenta como “participante da Igreja Católica”, Dom Bergonzini é um risco à própria instituição. “Quem semeia vento, colhe tempestade”. Ele conhece bem a sua história direitista. “D. Luiz é de São João da Boa Vista, onde atuava com o Sidney Beraldo, ex-deputado e ex-secretario do então governador Serra, e mais recentemente um dos coordenadores da campanha de Geraldo Alckmin, que tem ligações com o Opus Dei, que age nas sombras”.
Em sua opinião, o direitismo de Dom Bergonzini representa uma ameaça à igreja e à democracia. “Assistimos ao fundamentalismo religioso matar a religião e transformá-la em mero instrumento eleitoral. Esta mistura acintosa de religião, num viés fundamentalista, e de política é um perigo à sociedade brasileira, pois ameaça os pilares do Estado Laico”.
A triste cumplicidade da CNBB
O triste nesta história é a cumplicidade da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Seu nome é usado e ultrajado pelo clérigo de Guarulhos e ela ainda passa a mão na sua cabeça. Quando dos seus primeiros panfletos criminosos, distribuídos por ordem hierárquica nas igrejas, a CNBB soltou uma tímida nota de crítica. Agora, seu próprio presidente, Dom Geraldo Lyrio, justifica suas atitudes criminosas. “Ele [Dom Bergonzini] tem o direito e até o dever, de acordo com sua consciência, de orientar seus fieis do modo que julga mais conveniente”.
A CNBB estaria sendo cúmplice da impressão ilegal de panfletos? Estaria corroborando com as calúnias divulgadas pelo “bispo da mentira”? Será que a hierarquia católica não aprendeu nada com a história? Em 1964, ela organizou as famigeradas “marchas com Deus, pela família e pela liberdade”, que criaram o clima para o golpe militar. Com a instalação da ditadura sanguinária, bispos e padres foram perseguidos, presos e mortos. Frei Tito Alencar foi o símbolo desta época sombria. Foi torturado e morreu no exílio. Outros padeceram nas masmorras da ditadura.
Na sequência, como que arrependida do seu pecado, a Igreja Católica cumpriu um papel na luta pela democracia, em defesa dos direitos humanos. O seu setor progressista, ligado à Teologia da Libertação, ajudou a organizar a resistência popular, criando milhares de Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e estimulando suas pastorais sociais. Com a guinada conservadora no Vaticano, o setor progressista foi castrado pela rígida hierarquia católica. Isto explica o narcisismo de Dom Bergonzini. Mas será que justifica seus crimes eleitorais e as suas declarações levianas? 

Fontehttp://altamiroborges.blogspot.com

Frei Betto: educação, caso de política ou de polícia?


O IBGE divulgou, a 17 de setembro, a Síntese de Indicadores Sociais 2010. O IBGE é um órgão do governo federal. Portanto, não está a serviço da oposição nem dos detratores do governo Lula. Felizmente, é sério e isento. Os dados concernentes à educação no Brasil são estarrecedores. 


 Por Frei Betto, na
Adital


Em 2009, 14,8% dos jovens de 15 a 17 anos se encontravam fora da escola. E 32,8% daqueles que tinham entre 18 e 24 anos deixaram os estudos sem completar o ensino médio. (Haja mão de obra desqualificada e candidatos ao narcotráfico...).

Comparado aos demais países do Mercosul, o Brasil tinha a maior taxa de abandono do nível médio - 10% dos alunos. Na Argentina, 7%; no Uruguai, 6,8%; no Chile, 2,9%; no Paraguai, 2,3%; e na Venezuela, 1%.


Por que nossos jovens abandonam a escola? Os principais fatores são a falta de recursos para pagar os estudos e o reduzido número de escolas públicas; o desinteresse; a constante repetência, provocada por pedagogias ultrapassadas, desmotivação e frequente ausência de professores; a dificuldade de transporte e a necessidade de ingressar precocemente no mercado de trabalho.


Para se ter um aluno empenhado em fazer um bom ensino médio é preciso que a motivação seja despertada na pré-escola e no ensino fundamental. Ora, como alcançar este objetivo se nossas crianças ficam, em geral, apenas quatro horas por dia na escola? A média latino-americana é de seis horas!


Apesar disso, houve avanços nos últimos dez anos, quando quase dobrou o número de jovens de 18 a 24 anos que concluíram o ensino médio ou ingressaram na universidade. Se em 1999 apenas 29,6% dos alunos terminaram o ensino médio, em 2009 o índice subiu para 55,9%. Em 1999, 21,7% tinham 11 anos de estudos (tempo suficiente para completar o ensino médio). Em 2009, 40,7% frequentaram a escola durante 11 anos. Em 1999, 7,9% ingressaram na universidade; em 2009, 15,2%.


Em 2009, 30,8% dos jovens entre 18 e 24 anos concluíram algum curso de qualificação profissional. Em 2004, apenas 17,2%. Este avanço se deve ao empenho do governo em multiplicar o número de escolas técnicas, bem como o sistema S (Senai, Senac etc.), e as bolsas de estudos concedidas via ProUni.


Por trás dos dados positivos se escondem desigualdades gritantes. Em 2009, 81% dos jovens de 15 a 17 anos entre os 20% mais pobres estavam na escola. Entre os 20% mais ricos o índice subia para 93,9%. Graças ao sistema de cotas e ao ProUni, dobrou o número de universitários com mais de 25 anos que se declaram negros: 2,3% em 1999, e 4,7% em 2009. Já o índice dos que se declaram brancos é quatro vezes maior: 15%.


O Brasil conta com 3,6 milhões de crianças com menos de 4 anos de idade e é ínfimo o número de creches para elas. O que significa que estão sujeitas a graves desvios pedagógicos por longo tempo de exposição à TV, permanente convivência com adultos ou idosos, muitas vezes entregues a vizinhos enquanto os pais cumprem o horário de trabalho. A Constituição assegura, no Capítulo II - Dos Direitos Sociais, "assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até seis anos de idade em creches e pré-escolas." Quantas empresas cumprem?


Segundo o IBGE, entre 0 e 14 anos de idade há, no Brasil, uma população de pouco mais de 54 milhões de pessoas. Dessas, 5 milhões, ou 10,9% do total, vivem em situação de risco, em moradias sem água tratada, rede de esgoto e coleta de lixo. O Nordeste concentra a maior parte dessas crianças: 19,2%. E o Maranhão e o Piauí lideram essa estatística. A pesquisa apontou ainda que quase 39,4% dos alunos do ensino fundamental frequentam escolas sem rede de esgoto e 10% delas não contam nem com água potável.


Falta muito a fazer. Enquanto a educação brasileira não alcançar o nível mínimo de qualidade continuaremos a ser uma nação desigual, injusta, subdesenvolvida e dependente. Também pudera, embora a Constituição exija que sejam aplicados 8% do PIB na educação, o investimento do governo nesta área não chega a 5%. E o orçamento do Ministério da Cultura para 2011 é inferior a 1%.


Não é de estranhar o nepotismo na Casa Civil e os Tiriricas na corrida eleitoral. Além de educação, falta ao Brasil vergonha na cara. Desse jeito, o descaso da política para com a educação acaba virando caso de polícia, tamanho o crescimento da violência urbana.

Fonte: http://www.vermelho.org.br/noticia

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Kotscho: mídia e igrejas são as grandes derrotadas das eleições

Ganhe quem ganhar a Presidência da República no próximo dia 31, já dá para saber quais foram os grandes derrotados desta inacreditável campanha eleitoral de 2010: a imprensa da velha mídia, mais engajada e sem pudor do que nunca, e as igrejas em geral, com amplos setores medievais de evangélicos e católicos transformando templos em palanques e colocando a religião a soldo da política.


Por Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho

 

Por acaso, são as mesmas instituições que se uniram em 1964 para derrubar o governo de João Goulart e jogar o Brasil nas profundezas da ditadura militar por mais de duas décadas. Como naquela época, os celerados e ensandecidos combatentes das redações e dos púlpitos acenam com novas ameaças às liberdades democráticas, outra vez o perigo vermelho, de novo a degradação dos costumes. Só falta uma nova “Marcha da Família, com Deus pela Liberdade”.

Nem parece que se passou quase meio século, que o Brasil lutou e reconquistou a democracia e vivemos em pleno Estado de Direito um dos mais longos períodos de amplas liberdades públicas de nossa história, com crescimento econômico, distribuição de renda e desenvolvimento social.

Faço esta constatação com muita tristeza, com dor na alma, pois a imprensa e a religião católica são importantes na minha vida desde menino, foram duas instituições fundamentais na minha formação. Sempre tive muito orgulho de ser jornalista e de professar a fé católica. Agora, confesso, que muitas vezes sinto vergonha. Explica-se: sou do tempo de Cláudio Abramo e D. Paulo Evaristo Arns.

Cursei o ginásio num colégio de padres e, no meu teste vocacional, fui informado de que deveria seguir o sacerdócio. Só não o fiz por causa desta bobagem de que padre não pode ter mulher, ou seja, tinha que ser celibatário. É que já na época gostava muito do chamado sexo oposto e detestava a hipocrisia.

Acabei optando muito cedo por outro tipo de sacerdócio, o jornalismo, profissão na qual comecei com 16 anos, trabalhando em jornais de bairro de São Paulo. Nunca me arrependi. Nestes 46 anos de ofício, passei pelas mais diferentes funções, de repórter a diretor, nas redações de praticamente todas as principais empresas de comunicação do país, com exceção da revista Veja e da TV Record.

Agora, ancorado aqui na internet com o meu Balaio e na Brasileiros, uma revista mensal de reportagens que ajudei a criar, acompanho de longe esta guerra santa em que se transformou a campanha presidencial, com igrejas, jornalistas, padres e pastores tomando partido fanaticamente a favor de uma candidatura e contra a outra.

Jamais tinha visto nada parecido na cobertura de uma eleição — tamanhas baixarias, tantos preconceitos, discursos tão vis e cínicos, textos inacreditavelmente sórdidos publicados em blogs e colunas — desde os tempos em que não podíamos votar para prefeito, governador nem presidente da República.

No melhor momento social e econômico da história recente do país, chegamos ao fundo do poço na política. O Brasil não merecia isso. O problema é que, qualquer que seja o resultado da eleição, no dia seguinte a vida continua, e um terá que olhar na cara do outro, seja de que partido ou igreja for, leitor, ouvinte ou telespectador. Como sobreviverão estas duas instituições? Com que cara?

Na véspera do golpe dentro do golpe que foi o Ato Institucional Nº 5 decretado pelos militares, em dezembro de 1968, o Estadão publicou o editorial “Instituições em Frangalhos”, e a edição foi apreendida. Agora, pode publicar o que quiser e apoiar o candidato que melhor lhe convier sem correr este risco.

Órgãos de imprensa e igrejas, jornalistas e religiosos, têm todo o direito de escolher seus candidatos, fazer campanhas por eles, detonar os adversários. Só não podem fingir que são santos e pensar que nós todos somos bobos.
Fonte: http://www.vermelho.org.br/noticia

O “Zé” Traíra tem compulsão por mentira

 

Messias Pontes *
 

O candidato das forças do atraso à Presidência da República, José Serra (PSDB) ou simplesmente “Zé” Traíra, vê se aproximar, melancolicamente, o fim da sua carreira política. Perdeu a identidade, manchou o seu nome, jogou o currículo na latrina e vai entrar pra história pela lata do lixo. Mas ainda alimenta, com o apoio da velha mídia conservadora, venal e golpista, e dos fundamentalistas religiosos, um fio de esperança na reversão desse quadro desfavorável.


Ele é capaz de tudo para satisfazer a sua obsessão pelo poder. Até fazer uma boa ação, o que não se tem notícia que algum dia tenha feito. Ele patrocina a maior baixaria que este País já viu, pior até mesmo que a protagonizada pela canalha da UDN contra Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek na década de 1950 e contra João Goulart na década seguinte, e por Collor de Mello em 1989. As calúnias, injúrias, difamações e todo tipo de mentiras contra a candidata da coligação Para o Brasil seguir Mudando (PT, PMDB, PCdoB, PSB, PDT,PRB, PSC, PTN, PTC, PR) Dilma Rousseff, estão extrapolando todos os limites.

O problema do “Zé” Traíra é patológico. Além da obsessão pelo poder, ele tem compulsão pela mentira. E nem treme a cara quando fala. Há quem diga que ele mente mais num dia do que um macaco pula num ano. Chega a dar pena, sentimento que não quero que ninguém nutra por mim. Se a chamada grande mídia fosse democrática, ele já estaria politicamente morto e sepultado.

Mas quem sempre falta com a verdade gosta de chamar os outros de mentirosos. Sua última grande mentira foi dizer no dia 11 deste mês que não conhecia o Paulo Preto (Paulo Vieira de Souza), acusado pelos próprios tucanos de ter sumido com R$ 4 milhões destinados à sua campanha, dinheiro que alimentaria o caixa 2. “Não sei quem é Paulo Preto. Nunca ouvi falar dele”, enfatizou. Se tem alguém que não pode dizer que não conhece o Paulo Preto, esse é justamente o candidato demo-tucano. O seu vice – hoje governador Alberto Goldman, passou e-mail a ele afirmando que “Ele (Paulo Preto) é vaidoso e arrogante. Fala mais do que deve, sempre. Parece que ninguém consegue controlá-lo”.

Quem também desmente o “Zé” Traíra é o tesoureiro-adjunto e ex-secretário-geral do PSDB, Evandro Losacco, que salientou que “todo mundo já sabia disso há muito tempo. Mas só faz isso quem tem poder de interferir em alguma coisa. Poder infelizmente ele (Paulo Preto) tinha. Foi a própria cúpula tucana quem denunciou à imprensa as tripolias do ex todo poderoso homem do governo paulista.
Indignado, Paulo Preto, ex-diretor da estatal Dersa na gestão tucana em São Paulo e que administrou obras no valor de mais de R$ 6,5 bilhões, ameaçou: “Ele (Serra) me conhece muito bem. Não se larga um líder ferido na estrada em troco de nada. Não cometam esse erro”. Depois dessa ameaça, o “Zé” Traíra, no dia seguinte, disse: “Evidentemente que eu sabia do trabalho do Paulo Souza, que é considerado uma pessoa muito competente”.

Apesar de desmascarado, continua mentindo, assumindo a paternidade dos genéricos, quando estes foram criados pelo então ministro da Saúde de Itamar Franco, Jamil Haddad. O próprio Itamar o chamou de mentiroso. Da sua lavra também não é o Seguro Desemprego. Manda sua súcia divulgar que Dilma Rousseff é a favor do aborto, mas ele próprio ajudou sua mulher Verônica Serra a abortar com quatro meses de gestação.

O candidato das forças do atraso mente quando diz que vai investir R$ 15 bilhões na saúde em quatro anos. Mas quem acredita nele se foram os demo-tucanos que tiraram da saúde R$ 40 bilhões por ano quando derrubaram a CPMF criada por eles próprios?

Mente quando diz que vai aumentar o salário mínimo para R$ 600,00. Nos oito anos do desgoverno dele e do Coisa Ruim (FHC) o salário mínimo foi brutalmente achatado. Ele sabe que esse valor é pouco para satisfazer as necessidades básicas de uma família de quatro pessoas, mas atualmente mais de quatro mil prefeituras quebrariam se o SM fosse reajustado para R$ 600 em 2011.

Mente mais ainda o “Zé” Traíra quando diz que vai fortalecer as estatais, notadamente a Petrobras, omitindo que ele defendeu a mudança de nome da empresa para Petrobrax para torná-la mais atraente para os investidores estrangeiros.

Diante de tanta baixaria, o que fará ele se a campanha da Dilma usar o rádio e a televisão para informar que a filha dele, Verônica Serra, que era sócia se Verônica Dantas, irmã do megaguabiru Daniel Dantas, quebrou o sigilo bancário de 60 milhões de contas bancárias? E que a mulher dele, Mônica Allende Serra, interrompeu a gravidez no quarto mês de gestação?

E quando for mostrado que o seu vice, Índio da Costa, meteu a mão no dinheiro da merenda escolar quando foi secretário de administração da Prefeitura do Rio? E que o mensalão do Demo de Brasília tem beneficiados o líder do principal partido aliado no Senado, Agripino Mais, e o presidente nacional do PSDB, o senador Sérgio Guerra?

O “Zé” Traíra vai tentar negar, mas a maioria sabe que ele mente compulsivamente.

* Diretor de comunicação da Associação de Amizade Brasil-Cuba do Ceará, e membro do Conselho de Ética do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará e do Comitê Estadual do PCdoB.
 
Fonte: http://www.vermelho.org.br/coluna

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

 O diabo trapaceou Serra: tomou-lhe a alma sem dar nada em troca

Após o insosso debate entre os presidenciáveis que a Rede TV e a Folha de S. Paulo promoveram no último domingo, fiquei com a impressão de que 2006 se repetiria: um grande esforço de última hora da mídia golpista evitando que a candidatura oficial decidisse a parada logo no 1º turno, mas não sendo suficiente para reverter o resultado anunciado.
Como Alckmin daquela vez, Serra não encontrou o mapa da mina. Marina Silva e o PIG lhe proporcionaram uma sobrevida, mas aproveitá-la para decolar são outros quinhentos.
Com carisma zero, não consegue fazer seus castelos nas nuvens valerem mais do que uma realidade palpável: as condições de vida dos pobres e dos muito pobres melhoraram sob o governo atual.
Então, independentemente de posturas ideológicas, o que deixa Serra num beco sem saída são a aprovação e popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A percepção do eleitor despolitizado é de que o Brasil evoluiu, daí ele encarar a tempestade de som e fúria dos demotucanos como tentativas de encontrarem pêlo num ovo que está dando certo. Portanto, significando nada.
Trata-se de uma sinuca de bico: não há factóide, propaganda enganosa e alarmismo que façam os eleitores  pés no chão mudarem seu voto.
O desejo da Veja, erigido em matéria de capa (!), é o de que a eleição fosse decidida em Minas Gerais, com Aécio Neves como fiel da balança. Dia 31 a revista aprenderá que jornalismo é algo mais do que expressão de desejos.
Uma mudança surpreendente do quadro só seria possível se Serra fosse um personagem eletrizante; mas, seu estilo é de quem está sempre explicando o óbvio a estudantes burrinhos. Não empolga ninguém.
Ora parece um mestre-escola alongando-se em repetições desnecessárias para martelar as lições na cabeça dos alunos, ora um guarda-livros a detalhar uma contabilidade que ele considera interessante e os demais, nem um pouco. Enfim, um chato de galochas, como se dizia antigamente.
O aborto (a palavra aqui cai muito bem...) da hipotética virada já começa a se evidenciar nas pesquisas eleitorais: a última do Datafolha mostrara um quadro estático e a nova do Vox Populi flagra subida de Dilma.
Pior que a derrota será a decepção causada por Serra àqueles que ainda acreditavam nele.
Aceitar o apoio e beneficiar-se da baixaria das correntes virtuais ultradireitistas, fazer promessas demagógicas como a do salário mínimo de R$ 600 e colocar uma questão religiosa no centro da campanha o deixou com a imagem de quem pisa até no pescoço da mãe para chegar à presidência.
O último a projetar tal imagem acabou morrendo na praia. E, convenhamos, fazia bem mais por merecer o ambicionado troféu.

Celso Lungaretti é jornalista e escritor. 

Fonte: http://www.correiocidadania.com.br 

terça-feira, 19 de outubro de 2010


Uma foto e um lugar na história
Paulo Vinícius *

A vida é feita de escolhas. Quando terá Serra optado pelo caminho da cruzada religiosa em seus intentos de poder? Em que momento pensou: “isso dá voto”? Como uma liderança que já presidiu a UNE - tal como um Darth Vader de ficção - vai de concessão em concessão, de deformar-se em deformar-se, de abismo em abismo, até cair no colo da extrema direita, das forças remanescentes da Ditadura, dos entreguistas, do que há de mais nocivo ao Brasil? Serra fez acordos e agrupou ao seu redor, para citar o jornalista Messias Pontes:
“A famigerada TFP – Tradição, Família e Propriedade, a Opus Dei, o Grupo Guararapes, a grande mídia conservadora, venal e golpista, a clientela da Daslu, os fundamentalistas religiosos- católicos e evangélicos, Daniel Dantas, José Roberto Arruda, os carlistas (na Bahia), os herdeiros políticos de Carlos Lacerda, as viúvas da ditadura militar, a canalha neo-udenista e toda a extrema direita”.

Esta é a aliança que se voltou contra Dilma Roussef, que febrilmente conspira:
Uma gráfica foi flagrada a imprimir materiais infames contra Dilma para o bispo de Guarulhos-SP, Luiz Gonzaga Bergonzini. Os 2,1 milhões de panfletos são só parte dos 20 milhões previstos. De quem é a Pana Editora e Gráfica? Da filha de um dos coordenadores da campanha do tucano.
Equipes de telemarketing, em São Paulo e Brasília disparam boatos e desinformação, utilizando sobretudo mulheres contra Dilma Roussef. 
Em Canindé, panfletos misturando Serra e Jesus Cristo em plena missa causaram corajosa condenação de sacerdote, na cara de Serra e Tasso Jereissati. O galego, nos estertores de sua passada autoridade, investiu com imprecações contra o sacerdote.
Serra diz que, as ações da Petrobrás teriam subido por causa dele, e não pelo avanço da empresa e do Pré-Sal. Em parte está certo. Investidores estrangeiros estão muito interessados em qualquer possibilidade de privatização no Brasil e ele é a única possibilidade de isso acontecer de novo. Por isso, FHC se reuniu em evento fechado com 150 investidores estrangeiros, falando em inglês, em Foz do Iguaçu, PR, no Hotel das Cataratas. Em pauta: privatizações de empresas estatais brasileiras, como divulgado pela jornalista Hildegard Angel em seu Blog. O “mercado” já sabe quem está disposto a vender o Brasil, e é chamado a cumprir seu papel na campanha contra Dilma,
Serra faz qualquer coisa para ser presidente. Numa escalada antiética e de inédita violência ataca tudo o que representou a eleição de Lula e seus vitoriosos governos. E entre outras razões, isso ocorre por um erro da campanha, não ter expresso desde o início a divergência entre ops dois projetos. Mas a própria realidade tratou de fazê-lo. E, ao contrário de uma suposta iluminação, Serra fez um pacto.
Quem quer um Brasil melhor não pode conciliar com essa infâmia. Façamos de nossa voz a muralha em torno dessa mulher, essa mineira que nos representa nesta encruzilhada histórica que vive o Brasil. 
E por tudo isso, adotei uma imagem dela, uma foto desenhada, e a utilizo em todas as redes sociais de que participo. Eu também fui da UNE. E vejo aquela jovem Dilma, vinte e poucos anos, diante dos verdugos, e aquele olhar para a História. Penso na coragem com que se portou naquela hora decisiva e no decorrer de sua vida. Dilma não traiu seus ideais. Ela continuou crescendo, é sincera e tem posições firmes. A Dilma é a juventude que lutou contra a ditadura pelo Brasil e não se vendeu, como outros que se perderam pelo caminho, como Serra.
Poucas vezes Tiradentes e Silvério dos Reis, Brasileiros e entreguistas, estas duas forças seculares, estiveram tão claramente delineadas no campo de batalha da História. Não é à toa que tantas pessoas de bem se posicionam para essa grande batalha, inclusive muitos críticos aos erros e insuficiências do processo de mudança que vive o Brasil. Mas é gente que jamais se deixaria utilizar pela direita, que não se omite diante da hora decisiva. 
Quem ama o Brasil e a democracia se une para impedir um terrível retrocesso. O povo brasileiro precisa entender o que está sendo disputado. A hora é de redenção, de esperança. E, pela primeira vez, é uma mulher que encarna tudo isso, numa oportunidade da História! É a vez de Dilma!



* Cientista social e bancário.





A Juventude, enfim, é parte da Constituição Brasileira!
 
Paulo Vinícius

O dia 07 de julho marca uma nova página para a juventude Brasileira. Se há 22 anos a juventude conquistou o voto aos 16 anos, nessa data a juventude brasileira se inseriu como sujeito de direitos na Constituição da Republica Federativa do Brasil.

 

A aprovação da PEC 42/2008 no Senado Federal em duas votações unânimes ilustra a envergadura que ganhou a representação política da juventude brasileira no governo Lula, assim como o reconhecimento de todas as forças políticas da importância e da necessidade de considerar a juventude como sujeito de políticas públicas de Estado.
Doravante, não estará sujeita a política pública de juventude aos ditames deste ou daquele(a) gestor(a). Com a aprovação da PEC, abrem-se largas avenidas para a consecução de um Plano Decenal e de um Estatuto da Juventude. Entra na ordem do dia a realização da II Conferência Nacional da Juventude no primeiro semestre de 2011, assim como a consolidação dos órgãos gestores que tratem das questões relacionadas à juventude.
E não é a toa. Estudos demográficos apontam para um dado relevante. Essa geração comporá uma parcela imensa da população economicamente ativa que será a maior e definirá a face do desenvolvimento nacional nas próximas décadas. Quando a Câmara e o Senado aprovam a PEC da juventude, abrem caminho à definição de políticas públicas perenes num setor que decidirá efetivamente que novo Brasil teremos. Assegurando direitos à juventude e superando a omissão do texto constitucional, o Congresso abriu larga avenida à consolidação de direitos que só se insinuaram nesses oito anos de mudanças e continuidades. Direitos que se refletirão sobre o conjunto da população brasileira.
Assim, O Parlamento respondeu ativamente à pressão feita pelo Conselho Nacional de Juventude, que reúne um retrato fiel e qualificado da juventude nacional. Esse coletivo mobilizou a Câmara e o Senado, mas a sua representação fez muito mais, numa trilha que uniu governo e oposição e acabou por afirmar políticas públicas como o PROUNI, o PROJOVEM, os Pontos de Cultura e o Segundo Tempo, a expansão da educação superior e profissional. Ressaltou sucessão geracional no movimento sindical e no campo, construiu políticas de assistência estudantil enfatizou a importância das mulheres, dos negros e indígenas, dos trabalhadores e estudantes, das pessoas com deficiência, da cultura, da juventude que luta nas periferias. É essa moçada que propõe um Pacto da Juventude ao debate das eleições de 2010 e que compõe um bonito mosaico de movimentos sociais - como a UNE, a UBES, a CTB, a UGT e a CUT -, as juventude políticas, as ONGs, todos os tipos de movimentos.
Foi esse lastro social contemporâneo que extravasou nos blogs, nos portais e na massiva campanha que ganhou o Twitter. Foi essa voz que se fez ouvir na Tribuna de Honra e nas galerias do Senado, é essa a razão da vitória que só anima a mocidade brasileira na luta por mais direitos, pela construção de um novo projeto nacional de desenvolvimento em que possamos ver, como diz a canção que não dá pra esquecer "os meninos e o povo no poder eu quero ver".

Danilo Moreira
Presidente do Conselho Nacional de JuventudeAugusto ChagasPresidente da União Nacional dos EstudantesPaulo ViníciusSecretário Nacional de Juventude Trabalhadora da CTBPS.: concebido no calor da vitória, no Azeite de Oliva, em Brasília, Distrito Federal



* Cientista social e bancário.




Oscar Niemeyer e Chico Buarque protagonizam 

ato pró-Dilma no Rio


Artistas e intelectuais promoveram, na noite desta segunda-feira (18), um dos mais expressivos eventos desta campanha eleitoral. Com mais de 3 mil pessoas – como o arquiteto Oscar Niemeyer e o cantor Chico Buarque –, o ato em apoio à presidenciável Dilma Rousseff, da coligação Para o Brasil Seguir Mudando, lotou Teatro Oi Casagrande, no Leblon, zona sul do Rio de Janeiro. Manifestação similar ocorre nesta terça, no Teatro da Universidade Católica (Tuca), na PUC-SP.

Artistas e intelectuais declaram apoio a Dilma

Uma vez que os 926 lugares do teatro carioca, palco de lutas históricas durante a ditadura militar (1964-1985), estavam ocupados, quem não conseguiu um lugar ficou nos corredores e nas escadas. Centenas de militantes sequer conseguiram entrar no auditório e assistiram ao ato, de quase três horas, por um telão instalado do lado de fora do Casagrande. 

Dentro, Dilma recebeu manifesto em defesa da dignidade reconquistada no governo Lula, da reconstrução do Estado e da soberania nacional. “É hora de unir nossas forças no segundo turno para garantir as conquistas e continuarmos na direção de uma sociedade justa, solidária e soberana”, diz o texto, com mais de 10 mil assinaturas. Entre os signatários estão personalidades como a economista Maria da Conceição Tavares, o filósofo Frei Betto, a psicanalista Maria Rita Kehl e o escritor Eric Nepomuceno.

Chico Buarque, de volta à militância, e Niemeyer, aos 102 anos e de cadeira de rodas, não eram as únicas presenças de destaque. As cantoras Alcione e Margareth Menezes foram as primeiras a chegarem, a exemplo da sambista Lecy Brandão, eleita deputada estadual em 3 de outubro pelo PCdoB-SP. Zeca Pagodinho não foi, mas mandou dizer que está com Dilma. Beth Carvalho, empolgada, fez uma versão de um dos sambas mais famosos de Zeca. No lugar do refrão “Deixa a vida me levar”, improvisou “Deixa a Dilma me levar, Dilma leva eu”.

Antes da chegada de Dilma, foi transmitida ao vivo a entrevista que a candidata deu ao Jornal Nacional, da TV Globo. O público assistiu, ainda, a vídeos com declarações de voto de Gilberto Gil, ex-ministro da Cultura, e Juca Ferreira, atual ministro. O dramaturgo José Celso Martinez também apareceu no telão do teatro e anunciou Dilma como “a musa desta noite antifundamentalista”. 

Segundo Zé Celso, “ela vai realizar o que Oswald de Andrade queria: o matriarcado de Pindorama”. O relato emocionou o cantor e compositor Otto. “Se a gente não se emocionar, não levanta”, disse o músico pernambucano, de olhos marejados. “O mais importante para quem faz arte é que a população tenha mais subsídio.”

“De igual para igual”

“A nossa batalha é a batalha para que a construção da democracia no Brasil se consolide”, resumiu a filósofa Marilena Chauí – que denunciou os panfletos apócrifos que circulam em igrejas paulistas e que mostram Dilma a favor do aborto e do casamento entre homossexuais. Segundo a filósofa, os materiais são “obscenos tanto politicamente como religiosamente por ser contra a liberdade de crença e a laicidade do Estado”.

Chico Buarque dominou a timidez para discursar em defesa de Dilma. “Venho aqui reiterar meu apoio entusiasmado à campanha da Dilma – a essa mulher de fibra, que já passou por tudo e não tem medo de nada. Vai herdar um governo que não corteja os poderosos de sempre. O Brasil é um país que é ouvido em toda parte porque fala de igual para igual com todos. Não fala fino com Washington, nem fala grosso com a Bolívia e o Paraguai. Por isso, é respeitado e querido mundo afora, como nunca antes na história deste país”, afirmou Chico.

O ex-ministro Marcio Thomaz Bastos levou um manifesto dos advogados. Ganhou um beijo de Dilma. Já o escritor Fernando Morais bateu nas privatizações feitas pelo PSDB. “Estou com a Dilma porque sou brasileiro e quero o Brasil nas mãos dos brasileiros. Eu sou contra a privatização canibal que esses tucanos fizeram e sei o mal que o José Serra pode fazer para o Brasil.”

O filósofo Leonardo Boff disse que o PSDB faz políticas ricas para os ricos e políticas pobres para os pobres. “A esperança venceu o medo. Agora, a verdade vai vencer a mentira”, declarou Boff, comparando as eleições presidenciais de 2002 e 2010. “A alternativa a Dilma é obscurantismo, a repressão, o caminho do fascismo”, pontuou o sociólogo Emir Sader, referindo-se à coligação de José Serra.

Também estavam lá o cartunista Ziraldo, os atores Hugo Carvana, Osmar Prado e Paulo Betti, as cantoras Alcione, Elba Ramalho e Lia de Itamaracá, os cantores Wagner Tiso, Alceu Valença, Geraldo Azevedo e Diogo Nogueira, o músico Yamandu Costa, o produtor cinematográfico Luiz Carlos Barreto, os diretores de teatro como Aderbal Freire-Filho e Domingos de Oliveira, entre outras personalidades artísticas.

Do meio político, marcaram presença o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, o candidato a vice-presidente Michel Temer, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, entre outros. “O Rio é um lugar sem preconceitos, onde as vanguardas são recebidas de braços abertos pelo Cristo Redentor”, afirmou Sérgio Cabral.

Semanas para entender aquele “você”

Num contundente discurso, Dilma reconheceu nos artistas e intelectuais presentes as músicas e os livros que marcaram sua vida. “Somos a soma de gerações que vem sonhando o Brasil, como Oscar Niemeyer, sonhando de décadas mais antigas. Eu comecei a sonhar nos anos 60. Era o sonho que o Brasil tinha de mudar, não podia ser de extrema desigualdade.”

Ela recordou ter escutado Apesar de você, de Chico Buarque, quando estava na prisão. “A gente não entendeu direito quem era ‘você’”, disse Dilma, arrancando risos da plateia e do próprio compositor. “Levamos alguns dias, algumas semanas, para perceber quem era esse ‘você’...”. A música de Chico critica, de forma alegórica, a ditadura militar que estava em vigor no Brasil – e contra a qual Dilma lutou.

A candidata falou do orgulho que sente até das derrotas que sofreu. “Quem perde ganha uma grande capacidade de lutar e resistir. Disso uma geração não pode abrir mão”, afirmou Dilma. “Tenho muito orgulho das minhas derrotas, que fizeram parte da luta correta.”

Dilma evitou ataques diretos a Serra, mas não deixou de alfinetar a gestão Fernando Henrique Cardoso e o PSDB. “Recebemos o país de joelhos diante do Fundo Monetário Internacional”, disparou. “Tínhamos recebido também, misteriosamente, um país onde, depois de vender R$ 100 bilhões do patrimônio, a dívida tinha dobrado – o maior ‘milagre’ da gestão financeira dos tucanos.”

Não ser os EUA da América do Sul

Segundo Dilma, a transformação vivida pelo Brasil nos últimos oito anos quebrou o tabu segundo o qual era impossível crescer e distribuir renda. “Mudamos a trajetória deste país. Não foram mudanças pontuais. Hoje, o Estado dá subsídio direto para a população. Faz isso na casa própria e na luz elétrica”, afirmou ela, lembrando que 28 milhões de pessoas saíram da pobreza no governo Lula. 

“O meu compromisso é erradicar a pobreza no Brasil. Ninguém respeita quem deixa uma parte de seu povo na miséria”, agregou. “Não queremos ser os Estados Unidos da América do Sul, onde uma grande parte da população negra está na cadeia e uma parte da população branca pobre mora em trailer e não tem acesso às condições fundamentais de sobrevivência digna.”

A petista se lembrou de Marina Silva ao citar dados a respeito da redução do desmatamento na Amazônia e no cerrado. “Temos que ter orgulho de todas as políticas de meio ambiente implantadas no Brasil, inclusive pela ministra Marina, pelo ministro [Carlos] Minc”. Minc também estava presente no encontro.

Dilma aproveitou o assunto para abordar a questão do pré-sal. “O petróleo que nós extrairmos do pré-sal é para exportar, é para garantir que haja riqueza suficiente no Brasil”, afirmou a candidata. “Manter o modelo anterior (de FHC e Serra) é privatizar o petróleo: botar o pré-sal – que é a maior riqueza de petróleo descoberta nos últimos anos – de ‘mão beijada’ para empresas privadas internacionais. É por isso que a bancada do PSDB votou contra o modelo de partilha”, afirmou.

O público que ficou do lado de fora do teatro permaneceu até o fim do evento para aplaudir a candidata de perto. Mesmo sob chuva, o grupo gritou “Olê, olê, olê, olá / Dilma, Dilma” na saída da presidenciável . Dilma, emocionada, recebeu beijos e abraços no trajeto do palco até o carro, diante da multidão que a acompanhava. A atividade deu um ânimo imensurável à sua candidatura.

Fonte: Da Redação, com agências